terça-feira, 29 de agosto de 2017

Dr. Bezerra de Menezes

DR. BEZERRA DE MENEZES
Adolfo Bezerra de Menezes nasceu na antiga Freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, no dia 29 de agosto de 1831, desencarnando no Rio de Janeiro, no dia 11 de abril de 1900.
No ano de 1838 entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, até onde dava os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação.
Muito cedo revelou a sua fulgurante inteligência, pois aos 11 anos de idade iniciava o curso de Humanidades e, aos 13 anos, conhecia tão bem o latim que ele próprio o ministrava aos seus companheiros, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.
Seu pai era um homem relativamente abastado, porém, por efeito de seu bom coração, comprometeu sua fortuna, dando abonos em favor de parentes e amigos, que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade.
Percebendo, então, que seus débitos igualavam seus haveres procurou os credores e lhes propôs entregar sua fazenda de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar a dívida.
Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse.
O honrado cidadão insistiu, mas não conseguindo demover seus credores decidiu-se a tornar mero administrador do que fora a sua fortuna, retirando apenas o que fosse necessário para a manutenção de sua família, que passou da abundância as privações.
Foi nessa fase que Adolfo Bezerra de Menezes, formulando os mais veementes votos de orientar-se pelo caráter integro de seu pai, e com minguada quantia que seus parentes lhe deram, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava - a Medicina.
Ingressou em novembro de 1852 como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia.
Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1858, concorreu a uma vaga de lente substituto da Seção de Cirurgia da Faculdade de Medicina.
Nesse mesmo ano, o mestre Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião-Mor do Exército, fê-lo nomear seu assistente, com o posto de Cirurgião-Tenente.
Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser médico militar.
Com o objetivo de servir o seu partido, que necessitava dele para ter maioria na Câmara, resolveu afastar-se do Exército.
Em 1867, foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.
Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de impropérios, entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida pública e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía.
Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de medico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
Afastado interinamente da atividade política, dedicou-se a empreendimentos empresariais criou a Companhia Estrada de Ferro Macaé - Campos, na então província do Rio de Janeiro.
Posteriormente, empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antônio de Pádua, pretendendo leva-la até o Rio Doce, desejo que não conseguiu realizar.
Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872 abriu o Boulevard 28 de setembro, no então bairro de Vila Isabel.
Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristóvão. Voltando a política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
Quando o Dr. Carlos Travassos empreendeu a tradução de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ofereceu um exemplar, com dedicatória, a Bezerra de Menezes.
No dia 16 de agosto de 1886, um auditório com cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade, que enchia o salão de honra da Velha Guarda, ouviu, em silencio, emocionado, atônito, a palavra de ouro do eminente político, do eminente medico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, que proclamava aos quatro ventos a sua adesão ao Espiritismo.
Ele era um autêntico religioso, no mais alto sentido. Sua pena foi, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, posta ao serviço do aspecto religioso do Espiritismo.
Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico, que pelas replicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever, aos domingos, no O Paiz, tradicional órgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocaiúva, uma série de artigos sob o título O Espiritismo - Estudos Filosóficos.
Os artigos de Max, pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil.
Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.
Bezerra de Menezes tinha o encargo de medico como verdadeiro sacerdócio por isso, dizia:
“Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se e´ longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta.
O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mal o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não é medico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.
Esse é um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida. ”
No ano de 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo no Brasil, e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais estreita e indestrutível.
Os Centros Espíritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma.
Cada um deles exercia sua atividade em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais.
Esse estado de coisas levou-os a fundação da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Nessa época, já existiam muitas sociedades espíritas, porem as únicas que mantinham a hegemonia eram quatro: a Acadêmica, a Fraternidade, a União espírita do Brasil e a Federação espírita Brasileira.
Entretanto, logo surgiram entre elas rivalidades e discórdias.
Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando importantes instruções, dadas por Allan Kardec, através do médium Frederico Junior, foi fundado o famoso Centro espírita porem nem por isso deixava Bezerra de dar a sua cooperação a todas as outras instituições.
O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e Bezerra de Menezes se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único frequentador do Centro.
A cisão era profunda entre os espíritas que se dividiam em místicos e científicos.
Em 1893, a convulsão provocada no pais, pela revolta da armada, provocou o fechamento de todas as sociedades espíritas.
No Natal do mesmo ano, Bezerra encerrava a série de artigos que vinha publicando em O Paiz.
Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita.
O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da FEB, cargo que ocupou até 11 de abril de 1900, quando desencarnou, vítima de violento ataque de congestão cerebral.
Devido ao seu Espírito caridoso e prestativo, Bezerra de Menezes mereceu o cognome de “O Médico dos Pobres. ”

Fonte: FEESP - Federação Espírita do Estado de S. Paulo.

domingo, 27 de agosto de 2017

Culto da Oração

CULTO DA ORAÇÃO
Quando a aflição te visite o trabalho, desferindo golpes no teu coração ou conduzindo-te às sugestões do mal, recorda-te da oração singela à disposição de todos.
Semelhante a unguento, não somente cicatriza o peito em chaga aberta, como vitaliza os melhores sonhos perturbados pela nuvem sombria do desespero, devolvendo a esperança e a paz.
Anjo benfazejo, a oração apaga as labaredas do crime, em começo, improvisando recursos de salvação, para que a serenidade retorne, santificante, à direção da consciência.
Não apenas garante a felicidade e a harmonia do lar, como também embeleza todas as realizações começantes, oferecendo estilo novo e coragem, para o êxito total da experiência em que se te aprimoras no estágio do mundo.
Não somente consola e sara mas, também, ilumina o pensamento turbilhonado, restituindo a calma e o tirocínio para desmanchares os cipós enrodilhados nos teus pés, a te reterem na província da angústia incessante.
Celeiro de bênçãos inesgotáveis, ela é a segurança da família, alimento dos filhos e fortaleza dos pais.
Mensageira do Pai Celestial, é a intérprete das tuas aspirações e intercessora dos teus anseios junto aos bem-aventurados.
Vertendo-a do coração, em colóquio confiante, asserenam-se as paixões, purificam-se os sentimentos, estabelecem-se diretrizes, moderam-se as necessidades, robustece-se a fé, eleva-se o padrão de serviço; ela harmoniza, em redor de nossa aprendizagem, os patrimônios da honra, do respeito e da saúde espiritual, favorecendo a extensão das menores tarefas, no campo do auxílio aos sofredores.
Esposando-a, dilatam-se os minutos que se enriquecem em experiências sublimes, fazendo a vida mais nobre e digna.
Na Terra, o cristão é qual oásis fértil na aridez dos sentimentos.
Solicitado por todos e por todos fiscalizado de perto, é como árvore produtora que todos buscam esfaimados, guardando o direito de a apedrejarem e a ferirem.
Recebe, assim, em silêncio, a perseguição gratuita e o punhal invisível da maldade e planta-os na terra abençoada da oração humilde e nobre onde se consomem todos os adversários da luz, vencidos pela misericórdia do Céu.
E, quanto possível, cultiva a prece em tua alma, com devotamento e confiança e, trabalhando sem desfalecimento, faze dela o teu abençoado guia todos os dias e todas as horas, assegurando, imperturbável, a vitória do bem no roteiro da tua vida.
FRANCO, Divaldo Pereira. A Prece Segundo os Espíritos. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL

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Agredido

AGREDIDO
Evidentemente sofres agressões. Do íntimo convulsionado, petardos mentais, contínuos, produzem-te desequilíbrios; de fora chegam as investidas da ignorância e da impiedade, que te dilaceram com profundos golpes.
São incontáveis as agressões:
vibrações perniciosas que exteriorizas ou absorves em comércio psíquico, agridem os outros, que revidam, inconscientes; palavras ácidas que proferes ou que te penetram, ferintes, quando enunciadas por outrem na tua direção; atitudes descorteses que assumes ou que têm para contigo e maceram teus sentimentos...
Sim, estás agredido, porque não conseguiste, ainda, a doçura que recolhe a animosidade sem revide, a biliosidade sem azedume, a investida do desequilíbrio sem revolta...
Açodado por fatores intrínsecos que te desarmonizam, não pudeste armazenar forças para o auto-burilamento, que te imunizaria contra as investidas perturbantes.
O espírita é alguém, que, encontrando a explicação dos motivos do sofrimento, penetra-se de luz e paz.
Revida mediante os métodos da confiança ilimitada em Deus, deixando à Vida as respostas mais úteis aos que a desconsideram.
Não toma nas mãos as rédeas da Justiça, armando-se de látego e baraço ou esgrimindo os recursos coarctadores nem os da punição.
Se não concorda com o erro e a criminalidade, não se transforma em julgador, ante age e produz corretamente, reagindo pela atitude positiva e elevada com que expõe a excelência dos conhecimentos que o vitalizam.
O triunfo dos agressores é semelhante a vapor que os vence no auge do êxito, enquanto a vitória dos agredidos é a paz do coração.
Toda aflição, pois, é recurso providencial de que a Vida se utiliza para aproximar-te da Verdade. Não recalcitres, nem sintonizes com aqueles que transitam nas densas faixas do primitivismo e da agressividade.
A vida na Terra por mais longa é sempre breve...
Felizes aqueles que concluem a jornada, quites, em relação aos deveres assumidos, podendo olhar para trás sem amarras nem, dependências de qualquer natureza, livres, após os embates terminados.
Incitado a adensar a massa dos atormentadores-atormentados, recorda Jesus e prossegue manso, sofrendo sem impor desespero a ninguém.
Asseverou-nos Ele, que todo aquele que "ganhar a vida, perdê-la-á", enquanto o que a "perder, tê-la-á ganho".
Assim informado não desfaleças e prossegue, agredido, porém, jamais agressor.
FRANCO, Divaldo Pereira. Celeiro de Bênçãos. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. IDEAL
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Couraça da Caridade

COURAÇA DA CARIDADE
"Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade." Paulo (I Tessalonicenses, 5:8)
Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz.
Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos confia.
A irritação permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico.
A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude.
A ira frequente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio em que se manifesta.
Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida.
É indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos.
A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 98.

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domingo, 20 de agosto de 2017

Murmurações

MURMURAÇÕES
“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas. ” —
 Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 2, VERSÍCULO 14.)
Nunca se viu contenda que não fosse precedida de murmurações inferiores. É hábito antigo da leviandade procurar a ingratidão, a miséria moral, o orgulho, a vaidade e todos os flagelos que arruinam almas neste mundo para organizar as palestras da sombra, onde o bem, o amor e a verdade são focalizados com malícia.
Quando alguém comece a encontrar motivos fáceis para muitas queixas, é justo proceder a rigoroso autoexame, de modo a verificar se não está padecendo da terrível enfermidade das murmurações.
Os que cumprem seus deveres, na pauta das atividades justas, certamente não poderão cultivar ensejo a reclamações.
É indispensável conservar-se o discípulo em guarda contra esses acumuladores de energias destrutivas, porque, de maneira geral, sua influência perniciosa invade quase todos os lugares de luta do Planeta.
É fácil identificá-los. Para eles, tudo está errado, nada serve, não se deve esperar algo de melhor em coisa alguma. Seu verbo é irritação permanente, suas observações são injustas e desanimam.
Lutemos, quanto estiver em nossas forças, contra essas humilhantes atitudes mentais.
Confiados em Deus, dilatemos todas as nossas esperanças, certos de que, conforme asseveram os velhos Provérbios, o coração otimista é medicamento de paz e de alegria.
Pelo Espírito Emmanuel, Do Livro: Pão Nosso, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Kardec pergunta aos Espíritos

KARDEC PERGUNTA AOS ESPÍRITOS
Questões 237 a 243
237. Uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que tinha na Terra?
"Sim, além de outras de que aí não dispunha, porque o corpo, qual véu sobre elas lançado, as obscurecia. A inteligência é um atributo, que tanto mais livremente se manifesta no Espírito, quanto menos entraves tenha que vencer."
238. São ilimitadas as percepções e os conhecimentos dos Espíritos? Numa palavra: eles sabem tudo?
"Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo."
239. Conhecem os Espíritos o princípio das coisas?
"Conforme a elevação e a pureza que hajam atingido. Os de ordem inferior não sabem mais do que os homens."
240. A duração, os Espíritos a compreendem como nós?
"Não e daí vem que nem sempre nos compreendeis, quando se trata de determinar datas ou épocas."
Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade, do mesmo modo que os relevos do solo se apagam e desaparecem para quem se eleva no espaço.
241. Os Espíritos fazem do presente mais precisa e exata ideia do que nós?
"Do mesmo modo que aquele, que vê bem, faz mais exata ideia das coisas do que o cego. Os Espíritos veem o que não vedes. Tudo apreciam, pois, diversamente do modo por que o fazeis. Mas, também isso depende da elevação deles."
242. Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento lhes é ilimitado?
"O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente. Verifica-se então, precisamente, o que se passa contigo quando recordas qualquer coisa que te impressionou no curso do teu exílio. Simplesmente, como já nenhum véu material nos tolda a inteligência, lembramo-nos mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas, nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela própria criação."
243. E o futuro, os Espíritos o conhecem?
"Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entreveem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o veem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus,
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

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Arquivo Mental

ARQUIVO MENTAL
Com que tipo de informações você alimenta o seu arquivo mental?
Se ainda não havia pensado nisso, vale a pena meditar sobre o assunto, pois é de sua bagagem mental que depende a sua paz íntima.
Quando você abre o jornal, logo cedo, o que você costuma buscar primeiro? As boas notícias, a página policial, os esportes?
Se chega a uma sala de espera e percebe sobre a mesa vários tipos de revistas, qual delas você escolhe?
Ao ligar a TV, que tipo de programação assiste?
Ao navegar pela internet, quais os assuntos de sua preferência?
Dos acontecimentos diários, das cenas que presencia, das paisagens que vê, o que você costuma observar com mais atenção e guardar no seu arquivo mental?
Talvez isso lhe pareça sem importância, mas, na verdade, de tudo isso dependem as suas atitudes, as suas emoções, a sua vida.
Como você é o que pensa e sente, todas as suas reações dependem das informações que acumula no dia-a-dia.
Se costuma guardar sempre a parte boa, positiva, nobre, quando alguma situação lhe toma de assalto, irá agir com lucidez, tranquilidade e nobreza.
Mas, se ao contrário, procura alimentar sua mente com as desgraças, os fatos negativos, os desequilíbrios e as desarmonias humanas, terá uma reação correspondente ao seu ambiente mental.
Assim, se deseja manter, em qualquer situação, a harmonia íntima, é saudável buscar alimentação condizente com seus propósitos.
Quando abrir o jornal, busque alguma coisa que lhe ofereça leitura agradável, sadia.
Se você pode escolher entre várias revistas, opte por aquela que lhe possibilite reflexões nobres, que lhe enriqueça os conhecimentos acerca da vida.
Se tiver tempo para navegar pela internet, não se detenha nas páginas de teor deprimente ou conteúdo duvidoso. Não faça de seus arquivos mentais uma lixeira.
Busque deter-se nas melhores imagens que compõem a paisagem por onde passa.
Pense que os problemas existem, que as misérias humanas são uma realidade, que os fatos deprimentes poluem a Terra.
Mas considere também que, se você não pode mudar uma situação, não há motivo para carregá-la em seu arquivo mental.
Por essa razão, busque sempre a melhor parte.
Ao levantar-se pela manhã, olhe a sua volta o que tem de melhor.
Observe o amanhecer, as cores que a natureza traz, as paisagens que o dia lhe oferece.
Contemple a lua, mesmo sabendo que sob o luar existe a violência, a injustiça, a dor...
Admire o pôr do sol, ainda que tema os perigos que surgem com a escuridão.
Observe com atenção o inverno, mesmo que a paisagem não lhe pareça agradável, pois é a vida que dorme para surgir, ainda mais exuberante, com a primavera.
Detenha-se um pouco para observar o sorriso de uma criança, mesmo que o descaso com a infância seja uma realidade.
Agindo assim, ao final de cada dia você terá uma boa razão para agradecer pelas oportunidades vividas.
***
A sua vida íntima é alimentada, basicamente, por tudo aquilo que você mais valoriza.
Assim, se deseja nutrir a esperança, alimente a sua intimidade com os valores nobres.
E, se você quer construir a paz, enalteça-a com alimento correspondente, escolhendo sempre a parte boa de tudo o que o rodeia.

Equipe de Redação do Momento Espírita, inspirado em palestra proferida por Maurício Silva, na Sociedade Espírita Renovação, Curitiba-PR.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Instrução dos Espíritos

INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS
12. Homens, por que vos queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados. Generaliza-­se o mal ­estar.
A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos outros?
Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males.
Aplicai-vos, portanto, em destruí­-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências.
Um único meio se vos oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vosso proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação. Por que haveis de ter em maior estima o que brilha e encanta os olhos, do que o que toca o coração?
Por que fazeis do vício na opulência objeto das vossas adulações, ao passo que desdenhais do verdadeiro mérito na obscuridade?
Apresente­-se em qualquer parte um rico debochado, perdido de corpo e alma, e todas as portas se lhe abrem, todas as atenções são para ele, enquanto ao homem de bem, que vive do seu trabalho, mal se dignam todos de saudá-lo com ar de proteção.
Quando a consideração dispensada aos outros se mede pelo ouro que possuem ou pelo nome de que usam, que interesse podem eles ter em se corrigirem de seus defeitos?
Dar­-se­-ia o inverso, se a opinião geral fustigasse o vício dourado, tanto quanto o vício em andrajos; mas, o orgulho se mostra indulgente para com tudo o que o lisonjeia. Século de cupidez e de dinheiro, dizeis. Sem dúvida; mas por que deixastes que as necessidades materiais sobrepujassem o bom­ senso e a razão? Por que há de cada um querer elevar-­se acima de seu irmão? Desse fato sofre hoje a sociedade as consequências. Não esqueçais que tal estado de coisas é sempre sinal certo de decadência moral.
Quando o orgulho chega ao extremo, tem­-se um indício de queda próxima, porquanto Deus nunca deixa de castigar os soberbos.
Se por vezes consente que eles subam, é para lhes dar tempo à reflexão e a que se emendem, sob os golpes que de quando em quando lhes desfere no orgulho para adverti-los.
Mas, em lugar de se humilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida, Deus os abate completamente e tanto mais horrível lhes é a queda, quanto mais alto hajam subido.
Pobre raça humana, cujo egoísmo corrompeu todas as sendas, toma novamente coragem, apesar de tudo. Em sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para os teus males, um inesperado socorro à tua miséria.
Abre os olhos à luz: aqui estão as almas dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimento dos deveres reais.
Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade. Dir-­te-­ão que, lá, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-­se-­ão reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno.
Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1862)
Cap. 7 – Bem-Aventurados os Pobres de Espíritos

O Evangelho Segundo o Espiritismo  

Soldados que retornaram da guerra

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC
742 Qual é a causa que leva o homem à guerra?
– Predominância da natureza selvagem sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos conhecem apenas o direito do mais forte; é por isso que a guerra é para eles um estado normal. Contudo, à medida que o homem progride, ela se torna menos freqüente, porque evita as suas causas, e quando é inevitável sabe aliar à sua ação o sentimento de humanidade.
743 A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?
– Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus; então, todos os povos serão irmãos.
745 O que pensar daquele que provoca a guerra em seu proveito?
– Esse é o verdadeiro culpado e precisará de muitas reencarnações para expiar todas as mortes que causou, porque responderá por todo homem cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.
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"O amor supera todas as questões e manifestações perversas. Ama sempre e sofre com coragem, totalmente entregue a Deus, que vela por ti".
Victor Hugo (espírito) / psicografia de Divaldo Franco. Livro: Os Diamantes Fatídicos
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"O indivíduo consciente sabe que somente lhe acontece aquilo que é de melhor para o seu desenvolvimento espiritual."
Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco. Livro: Libertação pelo Amor
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"Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, é imperioso não esquecer que a paz do mundo parte de nós.
Emmanuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier / psicografia de Chico Xavier. Livro: Fonte Viva

O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

Falando ao trabalhador

FALANDO AO TRABALHADOR
"O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade."
 O CÉU E O INFERNO 1ª parte - Capítulo 3º - Item 7.
Trabalhador da vida persevera agindo no bem.
As criaturas na Terra, de certo modo, se parecem com matérias brutas antes de serem trabalhadas.
Diante do solo que te não pode oferecer argila para a olaria ou leiras para a sementeira, evita a blasfêmia.
Trabalha a terra, dando-lhe o amor que te escorre abundante e amparando-a com a dádiva da linfa vivificante.
Ante a montanha não amaldiçoes as pedras.
Trabalha-as e arrancarás formas preciosas.
Frente à árvore retorcida não lhe desprezes os galhos.
Trabalha o lenho, retirando tábuas e mourões que ensejem agasalhos e utilidades.
Face ao ferro envelhecido e gasto não o injuries. Trabalha nele com o auxílio do fogo e aplica-o em variados usos.
Defrontando o lodo não o insultes.
Trabalha, drenando-o, e conseguirás aí abençoada seara que se cobrirá, oportunamente, de flores e frutos.
Há muitos corações, igualmente assim, na estrada dos homens.
Espíritos difíceis de entender, empedernidos na indiferença, retorcidos pelo ódio, envelhecidos no erro, perdidos na inutilidade, comprazendo-se na ignorância e na crueldade.
Não reclames nem os desprezes.
Abre os braços e socorre-os em nome do amor. Quanto te seja possível trabalha junto a eles e neles, confiante no Divino Trabalhador.
Possivelmente os resultados não virão logo nem o êxito do trabalho surgirá de imediato.
Muitas vezes sangrarão tuas mãos na execução da obra e dilacerarás o próprio coração.
De início a dificuldade, o esforço e a perseverança no trabalho.
Mais tarde a assistência carinhosa e o zelo cuidadoso.
Por fim surpreenderás, feliz, a vitória do trabalho paciente, sorrindo como flores na lama, saudando a beleza e a glória da vida em nome de Jesus, o Obreiro da felicidade de nós todos.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 39.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 13 de agosto de 2017

Não estais a sós

NÃO ESTAIS A SÓS
Então neste momento muito grave que nós nos sentimos algo desarvorados que parece, que perdemos a motivação para viver, que nos sentimos vazios torna-se-nos indispensável procurar a palavra quente e amorosa do Rabi Galileu.
Quando Ele nos prometeu o Consolador era para que as nossas lágrimas deixassem o sal da amargura e corressem pela comporta da nossos olhos traduzindo angústia e dor.
O evangelho veio ter conosco para ensinar-nos o hino da santa fraternidade.
A humanidade necessita ver o Cristo descrucificado em nós, não através dos nossos padecimentos, mas por meio da nossa libertação.
A dor tem um sentido sublime de nos despertar para a realidade daquilo em que estamos, não só na carne, mas também fora do invólucro carnal.
Nós, os espíritos amigos, também experimentamos dores e esperanças, alegrias e aflições, que reunimos em uma corbeille de flores para dizer ao Senhor que retiramos todos os espinhos para adornar a senda, por onde vêm as gerações pósteras, sem maltratar os pés nem as angústias.
Necessitamos de compreender, que por mais larga seja a existência física, ela é muito breve; depois que passa...
Então, reflexionar em torno do sentimento do amor, da tolerância, da ternura; é um dever impostergável.
A ternura, que é um gesto dúlcido e humilde de envolver uma outra vida, em esperança e paz, deve estar na aura dos nossos sentimentos a fim de falarmos do Irmão Alegria e do Amigo incomparável de todas as criaturas.
Jesus, meus filhos, é o zênite e o nadir da nossa existência, na matéria e fora dela.
Buscai-O, vivei-O e sede luz. Se não puderdes ser uma estrela, sede um pirilampo, para que haja claridade, no caminho dos trôpegos e dos desesperados.
Acompanhamo-vos, ouvimo-vos e procuramos interceder por vós por que já estivemos nas estradas tortuosas que agora peregrinais e que nos ajudaram a subir a montanha da sublimação evangélica para aspirarmos o supremo amor de Deus através do caminho que leva à Verdade e à Vida.
Tende bom ânimo e não permitais que o desespero se aloje nas vossas almas.
O que não tiverdes agora, bom ânimo!
O amanhã começa, neste momento, e os céus brindar-vos-ão com a dádiva do reconforto se souberdes entender o que o sofrimento vos quer dizer.
Para tanto, amai com a ternura de mãe, com a gentileza de pai, com a alegria de irmão e com devotamento de amigo e o Senhor cantará, aos ouvidos da vossa alma: "Bem-Aventurados sede vós, que me ouvistes e chegastes até mim."
Muita paz, meus amigos!
São os votos do espírito-espírita, em nome dos nossos amigos do mais além,
Bezerra.
(Bezerra de Menezes)

Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco na noite de 10 de agosto de 2017 ao término da conferência no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro.

O remédio amargo

O REMÉDIO AMARGO
Uma mulher estava passando por grandes sofrimentos em sua vida. Estava cheia de dívidas, seu marido a abandonou, seus filhos brigaram com ela, e havia o risco de perder a sua casa. Já não aguentava mais aquela situação, e começou a se questionar o motivo de tamanho sofrimento. Pensou em desistir de tudo e tirar sua própria vida.
À noite, em meio a muitas lágrimas derramadas, orou a Deus pedindo que interrompesse tanto sofrimento, pois ela não queria passar por tudo aquilo. Fez uma prece declarando: “Deus, por favor, Não consigo aguentar tanto sofrimento, tantas dificuldades em minha vida. O Senhor é todo poderoso. Suplico que retire este peso dos meus ombros”.
Após a oração, a mulher deitou-se e adormeceu. Começo a sonhar que um anjo vinha em sua presença e lhe dizia as seguintes palavras: “Sou o anjo que Deus enviou para te acudir nesse momento. Por favor venha comigo”.
No sonho, a mulher foi seguindo o anjo e percebeu que ambos iam regressando ao seu próprio passado. Começou a rever várias fases de sua vida, e finalmente parou numa cena em que ela obrigava seu filho a tomar um remédio. O anjo aproximou-se e disse: “A resposta as tuas angústias está dentro de ti. Tu mesmo usou este método para ajudar teus filhos”.
A mulher olhou a cena e viu que, num passado não muito distante, quando seus dois filhos ainda eram crianças, ela os obrigou a tomar um remédio bastante amargo. Um dos seus filhos estava doente, e o médico havia receitado aquele medicamento afirmando que, caso o menino não o tomasse, poderia ficar ainda mais doente. Mas, ao contrário, se ele tomasse a medicação, iria melhorar em pouco tempo. A mãe então levou o remédio para o filho. O menino recusou-se a tomar a medicação, dizendo que o gosto era muito amargo, e que ele não queria sentir aquilo. A mãe então disse que ele deveria tomar de qualquer forma, caso contrário iria castigá-lo severamente. O filho chorou, esperneou, gritou, fez muitas cenas, mas finalmente tomou o medicamento. Alguns dias depois estava curado de sua enfermidade.
O anjo, que acompanhava tudo, perguntou a mulher:
– Você deixaria de dar este medicamento a seu filho por que ele pediu, alegando que não queria sentir o gosto ruim do remédio?
– De jeito nenhum! Respondeu a mãe. Se o medicamento é necessário, e se vai cura-lo, ele precisa tomar, não importa a sua vontade. Pois naquele momento ele era uma criança, e não podia entender o que se passava e a importância da medicação.
O anjo respondeu:
– O mesmo ocorre entre você e Deus. Deus é seu pai ou mãe, e a humanidade inteira são Seus filhos. Os seres humanos são como crianças que não compreendem ainda os benefícios do remédio amargo dos sofrimentos e provações da vida. Da mesma forma que tu obrigas teu filho a tomar uma medicação que é para o bem dele, Deus também nos coloca em circunstâncias que nos são indesejadas, mas que são imprescindíveis para a cura do nosso espírito. Também para ti, os sofrimentos são remédios muito amargos, e te revoltas e te recusas a sentir tamanho dissabor. Procure compreender que, da mesma forma que teu filho precisou do medicamento para se curar, teu espírito precisa atravessar estas tribulações para se purificar.

Autor: Hugo Lapa

Dia dos Pais é dia de Deus

DIA DOS PAIS É DIA DE DEUS
Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.
Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizerem pais ou tutores.
As mães são sempre revelações angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam…
Esse perdeu a juventude, carregando as responsabilidades do lar;
aquele se entregou a pesados sacrifícios, apagando a si mesmo, para que os filhos se titulassem com brilho na cultura terrestre;
outros se escravizaram a filhinhos doentes;
muitos foram banidos do refúgio doméstico, às vezes, pelos próprios descendentes, exilados que se acham em recantos de imaginário repouso, por trazerem a cabeça branca por fora, e, em muitas ocasiões alquebrada por dentro, sob a carga de lembranças difíceis que conservam em relação aos infortúnios que atravessaram para que a família sobrevivesse, e,
ainda outros renunciaram à felicidade própria, a fim de se converterem nos guardais da alegria e da segurança de filhos alheios!…
Compadece-te de nossos irmãos, os homens, que não vacilaram em abraçar amargos compromissos, a benefício daqueles que lhes receberam os dons da vida.
Ainda mesmo aqueles que se transviaram ou enlouqueceram, sob a delinqüência, na maioria dos casos, nos merecem respeitoso apreço pelas nobres intenções que os fizeram cair.
A vida comunitária, na Terra de hoje, instituiu datas de homenagens às profissões e pessoas.
Lembrando isso, reconhecemos, por nós, que o Dia das Mães é o Dia do Amor, mas reconhecemos também que o Dia dos Pais é o Dia de Deus.

Do livro “Seara de Fé”, Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Auto Doação

AUTO-DOAÇÃO
"893. Qual a mais meritória de todas as virtudes? "Toda virtude tem seu mérito próprio porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade".
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Aprende a doar-te, se desejas atingir a prática legítima do Evangelho. Pregador que se alça à tribuna dourada, derramando conceitos brilhantes mas não se gasta nos labores que propõe é apenas máquina de falar, inconsciente e inconsequente.
O verdadeiro aprendiz da Boa Nova está sempre a postos.
Se convidado a dar algo, abre a bolsa humilde, e, recordando-se da parábola da viúva pobre, oferta o seu óbulo sem constrangimento.
Se chamado a dar-se, empenha-se no trabalho, gastando-se em amor, consumindo as energias recordando o Mestre na carpintaria nobre.
Há muita gente nas fileiras do Cristianismo que ensina com facilidade, utilizando linguagem escorreita, falando ou escrevendo, mas logo que é convocada a dar ou doar-se recua apressadamente ferida no amor próprio.
Prefere as posições superiores de mando, distante das honrosas situações do serviço.
Pode ser comparada a parasitas em alta posição na árvore de que se nutrem, inúteis.
Em comezinhos exemplos, encontrarás, no quotidiano, o ajudar gastando-se.
A pedra que afia a lâmina, consome-se no mister.
A grafite que escreve, desaparece enquanto registra.
O sabão que higieniza, dissolve-se, atendendo ao objetivo.
Em razão disso, não receies sofrer nas tarefas a que te propões.
São os maus que te necessitam. Os enfermos te aguardam e os infelizes confiam em ti.
Pede a ti mesmo, algo por ele, e embora o teu verbo não tenha calor nem a tua pena seja portadora da fraseologia retumbante, haverá sempre muita beleza em teus atos e muita bondade em teus gestos quando dirigidos àqueles para quem, afinal, a Boa Nova está no mundo, recordando que Jesus, após cada pregação sublime, dava-se a si mesmo para a felicidade geral.
A estes oferecia a palavra de alento e paz.
Àqueles ministrava, compassivo, lições de vida e gestos de amor.
A uns abria os olhos fechados ou os ouvidos moucos.
A outros lavava as mazelas em forma de pústulas ou recuperava a paz, afastando os Espíritos infelizes.
E a todos se doava, sem cessar, cantando a Boa Nova e vivendo-a entre os sofredores até a Cruz, que transformou em ponte de luz na direção da Vida Imperecível.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 10.

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Viver pela Fé

VIVER PELA FÉ
"Mas o justo viverá pela fé." - Paulo
(ROMANOS, capítulo 1, versículo 17.)
Na epístola aos romanos, Paulo afirma que o justo viverá pela fé.
Não poucos aprendizes interpretaram erradamente a assertiva.
Supuseram que viver pela fé seria executar rigorosamente as cerimônias exteriores dos cultos religiosos.
Frequentar os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a simbologia sectária, indicariam a presença do homem justo. Mas nem sempre vemos o bom ritualista aliado ao bom homem. E, antes de tudo, é necessário ser criatura de Deus, em todas as circunstâncias da existência.
Paulo de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo invariável, na verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus.
Os dias são ridentes e tranquilos? Tenhamos boa memória e não desdenhemos a moderação.
São escuros e tristes? Confiemos em Deus, sem cuja permissão a tempestade não desabaria. Veio o abandono do mundo? O Pai jamais nos abandona. Chegaram as enfermidades, os desenganos, a ingratidão e a morte? Eles são todos bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de sermos justos, de vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 23.

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