Bem-aventurados os brandos de
espírito por que possuirão a Terra.
Com
esta afirmação do Senhor, podemos reconhecer que há diferença fundamental entre
“possuir” e “ser possuído”.
Vemos
conquistadores de nome célebre que julgam senhorear terras e haveres, acabando
sob o domínio da perturbação e da morte.
Observamos
caluniadores eminentes, presumindo-se detentores das maiores expressões de
apreço público, caindo sob o império de amargosas desilusões.
Anotamos
a presença de gozadores inveterados que, em se guindando ao ápice dos mais
extravagantes prazeres, descem, apressados, aos precipícios da desesperação e
do tédio.
Contemplamos
usurários, aparentemente felizes, acreditando-se com direito exclusivo sobre
cofres repletos, em que amontoam perigosos enganos, repentinamente despojados
de todos os valores fictícios de que se supõem eternos depositários,
arrojando-se, em desvario, às linhas abismais da loucura.
Convidou-nos
o Divino Mestre ao equilíbrio, à candura e à humildade, para que aprendamos a
possuir em nome do Pai Excelso, a Quem pertencem toda propriedade, todo poder e
toda glória da vida.
Procuremos,
desse modo, a clima de tolerância fraterna em que o Senhor exemplificou na
Terra a sua lição sublime para que estejamos seguros nas construções
imperecíveis da alma.
À
frente da crueldade e da violência, da ignorância e da insensatez, mantenhamos
acesa a chama do amor, à maneira da fonte límpida que, servindo e cantando,
corrige os rigores da paisagem e fecunda o seio da Terra.
Não
vale trocar golpe por golpe, injúria por injúria, mal por mal...
Convocados
à edificação do Reino de Deus no mundo, a começar de nós mesmos, é
imprescindível saibamos suportar para renovar, sofrer para soerguer, apoiar
para levantar e renunciar para possuir.
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Taça de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.
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