O amor, como
comumente se entende na Terra, e um sentimento, um impulso do ser, que o leva
para outro ser com o desejo de unir-se a ele. Mas, na realidade, o amor reveste
formas infinitas, desde as mais vulgares até as mais sublimes. Principio da
vida universal, proporciona à alma, em suas manifestações mais elevadas e
puras, a intensidade de radiação que aquece e vivifica tudo em roda de si; é
por ele que ela se sente estreitamente ligada ao Poder divino, foco ardente de
toda a vida, de todo o amor.
Acima de tudo,
Deus é amor. Por amor, criou os seres para associa-los às suas alegrias, à sua
obra. O amor é um sacrifício; Deus hauriu nele a vida para dá-la às almas. Ao mesmo
tempo quea efusão vital, elas receberiam o principio afetivo destinado a
germinar e expandir-se pela provação dos séculos, até que tenham aprendido a
dar-se por sua vez, isto é, a dedicar-se, a sacrificar-se pelas outras. Com
este sacrifício, em vez de se amesquinharem, mais se engrandecem, enobrecem e
aproximam do Foco Supremo.
O amor é uma
força inexaurível, renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que
dá e aquele que recebe. É pelo amor, sol das almas, que Deus mais eficazmente
atua no mundo. Por ele atrai para si todos os pobres seres retardados nos
antros da paixão, os Espíritos cativos na matéria; eleva-os e arrasta-os na
espiral da ascensão infinita para os esplendores da luz e da liberdade.
O amor conjugal,
o amor materno, o amor filial ou fraterno, o amor da pátria, da raça, da
humanidade, são refrações, raios refratados do amro divino, que abrange,
penetra todos os seres, e, difundindo-se neles, faz rebentar e desabrochar mil
formas variadas, mil esplendidas florescências de amor.
[...]
*
[...]
Ó homem, procura
em volta de ti as chagas a pensar, os males a curar, as aflições a consolar. Alarga
as inteligências, guia os corações transviados, associa as forças e as almas,
trabalha para ser edificada a alta cidade de paz e de harmonia que será a
cidade do amor, a cidade de Deus! Ilumina, levanta, purifica! Que importa que
se riam de ti! Que importa que a ingratidão e a maldade se levantem na tua
frente! Aquele que ama não recua por tao pouca coisa; ainda que colha espinhos
e silvas, continua sua obra, porque esse é seu dever, sabe que a abnegação o
engrandece.
[...]
Léon Denis
Trecho do livro O Problema do Ser, do Destino e da dor – Cap. “O
Amor” – transcrito parcialmente
Reformador n° 2233 – Abril 2015
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