Deixar o outro falar ajuda em situações
familiares e profissionais.
Barbara Wilson relacionava-se muito mal
com sua filha Laurie. O relacionamento se deteriorava pouco a pouco.
Laurie, que fora uma criança serena e
complacente, tornou-se avessa à cooperação, às vezes provocadora.
A Sra. Wilson passava-lhe sermões,
ameaçava-a, punia, sem sucesso.
Certo dia, contou a Sra. Wilson,
simplesmente desisti.
Laurie tinha me desobedecido e fora para
a casa de uma amiga antes de terminar seus afazeres domésticos.
Quando voltou, eu estava prestes a
estourar com ela pela milésima vez, mas não tive forças para isso. Limitei-me a
fitá-la e a dizer:
"Por quê, Laurie, por quê?"
Laurie percebeu o estado em que eu me
encontrava e, com uma voz calma, perguntou:
"Quer mesmo saber?"
Fiz que sim com a cabeça e Laurie
contou-me, primeiro hesitando, depois com uma fluência impressionante.
Eu nunca lhe prestara atenção. Nunca a
ouvira. Sempre lhe dizia para fazer isso ou aquilo.
Quando sentia necessidade de conversar
comigo sobre as coisas dela, sentimentos, ideias, interrompia-a com mais
ordens.
Comecei a compreender que ela precisava
de mim - não como uma mãe mandona, mas como uma confidente, uma saída para suas
confusões de adolescente.
E tudo o que fazia era falar, falar,
quando deveria ouvir. Nunca a ouvira.
A partir daquele momento, fui uma
perfeita ouvinte. Hoje ela me conta o que lhe passa pela cabeça e nosso
relacionamento melhorou de maneira imensurável. Ela se tornou, de novo, uma
colaboradora.
* * *
Quantos pais neste mundo têm problemas
similares com seus filhos.
Problemas que seriam amenizados se
soubéssemos apenas ouvir um pouco mais.
Como pais, como educadores, por vezes
temos a falsa impressão de que precisamos falar, ensinar, proferir lições, etc,
e eles, os filhos, precisam apenas ouvir.
Quantos pais reclamam que seus filhos
não os ouvem e tudo parece que entra por um ouvido e sai pelo outro.
Mas será que esses pais sabem ouvir seus
filhos?
Será que esses pais sabem que o
aprendizado não se dá apenas por sermões, por conselhos?
O processo de aprendizado, e mais, o
processo de construção de uma boa relação familiar, tem que passar pelo
diálogo.
E quando estamos no campo do diálogo,
precisamos entender que este é uma via de mão dupla. No diálogo fala-se, mas
também se ouve, e muito...
Ouvir exige autocontrole, disciplina,
respeito ao outro e humildade. Por isso, talvez, ainda seja tão difícil para a
Humanidade.
Ouvir nos pede reflexão, paciência e
empatia.
Desta forma, procuremos sempre deixar o
outro falar. Ouçamos as razões do outro, suas explicações, etc.
Elas podem não justificar certos atos,
mas explicam as razões da outra alma e nos fazem compreendê-la melhor.
Pais, deixemos nossos filhos falarem!
Filhos, deixemos nossos pais falarem!
O amor e a paz familiar sairão lucrando
sempre.
Redação do
Momento Espírita com base no cap. 6, pt. III, do livro Como fazer amigos e
influenciar pessoas, de Dale Carnegie, ed. Companhia Editora Nacional.
http://www.lulu.com/spotlight/druida18
As verdades
diferentes na aparência são como inúmeras folhas que parecem diferentes e estão
na mesma árvore. Mahatma
Gandhi
Quem vier por
bem que venha também
Victor Passos
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