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– AS QUALIDADES DE DEUS
Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial,
único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo.
Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência
do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita
às vossas
ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com
efeito,
vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições,
porquanto,
se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria
superior a tudo,
não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas,
Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de
qualquer
das imperfeições que a imaginação possa conceber.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 13)
AS
QUALIDADES DE DEUS
As
qualidades de Deus são marcadas pelas nossas comparações pálidas, por não
haverem outras em que possamos nos apoiar. Sujeitamos o Senhor às nossas fracas
deduções em confronto com os nossos dons, colocando o nosso Pai Celestial dotado
das nossas faculdades altamente aprimoradas. Que Ele nos perdoe as comparações.
Quando
falamos que Deus é a Suprema Inteligência, é porque não encontramos recursos na
linguagem para destacá-lO de outra forma.
Inteligência
e razão ainda são posses do Espírito comum; o Criador está acima de todas as
colocações humanas, e mesmo espirituais, do nosso plano.
Quando
falamos que Deus é Amor, certamente estamos diminuindo o Grande Foco de Luz que
nos sustenta todos. O amor é um dos seus atributos; Ele é muito mais que o
amor. Ele é, pois, o Incomparável.
A
ansiedade dos homens em conhecer Deus, seus atributos, sua intimidade, é
impulso dos primeiros passos da criatura na escala evolutiva, e isso vai se arrefecendo
de acordo com a sequência do despertar espiritual; não que os Espíritos percam
a vontade de conhecê-lO, pelo contrário: o que perdem é o interesse de passar
dos limites das suas forças. Não desejando contrariar as leis, cumprem os seus
deveres e esperam a sábia vontade d’Aquele que tudo conhece pela onisciência dos
seus valores.
A
magnitude de Deus ofusca todas as luzes e a sua bondade inspira todas as bondades
do universo; o seu amor alimenta todo o amor da criação e o seu trabalho é o
exemplo que deveremos operar constantemente. É muito bom falar de Deus, pensar
em Deus e, se for o caso, escrever sobre Deus, porque é neste ambiente que passamos
a conhecê-lO melhor e respeitá-lO condignamente. Enquanto assim agimos, estamos
condicionando ideias elevadas acerca da sua inconfundível personalidade. Este
exercício é de alto valor para a nossa integração com a Divindade, pois se
processa uma operação de seleção de valores nas nossas intimidades, como no
íntimo de quem, porventura, nos ouvir ou ler. É tempo que o próprio tempo
aperfeiçoará nas bênçãos do Comandante Maior.
Uma
coisa falamos com muita alegria: que as sementes dos atributos do Criador se
encontram plantadas nas nossas consciências, na profundidade do nosso ser e, se
assim podemos dizer, a força do progresso se encarregará de despertá-las para a
luz e fazê-las crescerem para a fonte de onde vieram.
Ninguém
foge desses caminhos delineados pela Grande Vida. A área da nossa liberdade é
muito pequena para sabermos o de que verdadeiramente precisamos; tudo obedece à
vontade d’Aquele que nos criou, tudo vem d’Ele e vai para o seu seio fecundo e
celestial.
Quem
deseja analisar a capacidade de Deus, que observe a sua criação, a harmonia e a
mecânica do Universo. Tudo é luz na sua feição divina, mesmo o que pensamos ser
treva, por nos faltarem dons desenvolvidos na busca da intimidade das coisas.
Oh!
Homens que caminhais conosco, se quereis viver felizes, deixai despertar as
luzes que existem em vossos corações, na conjuntura das vossas forças, agradecendo
à Divindade e tomando as mãos do Cristo, que Ele vos libertará!
Sejamos
fortes na educação de nós mesmos todos os dias, porque é na persistência do
trabalho e no esforço do dever, que beijamos as flores da sabedoria como se
fossem a face do Criador, nos dignando para um novo amanhecer.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez
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