O homem que se candidata
a uma existência feliz, tem a obrigação de vigiar as suas emoções
perturbadoras, a fim de evitar-se desarmonias perfeitamente dispensáveis, na
economia do seu processo de evolução.
As emoções perturbadoras
decorrem do excesso de auto-estima, do apego aos bens materiais e às pessoas, e
do orgulho, entre outros fatores negativos.
O excesso de consideração
que o indivíduo se concede, leva-o à irritação, ao ciúme, à agressividade, toda
vez que os acontecimentos se dão diferentes do que ele espera e supõe merecer.
O apego responde-lhe pela
instabilidade emocional, trabalhando-lhe a ganância, a soberba e a ilusão da
posse, que concede a falsa impressão de situar-se acima do seu próximo.
O orgulho intoxica-o,
levando-o à pressuposição de credenciado pela vida a ocupar uma situação
privilegiada e ser alguém especial, merecedor de homenagens e honrarias, em
detrimento dos demais.
Qualquer ocorrência que
se apresente contraditória a esses engodos gerados pelo ego insano, e as
emoções perturbadoras se lhe instalam, proporcionando desequilíbrios de largo
porte, exceto se ele se resolve por digerir a situação e mudar de paisagem mental.
Superar tais emoções que
têm raízes no seu passado espiritual, eis o grande desafio.
Assim, cumpre que ele
envide todos os esforços para o autodescobrimento e a aplicação das energias em
combater a inferioridade que predomina em a sua natureza.
*
Não há nada, a que o homem
não se acostume com o tempo, afirma um velho brocardo popular.
A liberação das emoções
perturbadoras é resultado dos hábitos insalubres de entregar-se-lhe sem
resistência.
Tão comum se faz ao
indivíduo a liberação dos instintos perniciosos geradores deles, que este se
não dá conta do desequilíbrio em que vive.
Adaptando-se ao
autocontrole, eliminará, a pouco e pouco, a explosão dessas emoções
perturbadoras.
Mediante o pequeno código
de conduta, torna-se fácil a assimilação de outros hábitos que são saudáveis e
felicitam:
- considera a própria
fragilidade que te não faz diferente das demais pessoas;
- observa o esforço do
teu próximo e valoriza-o;
- treina a paciência ante
as ocorrências desagradáveis;
- reflexiona quanto à
transitoriedade da posse;
- medita sobre a
necessidade de ser solitário;
- propõe-te a adaptação
ao dever, por mais desagradável se te apresente;
- aprende a repartir,
mesmo quando a escassez caracterizar as tuas horas. . .
Um treinamento íntimo
criará novos condicionamentos que te ajudarão na formação de uma conduta ditosa
e tranqüila.
*
Foram as emoções
perturbadoras que levaram Pedro, temeroso, a negar o Amigo, e Judas, o
ambicioso, a vendê-lo aos inimigos da Verdade.
O controle delas, sob a
luz da humildade e da fé, proporcionou à humanidade o estoicismo de Estevão, a
dedicação até o sacrifício de Paulo – que as venceram – e toda a saga de amor e
grandeza do homem abnegado de todos os tempos
* * *
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo
Pereira Franco
Da obra: Momentos de Felicidade
Salvador, BA: LEAL, 1990.
Salvador, BA: LEAL, 1990.
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