Meu
irmão, tenha fé em seu destino, porque ele é grande.
Você
nasceu com faculdades inatas, aspirações infinitas, e a eternidade lhe é dada
para desenvolver umas e satisfazer outras.
Crescer
vida a vida, esclarecer-se pelo estudo, purificar-se pela dor, adquirir uma
ciência sempre mais vasta, qualidades cada vez mais nobres. Eis o que lhe está
reservado.
Deus
tem feito ainda mais por você. Deu-lhe os meios de colaborar em Sua obra. De
participar na lei do progresso sem limites, abrindo novas vias aos seus
semelhantes, elevando seus irmãos, atraindo-os a você, iniciando-os nos
esplendores do verdadeiro e do belo e nas sublimes harmonias do Universo.
Não
é isso criar, transformar almas e mundos?
E
esse trabalho imenso, fértil em gozos, não é preferível a um repouso morno e
estéril?
Colaborar
com Deus! Realizar em tudo e por tudo o bem e a justiça! Que pode ser maior,
mais digno ao seu Espírito imortal!
Eleve
então seu olhar e abrace as vastas perspectivas de seu futuro.
Ponha
nesse espetáculo a energia necessária para afrontar os ventos e as tempestades
do mundo.
Marche,
valente, lutador, suba a rampa que conduz aos cumes que chamamos virtude,
dever, sacrifício.
Não
se detenha no caminho para colher flores das moitas, para brincar com seixos
dourados.
Para
frente, sempre em frente!
Você
vê, nos céus esplêndidos, esses astros flamejantes, esses sóis inumeráveis
arrastando, em suas evoluções prodigiosas, brilhantes cortejos de planetas?
Quantos
séculos acumulados não foram necessários para os formar!
Quantos
séculos não serão precisos para os dissolver!
Bem!
Um dia virá em que todos esses fogos estarão extintos, em que esses mundos
gigantescos se esvanecerão para dar lugar a novos globos, a outras famílias de
astros emergentes das profundezas.
Nada
daquilo que você vê hoje existirá mais.
O
vento dos espaços terá para sempre varrido a poeira, esses mundos usados. Mas
você, você viverá, prosseguindo sua marcha eterna no seio de uma Criação
incessantemente renovada.
Que
serão então para sua alma purificada, engrandecida, as sombras e os cuidados do
presente?
Acidentes
efêmeros de percurso, não deixarão, no fundo da memória, mais do que tristes ou
doces lembranças.
Diante
dos horizontes infinitos da Imortalidade, os males do presente, as provas
sofridas serão como uma nuvem fugitiva no meio de um céu sereno.
Meça
então, em seu justo valor, as coisas da Terra. Não as desdenhe, porque são
necessárias ao progresso, e sua missão é de contribuir para o seu aperfeiçoamento
pelo aperfeiçoamento de si mesmo.
Mas
não prenda sua alma exclusivamente nisso. Antes de tudo, procure os
ensinamentos que trazem.
Graças
a eles, você compreenderá que os objetivos da vida não são os gozos, nem a
felicidade, mas, acima de tudo, uma forma de trabalho, de estudo e de
cumprimento do dever.
O
desenvolvimento da alma, da personalidade que você reconhecerá além da tumba,
tal qual a tem estado esculpindo, você mesmo, no curso de sua existência
terrestre.
por Redação do Momento Espírita, com
base no item VII, do livro O porquê da vida, de Léon Denis, ed. FEB. Do site:
http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4204&stat=0.
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