quinta-feira, 7 de setembro de 2017
Convite à Calma
CONVITE
À CALMA
"Não resistais ao mal que
vos queiram fazer."
(Mateus: capítulo 5º, versículo
39.)
O espinho do ciúme vence-a; o estilete da ira dilacera-a; o
ácido da inveja corroe-a, os vapores do ódio enlouquecem-na; a agressão da
calúnia despedaça-a; o tóxico da maledicência perturba-a; a rama da suspeita
inquieta-a; o petardo da censura fere-a; as carregadas tintas do pessimismo
tisnam-na se o cristão decidido não se resolve mantê-la a qualquer preço.
Não importa que exsudes1, agoniado, em quase colapso
periférico, ou estejas com a pulsação alterada, ou, ainda, sofras o travo do
amargor nos lábios. Imprescindível não precipitares atitudes, nem conclusões
aligeiradas, nem desesperações injustificáveis.
Não nos reportamos à posição inerme, à aparência, pois o pântano
que parece tranquilo é abismo, reduto de miasmas e morte traiçoeira.
Aludimos a um espírito confiante, fixado nas diretrizes do
Cristo, sem receios íntimos, sem ambições externas. Equilibrado pela reflexão,
possuidor de probidade pela ponderação.
Calma significa segurança de fé, traduzindo certeza sobre a
Justiça Divina.
Ante o dominador tíbio que lavava as mãos, em referência à Sua
vida, Jesus se fez o símbolo da calma integral e da absoluta certeza da vitória
da verdade.
Cultiva, portanto, os sentimentos e mantém os propósitos
edificantes. Perceberás, surpreso, que as atitudes dos maus não te atingirão,
facultando-te através da calma não resistir ao mal que te queiram fazer,
conforme lecionou o Senhor, porquanto a integridade da fé em exteriorização de
calma dar-te-á forças para vencer as próprias limitações e prosseguir
resolutamente, em qualquer circunstância.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites
da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5
* * * Estude Kardec * * *
1- exsudes - Exsudes vem do verbo exsudar. O mesmo que:
destiles, estiles, porejes, ressumbres, ressumes.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Ante a Cruz e a Espada
ANTE
A CRUZ E A ESPADA
Desde priscas eras, a espada vem contribuindo para o desar do
ser humano, embora a utilidade de que também se reveste, quando aplicada com o
objetivo edificante.
No período paleolítico, começou a ser usada na sua forma tosca
na condição de instrumento de defesa dos animais, assim como auxiliar para
diversos labores que tornariam melhor a existência.
À medida, porém, que o desenvolvimento intelectual se foi
aprimorando, ei-la transformando-se mais em arma agressivo-defensiva, ceifando
vidas humanas nos ferozes combates entre tribos e clãs.
Deu origem, de alguma forma, a lança, a flecha, que serviam para
a caça e a pesca, mas especialmente para a guerra.
Aprimorada, converteu-se em troféu de honra e galardão para os
cavalheiros e os chefes de Estado no momento das gloriosas ascensões aos
poderes temporais...
A cruz, por sua vez, na função punitiva, surgiu originalmente na
Caldeia antiga, sendo utilizada como instrumento de aflição e de morte
dolorosa.
Os romanos passaram a utilizá-la pelos sofrimentos que causava
às suas vítimas, prolongando-lhes as angústias e matando-os mediante a terrível
asfixia além das inenarráveis dilacerações que produzia.
Lentamente passou por mudanças da trave horizontal como da
vertical, de acordo com os povos que a tomaram como símbolo hierático,
inscrevendo nas suas bandeiras e flâmulas, nos seus documentos e obras. Entre
muitas, surgiram as cruzes grega, de Tau, heráldica, em trevo, bifurcada, da
igreja ortodoxa, de Jerusalém...
Na gloriosa História do Cristianismo, aturdido no Getsêmani,
Pedro tomou de uma espada e decepou a orelha de Malco, que Jesus curou,
advertindo-o para que a embainhasse, porque todo aquele que a usa para ferir,
torna-se-lhe vítima do afiado gume.
Por sua vez, a cruz, na qual Ele foi supliciado até a morte,
deixou de ser vista apenas com a finalidade para matar, tornando-se instrumento
liberador para a vida sublime e perene.
Antes, Ele já lhe havia diminuído o caráter punitivo no qual era
utilizada, ao propor que cada qual deveria toma-la sobre os ombros, a fim de
segui-lO.
Sucede que há também espadas destrutivas não metálicas ou de
confecção material, porém, simbólicas e de efeitos danosos.
A língua humana resguardada na boca é uma lâmina embainhada, que
tanto pode edificar, favorecer, como ferir, amargurar, destruir.
A calúnia é urdida na mente, mas verbalizada consegue roubar a
paz, tisnar a harmonia do ser e até ceifar vidas honoráveis.
A maledicência é responsável por conflitos inomináveis, gerando
animosidades que se convertem em tragédias.
A intriga e a censura perversa são verdadeiras espadas afiadas
que se encarregam de aniquilar belas florações dos sentimentos, que despertam a
inveja e a malquerença dos enfermos morais.
Por sua vez, a cruz invisível dos sofrimentos, quando conduzida
com resignação alça o indivíduo às regiões da plenitude, enquanto a espada o
degrada.
O crucificado pode converter-se em magnífica vítima do martírio,
tornando-se uma ponte espiritual entre os abismos do mundo material e grotesco
e o de natureza espiritual transcendente.
Fitando-se Jesus na cruz, pode-se ver além do espetáculo
chocante, um Vencedor de braços abertos, caído, porém, de pé, alçando-se ao
infinito num voo de incomparável doação, a fim de que toda a humanidade pudesse
segui-lO.
Aqueles que utilizaram a espada contra Ele e a vida, sucumbiram
na loucura e no desconforto moral, ficando suas vidas assinaladas pela
crueldade e infâmia.
Foi Ele quem transformou a cruz em bênção e a espada em veículo
para a sublimação.
Na sua infância em Nazaré, Ele conheceu a rebelião judaica
armada contra os romanos que o general Varus esmagou, adornando a estrada de
Séforis, que ficava próxima do seu modesto lar sete quilômetros, com dois mil
galileus crucificados, expostos de um e do outro lado.
Mais tarde, no ano 70 depois de Sua morte, Tito acabou com as
florestas de Israel, crucificando mais de uma centena de milhar dos que
resistiram na Jerusalém insubmissa e que foi arruinada de tal forma que a fez
desaparecer, dando lugar, algo mais tarde, à construção da cidade de Aélia
Capitolina.
Hoje, ei-la ainda vítima pelas lutas sangrentas em que predomina
a espada.
Toma a tua cruz e embainha a tua espada na atual existência
carnal.
Sê simples e puro de coração, triunfando interiormente
adornando-te das condecorações sublimes: as cicatrizes morais dos testemunhos.
Não ergas a espada para ferir em revide ao golpe que sofreste,
mas antes perdoa.
Seja decorrente da acusação indébita, da infame traição, da
perversa injustiça, não reajas, cultivando o perdão, porque o outro, aquele que
mal procede, não sabe realmente o que está fazendo.
Não importa que ele seja teu amigo ou teu familiar, que a miopia
espiritual cegou ou se é declarado adversário que se compraz afligindo-te.
Tem em mente que ele está doente e que já passaste pelo mesmo
caminho, agora em processo de recuperação.
Perdoa sempre, a fim de viveres em paz.
Reflexiona que hoje segues ao som das bem-aventuranças, cuja
musicalidade permanece ressoando desde há vinte séculos e somente agora a
ouviste, encantando-te.
Supera-te através do perdão e faze da tua espada um instrumento
que, cravado no solo, tome a aparência de uma cruz através da qual te redimas e
arraste na direção do Mestre aquele que te amaldiçoa e apunhala.
Perdoa, portanto, com alegria e paz.
Pelo Espírito Joanna de
Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de
28 de agosto de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,
Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=295
As decepções e a Bondade Divina
AS
DECEPÇÕES E A BONDADE DIVINA
“A
felicidade não é deste Mundo”
constitui uma citação bastante
conhecida.
Ela corresponde
a uma realidade, pois raramente no Mundo se conjuga tudo o que se acha
necessário para alguém ser perfeitamente feliz.
Saúde, mocidade,
beleza e dinheiro entram nessa equação.
Contudo, mesmo
na presença de tais fatores objetivos, muitas vezes a criatura padece de
tormentos íntimos.
Vêem-se com
freqüência seres aparentemente privilegiados a reclamar da vida.
Consultórios de
psicólogos e psiquiatras também são freqüentados por aqueles a quem se imaginaria
felizes e saciados.
Mas a ampla
maioria dos seres humanos debate-se com inúmeros problemas.
Nos mais
variados planos da existência, os dramas se sucedem.
Dificuldades
financeiras, de relacionamento ou de saúde clamam por atenção.
Perante as
naturais decepções do Mundo, por vezes as criaturas se rebelam.
Quando
alcançadas por experiências dilacerantes, imaginam-se abandonadas por Deus.
Esse modo de
sentir revela uma compreensão muito restrita da vida.
Ele até seria
razoável, caso tudo se esgotasse em uma única existência material.
Perante a vida
que segue pujante além do túmulo, os problemas materiais diminuem de
importância.
Em face desse
amplo contexto, dificuldades não são tragédias, mas simples desafios.
Em cada homem
reside um Anjo em perspectiva.
Ele é brindado
com as experiências necessárias para atingir o seu augusto potencial.
As dores, por
maiores que sejam, sempre passam.
Mesmo uma
enfermidade incurável tem o seu término.
Após a morte do
corpo físico, o Espírito prossegue sua jornada.
Se conseguiu
passar com dignidade pelo teste, ressurge mais forte e virtuoso.
Caso tenha se
permitido reclamações e revoltas, terá de refazer a lição.
Convém ter isso
em mente ao enfrentar as crises da vida.
Deus é um Pai
amoroso e bom.
Ele não Se
rejubila em torturar Suas criaturas.
As dores do
Mundo têm finalidades transcendentes.
A maioria é
providenciada pelos próprios homens, com suas paixões e equívocos.
Todas elas
constituem desafios.
Ninguém deve
acalentar o masoquismo e se rejubilar em sofrer.
É preciso lutar
para sair de todas as dificuldades e recuperar o bem-estar.
Mas em face de
situações inelutáveis, quando nada se pode fazer, é necessário pensar na
bondade Divina.
Ela não se
revela apenas quando tudo parece estar sob um céu azul, nas mesas fartas e nos
sorrisos radiantes.
A bondade de
Deus também se manifesta no sofrimento que torna o homem mais apto a
compreender a dor do semelhante.
Ela está
presente nas situações constrangedoras que minam o orgulho, a vaidade e a
indiferença.
A vida na Terra
é passageira e se destina ao burilamento do ser.
O viver terreno
propicia resgate de equívocos do pretérito e preparação para etapas sublimes do
existir imortal.
Em um mundo
material e ainda bastante inferior, os entrechoques e as decepções são
inevitáveis.
Apenas uma fé
viva na bondade Divina permite que o homem preserve seu coração livre de
amargura.
Pense nisso.
Redação do
Momento Espírita
O melhor para cada um
O MELHOR PARA
CADA UM
Você costuma reclamar da vida que leva? Acredita que outros
vivem melhor do que você? Gostaria de ter nascido em lugar diferente, em outro
país, desfrutar de outras condições?
Quem sabe, ter outros pais? Melhor condição financeira? Pois
assim também pensava Mogo, um jovem que vivia na china há muitos anos.
Ele ganhava seu sustento lascando pedras. Embora são e forte,
não estava contente com sua vida. Queixava-se dia e noite.
Tanto reclamou, esbravejou que seu anjo de guarda lhe disse em
sonhos, certa noite: "você tem saúde e uma vida pela frente. Deveria ser
agradecido a Deus. Por que reclama tanto e é tão infeliz?"
"Deus foi injusto comigo", disse o rapaz. "não me
deu oportunidade de crescer."
Com medo que o seu protegido acabasse perdendo a sua vida, o
anjo rogou ajuda ao pai todo poderoso. Deus disse ao mensageiro que tudo o que
Mogo pedisse lhe seria concedido.
No dia seguinte, Mogo quebrava pedras quando viu passar uma
carruagem com um nobre coberto de jóias. Desejou ser nobre.
Ele se transformou então em dono de um palácio, com muitas
terras, servidores e cavalos. Passeando em uma das tardes, feliz porque todos
se curvavam a sua passagem, em sinal de respeito, começou a sentir um calor
insuportável.
Mogo transpirava como no tempo em que lascava pedras. Deu-se
conta de que o sol era maior do que ele, estava acima de príncipes, reis,
imperadores e muito mais alto que todos.
"Por que não posso ser o Sol?"
Escondendo a sua tristeza, seu anjo de guarda atendeu seu
desejo. Enquanto brilhava no céu, admirado com seu gigantesco poder de
amadurecer as colheitas, um ponto negro avançou em sua direção.
A mancha escura ficou à sua frente e ele não podia mais ver a
Terra.
"Anjo, quero ser nuvem."
Logo, poderoso, ele escurecia o sol. "Sou invencível",
gritava.
Mas uma imensa rocha de granito se erguia em meio ao oceano.
Mogo achou que a rocha o desafiava e se transformou em rocha.
Certa manhã, Mogo sentiu uma lança aguda em suas entranhas de
pedra. Depois outra. E outra.
"Anjo, socorro! Alguém tem mais poder do que eu. Quero ser
poderoso como este ser que está tentando me matar!" E foi assim que Mogo
voltou a lascar pedras...
Estamos colocados no melhor lugar, na situação que necessitamos
para progredir.
Ninguém se encontra em lugar errado, nem ao lado de pessoas que
não mereça.
Tudo se encontra dentro da lei de progresso. Não existem
problemas que não possamos vencer ou dificuldades que não consigamos transpor.
Cada um de nós recebe exatamente a carga que pode suportar. Nem
mais, nem menos.
Saibamos ser reconhecidos a Deus pela vida, pela saúde, pelas
dificuldades. Porque estrada que não tem pedras, não é segura.
Momento Espírita - Fonte:
Revista Harmonia ano VIII número 59 set/99
domingo, 3 de setembro de 2017
Fé Religiosa
FÉ RELIGIOSA
Do
ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais (pontos
fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas
têm seus artigos de fé. Sob este aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega.
Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o
falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso,
produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a
fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do
progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro, também o é à luz meridiana.
Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé
cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está
com a razão.
Estas palavras são de Kardec
e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”.
Prossegue
o Codificador:
Diz-se
vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta muita gente alegar que não
lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que
ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido
de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais
básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los;
a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não
deixarão de achá-la.
Em
certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para
desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente
de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente
penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardarias. As primeiras já
creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam:
estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a
educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta
existência, ficará em outra.
Continua
Kardec:
A
resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele, do
que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base,
base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer,
não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste
século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o
maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação
de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre
arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é
que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela
deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé
raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura
então crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu.
Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade.
A
esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre
que não encontra oposição sistemática e interessada.
Equivocados,
alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher
Hitchens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD
“Raiz de todo mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de
cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Anthony Crayling
lhes faz companhia nessa cruzada contra a religião.
A
missão do homem inteligente na Terra (Eva, VII-08) é desenvolver sua
inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências
retardatárias.
A
inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem
empregada.
Reflitamos
a respeito.
Revista Internacional de
Espiritismo – Janeiro 2008.
Medo de Amar
MEDO DE AMAR
A
insegurança emocional responde pelo medo de amar.
O
amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os revestimentos
da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e mentais,
sob os quais o ego se esconde.
O
medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas,
vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como
amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados
condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.
Toda
vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades
que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor,
para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações
imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não percebendo
que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são,
também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem vazão às
necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao
Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.
Vemo-los
no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que
sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram
vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem
agradar, igualmente sedentos de amor real.
O
amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos...
Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a
acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse
mecanismo do prazer mais elevado, imediato, aquele que não atormenta nem exige,
mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar.
Quando
o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe
apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais
adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de
ternura e de paz.
FRANCO, Divaldo Pereira. Amor, Imbatível Amor.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.
* * * Estude Kardec * * *
Obstáculos Iniciais
Toda
caminhada é constituída de obstáculos.
Ninguém
vive sem enfrentar desafios.
A pessoa
que nos pareça mais bem aquinhoada tem a sua cota de provação, pois, se assim
não fosse, qual seria o seu estímulo para crescer?!
A
função da dor, em essência, é a de incomodar os espíritos, concitando-os a
avançar na senda do progresso.
A
mediunidade, como instrumento de evolução do ser, também não foge à regra. Ela
é, por assim dizer, um vastíssimo campo de lições, onde o espírito amadurece na
sua lida.
Quando
a mediunidade se manifesta em alguém, o Mundo Espiritual começa a descortinar-se
para ele. Apesar de todo conhecimento teórico que possa ter, a prática lhe
conferirá uma experiência intransferível.
Relacionando-se
com espíritos de diferentes categorias, o médium perceberá por si mesmo a
abrangência da vida no Mundo Espiritual.
A
pouco e pouco, o medianeiro principiante compreenderá que lidar com os
espíritos não é muito diferente de lidar com os homens, pois nas regiões
superposta do Invisível pululam espíritos de diversas condições evolutivas,
qual acontece com os encarnados, nas várias camadas sociais a que pertencem.
Um
jovem inexperiente que se inicia nos negócios do mundo facilmente será
ludibriado pelos espertalhões inconsequentes. A tendência natural do homem é
confiar, até que o germe da desconfiança lhe seja plantado na alma.
Somente
depois de algumas decepções é que este jovem aprende que carece defender-se das
armadilhas da maledicência e, melancolicamente, acaba por constatar que entre
os homens ainda prevalece a lei da selva.
Feliz
daquele que experimenta a ação do mal e não endurece o seu coração!
Em
sua oração pelos discípulos, Jesus roga a Deus: “Não peço que os tire do mundo,
mas que os livres do mal”. (João, cap. 17, v. 15).
Segundo
Kardec, um médium iniciante deve considerar-se feliz por manter o intercâmbio
com espíritos considerados inferiores, e não com os levianos. E isto, porque os
espíritos de pequena evolução podem igualmente ensinar-lhe muito, porque sempre
são sinceros em suas palavras, ao passo que os levianos são calculistas e
enganadores.
Lembremos
que a Codificação não foi compilada somente com os depoimentos dos Espíritos
Superiores; eles próprios encaminhavam à Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas os espíritos sofredores que narravam suas valiosas experiências de
além-túmulo.
Que
os médiuns se acautelem, portanto, mas não desanimem porque estejam obtendo
comunicados de espíritos inferiores em seus exercícios iniciais. Se meditados –
repetimos -, esses comunicados muito elucidarão acerca das diversas situações
dos espíritos no Mundo Espiritual, mostrando uma realidade que só se conhecia
através da teoria.
Um
especialista em Sociologia não tem a experiência de quem vive socialmente
marginalizado.
O
sofrimento é uma experiência individual, porque não há duas pessoas que sofram
exatamente da mesma forma a ação da mesma dor.
Diante
do exposto, convenhamos que o maior escolho do médium no exercício da
mediunidade será o da sua própria imperfeição moral, porque, se ele tiver
determinação em prosseguir, todos os obstáculos lhe serão causa de
enriquecimento e motivação na tarefa.
Mas
porque nos referimos aos obstáculos iniciais, não imaginem os médiuns que algum
dia se verão livres dos empecilhos naturais da marcha. Superando um obstáculo,
eis que logo adiante outro se lhes apresentará.
Devem
os medianeiros, principiantes ou experientes, considerar-se felizes quando os
obstáculos enfrentados por ele sejam de ordem exterior, quais a intolerância
deste ou daquele companheiro, a crítica de um familiar, a implacável
perseguição de um obsessor, a falta de apoio do grupo a que pertençam…. Esses
obstáculos exteriores, embora desagradáveis, são facilmente arredados, quando
se persevera em silêncio no cumprimento do dever.
O
difícil é quando o médium apresenta-se, ele mesmo, como o maior obstáculo, ao
deslanchar de sua mediunidade; difícil e triste, porque, então, os Espíritos
Amigos haverão de sentir-se frustrados e lamentarão que, não raro, tão precioso
talento esteja em mãos de quem não saiba valorizá-lo.
Pelo Espírito de: Odilon Fernandes
Psicografado pelo Médium: Carlos A. Baccelli
Livro: Somos Todos Médiuns
Psicografado pelo Médium: Carlos A. Baccelli
Livro: Somos Todos Médiuns
Coerência e Austeridade
COERÊNCIA E AUSTERIDADE
O
teu compromisso com a imortalidade é portador de grave e alta responsabilidade.
Ele diz respeito ao teu futuro espiritual, em favor do qual deves investir os
teus melhores recursos, por considerar-lhe o sentido de elevada magnitude, em
razão a sua perenidade.
Renasceste
na Terra, com a destinação luminosa, a fim de libertar-te de toda e qualquer
sombra, que te vem impossibilitando o avanço na direção da plenitude e tem sido
o fator determinante dos teus conflitos e dificuldades evolutivas.
Conhecedor,
que és, dos conteúdos sublimes da fé racional que haures na Doutrina Espírita,
já não podes permitir o luxo enfermiço da ignorância, nem as justificativas
infantis em torno das impossibilidades, que te cabem ultrapassar com
naturalidade e entusiasmo.
A
luz que norteia os novos caminhos é bênção que vens fazendo jus pelos esforços
contínuos de libertação das mazelas que te têm acompanhado ao largo do tempo.
Não
mais te detenhas nos comportamentos infelizes, aqueles que proporcionam
prazeres mórbidos, mas intoxicam a mente e pervertem os sentimentos,
agrilhoando-te às masmorras do atraso moral.
És
filho de Deus, que te ama, havendo-te concedido a honra de conhecer-Lhe o
Embaixador incomparável, que se ofereceu em sacrifício espontâneo, a fim de que
pudesses fruir da vida e dessa vida que proporciona abundância.
Antes,
embora sentisses a necessidade de crescer interiormente, de fruir paz, de
encantar-te com todos os contributos com que a Natureza te felicita,
encontravas-te dependente dos instintos básicos, que nutriam as paixões
primárias, impedindo-te a experiência das emoções elevadas.
Com
Jesus aprisionado nas torpes celas do dogmatismo e da perversidade, das
superstições e fórmulas sacramentais, cuidando dos poderosos e olvidando-se dos
pobres de espírito, seguias hipnotizado pela ilusão das compensações concedidas
pelo arrependimento antes da morte, aguardando um céu de ociosidade e
contemplações eternas, ou receando o terrível inferno onde não vigem a
misericórdia, nem a compaixão.
Desorientado,
talvez, pela impropriedade de tais conceituações, abraçaste o materialismo
imediatista e frustrante, buscando ignorar o sentido nobre da vida, buscando fruir
tudo quanto o momento podia oferecer, permanecendo, no entanto, interiormente
vazio de significado e desestimulado para a luta de renovação.
Nesse
momento significativo, porém, encontraste Jesus descrucificado pelo
Espiritismo, o companheiro dos desafortunados e dos vencidos, dos tristes e dos
oprimidos, dos que choram sem conforto nem esperança, os viandantes sem
roteiro, o qual, de braços abertos, a todos alberga no Seu generoso coração de
Mestre irretocável.
Ouvindo-Lhe
dos lábios sensíveis a melodia imperecível doSermão da Montanha, renasceram, na
tua alma, as esperanças, renovaram-se os teus propósitos de trabalho,
renasceste para a vida e, agora, fascinado pelo Seu exemplo de amor, tentas
seguir-Lhe as luminosas pegadas pelos ínvios caminhos da atualidade aflita.
Não
vaciles, nem te permitas à paralisação da tua marcha.
Avança
resoluto e conquista o tempo, recuperando aquele malbaratado na insensatez e na
desorientação.
* * *
O
teu compromisso com Jesus é formal e trata-se de um contrato sério para todos
os teus dias atuais e futuros.
A
Sua doutrina é feita de energia e de vida, não havendo lugar, nos seus
postulados, para a indecisão, a amargura, o arrependimento da dedicação, as
negociações ilícitas muito do agrado da frivolidade humana.
Aceitaste-Lhe
a companhia e a diretriz, havendo-te prometido fidelidade e coerência
existencial em relação aos seus ensinamentos.
A
coerência te facultará a austeridade na conduta mental, verbal e
comportamental, não anuindo os vícios que predominam nos grupos sociais e aos
quais eras afeiçoado, mudando de atitude com energia e demonstrando que já não
pertences mais aos círculos dos comportamentos vãos e atormentados.
A
transformação moral a que te deves impor inicia-se através dos novos hábitos
mentais e edificantes, deixando, à margem, aqueles que te intoxicavam e
produziam tormentos de vária ordem.
As
paisagens psíquicas a que te afeiçoaste estarão sempre enriquecidas de quadros
cambiantes de beleza enriquecedora que te falam de amor e de mansidão, de alegria
e de trabalho, de esforço regenerativo e de aprendizagem.
Quando
alguém sai de uma furna onde se homiziava demoradamente, sofre a cegueira
produzida pela feérica e abundante luz. Faz-se necessário absorvê-la
cuidadosamente, adaptando-lhe a vista e acomodando-se ao deslumbramento que os
olhos enfrentam e se tornará o novo mundo de observação.
É
natural, portanto, que, ao sair das densas trevas da ignorância do bem e do
abismo em sombras dos torpes comportamentos, a nova paisagem produza um choque
inicial, fascinando a pouco e pouco, o observador que a descobre.
Cultivando
a saúde emocional, o candidato à ascensão não tergiversa, não sendo gentil para
com os outros através da defecção na própria crença, mas, delicadamente,
declinando das contribuições perturbadoras e mantendo-se íntegro, em grande
fidelidade, a tudo aquilo que hoje faz parte da sua agenda de comportamento
iluminativo.
A
sua grande preocupação deve cingir-se ao combate às imperfeições que ainda o
atraem aos hábitos que reconhece doentios e de que se deseja libertar, não
facultando espaços para os devaneios inquietadores a que se encontrava
acostumado.
Uma
agenda de preocupações novas, mais com o interior do que com o exterior da
existência, toma-lhe os campos da mente e enriquece-se, cada vez mais, ao
constatar a grandeza da existência que lhe passava despercebida, porque sempre
estava entulhada pelo lixo das coisas irrelevantes.
Automaticamente,
modifica-lhe a área da saúde e do bem-estar, respirando melhor o oxigênio da
esperança e da alegria real, modificando-se significativamente e de tal forma
que se surpreende ante os acontecimentos que passam a se suceder no seu
caminho.
Sem
dúvida, é necessária a coerência entre o bem que se crê e como se comporta,
facultando austeridade dinâmica e não agressiva em relação a tudo e a todos.
* * *
Essa
coerência sempre a mantiveram os primeiros discípulos de Jesus, alguns dos
quais abraçaram o martírio, jubilosos, cantando as glórias do Céu com olvido
dos tormentos da Terra.
Poderiam
ter abjurado, porque lhes era concedido esse direito, sob a justificativa de
que, ficando no corpo, poderiam servir mais, trabalhar mais pela divulgação do
pensamento de Jesus. No entanto, sabiam que, nessa conduta, ocultava-se o medo
do testemunho de provar a imortalidade e a mansidão do Rabi.
Foi
exatamente essa coragem estoica e doce que surpreendia os perseguidores que
mais se encolerizavam, temendo-lhe o sublime contágio...
Como
hoje não mais existem as perseguições declaradas públicas e legais, tem em
mente que as arenas são muito mais amplas e perigosas, porque se iniciam nas
fronteiras do sentimento pessoal, alargando-se na direção do mundo inteiro.
Mantém-te
vigilante, portanto, coerente e austero na tua vivência com Jesus.
Joanna de Ângelis
Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na manhã
do dia 10 de maio de 2011, no G-19, em Zurique-Suiça.
Em 1.8.2012
Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na manhã
do dia 10 de maio de 2011, no G-19, em Zurique-Suiça.
Em 1.8.2012
sábado, 2 de setembro de 2017
Palavras de Bezerra de Menezes
PALAVRAS DE
BEZERRA DE MENEZES
O
Evangelho de Jesus tem regime de urgência, já não podemos postergar a vivência
da palavra do Senhor.
Ouvimo-la.
Anotamo-la.
Registramo-la
na memória e não obstante conduzimos os passos muito distantes do cumprimento
do dever.
Convidados
pelo Mestre no momento histórico mais grave da sociedade, imolemo-nos por amor!
Já
não temos as arenas onde as feras e gladiadores nos ceifavam a vida física.
Já
nos não empalam nem nos põem na roda trucidando nossas carnes.
Já
não somos atados a madeiros que se transformam em fogueiras vivas cujas chamas
apagam a claridade das estrelas, mas nos encontramos em um campo de batalha
muito mais severo, muito maior, que é o mundo. As feras ululantes e vigorosas
estão dentro de nós: sanguissedentas umas, apaixonadas outras, atormentadas e
atormentadoras as demais.
Mantenhamo-nos
em fidelidade com o Senhor sem nos preocuparmos com os ouropéis das fantasias
terrenas. Que nos acusem de seguidores de Cristo para que nossas consciências
alegrem-se pelo galardão de servi-Lo. Que nos apontem como místicos ou piegas
longe das cátedras de cultura vazia e de intelectualismo perturbador e tenhamos
a satisfação infinita de estar desobrigando-nos dos nossos deveres.
A
Doutrina Espírita é um amanhecer. As suas claridades lógicas, racionais,
luminíferas, diluem a sombra da ignorância, mas o sol de amor de que se reveste
derrete o gelo das nossas emoções para que seja possível, em perfeita harmonia,
o nosso desenvolvimento intelecto-moral, propiciando-nos sabedoria. O
conhecimento pode ser considerado como a grande horizontal das conquistas humanas,
mas o Amor é a grande vertical que nos ergue na direção do infinito para sintonizarmos
com Deus.
Filhos
da alma:
-
não mendiguemos as coisas transitórias, busquemos a verdade que liberta;
-
não nos escravizemos às paixões que confundem, abrasemo-nos com o amor que nos
sublima;
-
não lutemos pelas quinquilharias que ficam, laboremos pelos tesouros
invioláveis do dever, da paz e da honradez que seguem conosco para todo o
sempre.
Jesus
nos aguarda, meus filhos!
O
Espiritismo é uma ciência filosófica-ético-moral-religiosa que decifra os
enigmas existenciais e dignifica a vida porque torna nobres aqueles que se lhe
vinculam. Hoje é o nosso dia. Vamos nos libertar das marcas do passado e da
dor. Vencida a morte pela Vida, vencei os tormentos da retaguarda perturbadora
e tomados pelo espírito do Cristo, sintonizai com Ele para que desçam até vós
as Suas Misericórdias, penetrando-vos e tornando-vos discípulos legítimos do
Seu coração, ensinando àqueles que estão ao vosso lado, brandura, cordialidade
e amor, conforme Ele a todos nos tem ensinado.
Ide
em paz, mergulhados na psicosfera de Amor, vitalizados pela esperança do
triunfo sobre a inferioridade, e vestidos pela luz da Verdade, para que nenhuma
sombra se agasalhe em vossos corações.
Nós,
em nome dos espíritos-espíritas, que aqui estão, desejamos-lhes paz e
plenitude.
Com
carinho paternal, o servidor humílimo de sempre,
Bezerra
Muita
paz, meus filhos.
Mensagem psicofônica obtida pelo médium
Divaldo Pereira Franco, na noite de 16 de agosto de 2001, ao término da
conferência proferida no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro- RJ
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