14 – UNIDADE DO CRIADOR
Deus é um ser
distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas
as forças e de
todas as inteligências do Universo reunidas?
“Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e
não causa.
Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa.
“Deus existe; disso não podeis
duvidar e é o essencial. Crede-me, não
vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis
sair. Isso
não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois
que
acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai,
conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas
que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as
vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o
que será
mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 14)
UNIDADE
DO CRIADOR
Deus
é uma unidade dinâmica, no seu caráter criativo e fecundo, mas único na sua
majestosa intimidade de valores incomparáveis.
Ele
não é produto das coisas e inteligências, disseminadas por toda a criação, pois
causa e efeito são duas coisas distintas uma da outra. Basta um pouco de
raciocínio para podermos harmonizar estas ideias, referentes ao Senhor de todas
as coisas.
Em
todos os momentos que voltamos a pensar em Deus, os nossos sentidos passam a vê-lO
na sua unidade total, único na sua posição de benfeitor universal.
Dividi-lO
é contrariar a nossa consciência e sentir insegurança sobre a verdadeira paternidade.
Registramos nas nossas deduções mais apuradas, no mundo espiritual, a unidade
do Criador, como ouvimos os grandes missionários da luz, que descem até nós com
as mesmas ideias, os quais nos mostram a realidade pelos fatos da própria natureza,
engenhoso processo que reflete a presença da Grande Luz em todas as intimidades
criadas.
Não
nos preocupemos quando os homens pretendem adorar outros deuses, ou muitos
deuses, como no passado. A verdade não se inquieta;
ela se impõe porque é a verdade. No perpassar dos tempos, somente ela ficará de
pé, diante de todas as deduções humanas. O que temos a dizer, com toda a
sinceridade do coração, é que Deus é uno, é um ser individual, ligado por
agentes sutis a toda a criação, e mais atuante na intimidade de todas as
coisas. Quando o Espírito encontra a si mesmo, passa a sentir Deus com mais
intensidade, por ser essa a senda, a porta de partida para novos conhecimentos
sobre a Divindade.
Começa,
meu irmão, a estudar as tuas próprias reações, a analisar teus próprios feitos,
a corrigir os teus próprios deslizes, no silêncio que é próprio ao iniciante da
verdade, que conhecerás outras dimensões do saber. Estas sempre vibram ao nosso
redor sem que as suas notícias nos atinjam por faltar o bater às portas da
simbologia evangélica. Quando os nossos pensamentos se educarem na razão direta
das qualidades superiores e a boca se esquecer de ferir, os olhos de perscrutar
os erros alheios e as mãos se tornarem somente instrumentos de ajudar, estabelecer-se-á
a harmonia em nossos corações. Se Deus é Unidade, é de nosso dever criar a
unidade do bem, do amor e da caridade em nós, para que possamos refletir a
Divindade em todos os nossos passos.
O
homem inteligente procura não contrariar as leis naturais e, quando ele desencarna
com essas mesmas intenções, sentirá na profundidade o porquê desta obediência.
Ninguém é livre na totalidade da expressão. Somos todos servos do Senhor e essa
deve ser a nossa imensa alegria, porque Ele sabe o que mais nos convém nas
linhas do nosso despertar.
O
panteísmo foi uma verdade “camuflada”, por encontrar uma humanidade sem
condições de senti-la face a face. A verdade se torna, pois, relativa em todas
as suas nuances de claridades espirituais. Agora estamos comungando com ideias
mais puras sobre a Divindade e a maturidade nos aproxima mais da Luz que nos
alimenta e nos sustenta a vida.
Por
isso cremos na unidade de Deus, na sua justiça cheia de misericórdia e de Amor.
Quanto mais conhecemos o Senhor, mais notamos as nossas deficiências em conhece-lo,
dada a sua grandeza de poderes e os seus atributos indescritíveis.
Crê,
meu filho, em Deus, sê obediente ao Comando Maior, que tudo virá ao teu
encontro pelas linhas do teu merecimento e de acordo com a tua capacidade de suportar.
Não existe injustiça em quaisquer dos acontecimentos da vida, essa é a verdade.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez
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