Vês definhar o ser querido, que a
enfermidade implacável consome.
Preocupas-te e disfarças a tua agonia,
ante o inexorável acontecimento.
Anotas o nome de pessoa querida que a
desencarnação violenta arrebatou, e tens o coração dorido.
Oras, em silêncio, sem que ninguém saiba
o que experimentas em forma de melancolia.
Recebes informação sobre acontecimentos
rudes, afetando corações afetuosos que são convidados a dores extenuantes.
Padeces choque emocional, constatando a
tua carência de recursos diante de tão graves provações.
Chega-te o apelo angustiado de amigos
queridos, que despertam na soledade ante as infaustas partidas daqueles a quem
amam.
Constatas a precariedade da existência
física e sofres calado, embora sorrindo.
Defrontas os companheiros da juventude,
agora deformados, combalidos, sem rumo.
Nublam-se-te os olhos com lágrimas que
não deixas cair, a fim de que ninguém perceba a tua compunção.
Multiplicam-se, em toda parte, as
enfermidades mutiladoras, debilitantes, perturbadoras, que acometem os seres
vivos e dilaceram as criaturas humanas, deixando vazios terríveis nos corações.
Não te desalentes, porém.
A desencarnação é etapa final do
fenômeno biológico, e ninguém se eximirá de experimentá-la.
Não te entristeças ante os infortúnios e
padecimentos daqueles a quem amas.
Canta, aos ouvidos desses que padecem, a
canção da imortalidade, acenando-lhes com a esperança de libertação próxima que
virá.
Dize-lhes que a existência corporal é
veste que dura um dia, e a dor é fenômeno de desgaste que descerra a luz
guardada no íntimo.
Felizes os que sabem sofrer.
Bem-aventurados aqueles que expungem na
Terra.
Se a estância é breve na matéria, o
estágio libertador é longo e abençoado.
Anima os que se dilaceram nas
enfermidades consumidoras, irradiando-lhes as alegrias com que se inundarão de
coragem para sublimar-se.
Reflexiona com eles sobre a realidade da
existência humana e o que a todos aguarda após a morte.
Nenhuma dor que permaneça sem termo.
A morte é, portanto, dádiva de Deus,
para interromper os ciclos afligentes.
Raciocina, examinando a vida sob o ponto
de vista espiritual, e tudo se modificará.
Sentir-te-ás feliz, então, vendo os
amigos em processo de libertação, antegozando as alegrias que os esperam, por
tua vez, a ti também aguardando.
Jesus, sadio e puro, ensinando o e
confirmando a imortalidade, aceitou espontaneamente, a traição de um amigo, a
negação de outro, o abandono de quase todos, e, sofrendo, sem desanimar,
permaneceu tranquilo, tal a Sua certeza, que nos legou, do triunfo da vida além
da morte e da noite humana.
Assim, reflexiona e deixa-te dominar
pela fé na imortalidade, verificando que, nesta condição, tudo se altera e passa
a ter nova e ditosa configuração.
FRANCO,
Divaldo Pereira. Momentos de Felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.
Capítulo 2.
http://ceacs.wordpress.com ( Centro Espírita Amor e Caridade
Santarritense) – 03/06/2014
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