DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
“Para que um espírito possa se
comunicar, é necessário, entre ele e o médium, relacionamento fluídico que não
se estabelece sempre instantaneamente; não é senão a medida que a faculdade se
desenvolve que o médium adquire, pouco a pouco, aptidão necessária para entrar
em relação com o primeiro espírito que chegue”. (“livro dos médiuns”, Segunda
Parte, Cap.XVII, Item 203, Edição IDE)
O desenvolvimento da mediunidade é
lento e progressivo. Não basta que o médium entre em contato com os espíritos,
para que se considere médium desenvolvido.
Como todas as faculdades humanas, a
mediunidade requer tempo para aperfeiçoar-se.
Diríamos que o médium desencarna e não
consegue completar o seu desenvolvimento mediúnico, visto que a mediunidade é
um sentido que permanece em evolução no espírito alem da morte.
A grande maioria dos medianeiros
espíritas da atualidade está simplesmente colhendo experiências para tarefas
futuras, que serão chamados a cumprir.
Qual acontece entre dois ou mais
amigos, a “intimidade mediúnica” entre os espíritos comunicantes e o médium de
que se utilizam é construída paulatinamente.
Mesmo que haja prévio conhecimento em
vidas pregressas, a afinidade entre o espírito e o médium carece de tempo para
restabelecer-se a nível de consciência.
Os espíritos necessitam saber até onde
podem confiar no medianeiro, e vice versa. E isto, porque muitos companheiros
da mediunidade recuam ante o serviço que os espera.
É natural, portanto, que os primeiros
comunicados de um espírito por determinado médium deixem a desejar. É natural
que somente com o tempo o médium vá se identificando melhor com o espírito ou
com os espíritos que tencionam valer-se de suas faculdades.
Muitos espíritos, quando se apresentam
aos médiuns, não revelam a própria identidade, preferindo permanecer no
anonimato. Não raro, apenas no mundo espiritual os medianeiros saberão de sua
ligação afetiva com os espíritos com os quais trabalham.
De maneira geral, os espíritos que se
aproximam de um médium para uma tarefa significativa têm com ele compromissos
de outras vidas, e esses compromissos são cármicos, ou seja, exigem reparação.
Por outro lado, se o médium entra,
periodicamente, em contato com espíritos de reconhecida idoneidade espiritual,
isto não quer dizer que esses Espíritos Benfeitores estejam sempre ao seu lado…
Os Espíritos Superiores podem fazer-se representar, junto dos médiuns, através
de outros Mensageiros que lhes tomam o nome.
O médium em desenvolvimento carece de
despreocupar-se totalmente com o nome do espírito que esteja a manifestar-se
por seu intermédio. Com o tempo, se considerar útil, o espírito haverá de
identificar-se, de forma total ou parcial.
Muitos medianeiros, excessivamente
preocupados com o nome dos espíritos que se expressam através deles, caem no
ridículo, porque se expõem mais facilmente aos espíritos que dão mais valor ao
rótulo que ao conteúdo.
Portanto, de início, seja no exercício
desta ou daquela mediunidade, que o médium de preocupe em afinar o seu
instrumento mediúnico para que os espíritos, sejam eles quais forem, possam
manifestar-se com proveito.
A identidade do espírito, embora
importante, é de importância relativa no que tange ao nome, de vez que essencialmente
o espírito se revela pelo teor do seu pensamento, como arvore que se identifica
através dos frutos que produz.
Se o candidato ao desenvolvimento da
própria mediunidade não tiver calma e perseverança, dificilmente a sua
mediunidade será produtiva; ela aparecerá. Ensaiará os primeiros resultados e
“desaparecerá” em seguida, porque o próprio medianeiro não se interessou em
cultivá-la, esquecendo-se de que tudo pede tempo para firmar-se…
Que os médiuns improdutivos não se
queixem de suas faculdades ou dos espíritos que as utilizam; queixem-se de si
mesmos, porque todo médium bem intencionado que persiste no exercício mediúnico
acabará por atrair a simpatia dos espíritos em condições de dar-lhe as alegrias
que almeja.
Livro: Somos todos médiuns - Carlos
A. Baccelli / Odilon Fernandes
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