HOMENS FORA DO
CORPO
Conforme
dissemos, os espíritos nada mais são que homens fora do corpo. Por incrível que
pareça, não lhes basta à condição de desencarnados para que se liberem dos seus
equívocos.
Os espíritos
que entram em contato com os médiuns, em sua grande maioria, carecem de maiores
esclarecimentos; muitos deles, mesmo depois da morte, continuam sustentando os
seus pontos de vista…
As dimensões
espirituais nas quais ainda nos movimentamos guardam grande similitude com os
caminhos humanos ninguém encontra, de improviso, a região paradisíaca
mencionada pelas religiões tradicionalistas. Aqui, onde presentemente
estagiamos, existem, inclusive, os que questionam os Evangelhos, os que se
opõem à ideia da reencarnação, os que não aceitam a tese do intercâmbio com os
encarnados…
Médiuns sem
uma formação doutrinária ideal, com base em Jesus e Kardec, correm o risco de
se transformarem em intérpretes de grupos de espíritos que julgam ter a
primazia da Verdade. Assim é que, no movimento espírita, encontramos correntes
de espíritos que defendem a tese do corpo fluídico de Jesus concepção
filosófica que começou no seio da própria igreja Católica desde os primórdios
ou, ainda, a opinião controvertida de Ramatis, espírito orientalista, que tem
conseguido fazer seguidores desavisados.
Enganam-se os
que pensam que todos os medianeiros sejam espíritas; o mundo está repleto de
sensitivos falsos Cristos e falsos profetas interpretando mensagens de grupos
de Espíritos para a Terra, espíritos que ainda se vinculam à igreja, espíritos
apegados aos rigorismos das letras evangélicas, espíritos que, no corpo e fora
dele, tentam influenciar o movimento espírita no Brasil, como, por exemplo, os
adeptos de certos gurus indianos que se afirmam a reencarnação de Deus!…
Os médiuns e companheiros
espíritas, embora respeitosamente, não devem ter receio de questionar os
espíritos, que se pronunciam junto aos homens de acordo com as luzes que hajam
alcançado. Muitos deles, é bom que se diga, tateiam, depois da morte, nas
sombras em que se movimentam…
A codificação
Espírita não foi concebida por um único cérebro, nem é fruto dos ditados
póstumos de um único espírito. A universalidade do ensino dos Espíritos, com
base no Evangelho do Cristo, em que se alicerça toda a civilização cristã, é que
lhe garante autenticidade.
O que se
afaste da Obra Kardequiana não é espírita: poderá ser Espiritualismo, mas não
Espiritismo!
Allan Kardec,
sem dúvida, não teve a pretensão da última palavra, mas o que vier depois dele,
para obter o aval da Doutrina, necessita de lhe guardar fidelidade aos
princípios básicos.
Dentro em
breve, a mediunidade, como faculdade inerente a todos os homens, se geralizará,
como, aliás, já vem acontecendo teremos médiuns católicos, médiuns
pentecostais, médiuns messiânicos, médiuns budistas, médiuns livres pensadores…
Não nos espantemos. No Além, existem espíritos para toda a natureza de médiuns.
A luta maior da Doutrina não será, pois, em defesa da tese da sobrevivência,
mas, sim, para preservar as lições do Senhor que, infelizmente, vêm encontrando
certa resistência por parte, inclusive, de alguns confrades espíritas.
Espírito:
Odilon Fernandes.
Médium: Carlos
A Baccelli.
Livro: Conversando com os Médiuns
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