Basta se consulte a mitologia e,
perdendo-se no tempo, encontramos uma série diversificada de entidades
denominadas deuses.
Desde sempre, deram-se conta os homens que,
além da esfera física, auxiliando-os em seus esforços, havia seres de outra
dimensão. E, como não lhes pudessem compreender a essência, os conceberam com
forma humana e lhes atribuíram suas virtudes e defeitos.
Assim, surgiram as versões dos tantos
deuses, encarregados de variadas missões.
Ouvindo os sons retumbantes dos céus,
imaginaram alguém que estivesse a bater com um enorme martelo sobre imensa
bigorna e surgiu Thor, deus do trovão.
No mar, que os vencia tantas vezes, levando
vidas preciosas, com seus caprichos de ressacas, ondas enormes, tempestades,
colocaram um ser que a tudo presidia, caprichoso: Netuno.
E, porque os dias se sucedessem, sem que
eles pudessem deter as horas, imaginaram um deus que a isso presidisse igualmente:
Saturno, que devorava os próprios filhos.
Percebendo ainda que suas ações eram
secundadas por seres invisíveis, passaram a lhes dar nomes, e os invocar para
as suas atividades.
E surgiram Hermes, deus do comércio;
Apollo, deus da medicina; Atenas, deusa da sabedoria; Vênus, Diana, Eros, deus
do amor.
Para cada atividade, um deus protetor. Mas,
acima de todos, havia o deus dos deuses. Zeus, habitante do Olimpo grego,
chamado Júpiter, na mitologia romana.
Essas entidades interagiam com os homens e,
tanto quanto cuidavam dos céus, da Terra e do mar, se imiscuíam nas atividades
humanas, interferindo, fazendo valer sua vontade.
Mais tarde, entendendo um pouco mais da
essência espiritual, surgiriam religiões concebendo um mundo invisível povoado
de anjos protetores e anjos maus.
A respeito deles, falaram antigos filósofos
tanto quanto os pais da Igreja, que surgiu no século IV.
Olhando à distância, tudo pode parecer
estranho e, em alguns momentos, até ingênuo.
Mas são verdades vestidas do entendimento
das criaturas da época. Estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas, afirmava
o Apóstolo Paulo de Tarso.
São seres invisíveis, as almas dos homens
que morreram, que nos cercam, dessa outra dimensão para onde se foram, após a
morte do corpo.
E têm virtudes e defeitos, como os homens,
porque as criaturas não se modificam simplesmente porque passam de uma dimensão
para outra.
Continuam a se interessar pelos seres
amados, a assisti-los em suas necessidades, trabalhar de múltiplas formas
porque a ociosidade seria o pior de todos os castigos.
De acordo com o grau de elevação ou de
inferioridade em que se situem, se ocupam das mais diversas tarefas.
Todos têm deveres a cumprir. Os seres mais
elevados recebem as ordens de Deus e concorrem para a harmonia do Universo,
executando as vontades celestes.
Por isso, os homens os perceberam, desde
sempre e buscaram lhes dar nomes e tentar descobrir suas missões.
Eram pedaços do grande espelho da verdade
que, a pouco e pouco, foram sendo juntados e ampliados.
Contudo, em todos os tempos, sempre o homem
entendeu que acima de si mesmo, acima dessas tantas divindades, desses seres
espirituais, uma vontade governa e é soberana.
Um Deus, um Senhor. Através dos tempos e
das nações, o chamou de Zeus, Júpiter, Yaweh, Tupã.
Quando veio Jesus lhe deu um nome para que
todos O pudéssemos igualmente denominar: Pai. Pai nosso.
Redação do Momento Espírita
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