QUANDO FOI QUE
NOS ESQUECEMOS?
Em entrevista,
uma jovem contou que tinha uns sete anos quando foi com sua mãe ao mercadinho
perto de casa. Enquanto a mãe fazia as compras, ela, menina, escondeu um doce
de leite no bolso.
Na saída,
sentindo-se a garota mais esperta do mundo, mostrou o doce e disse: Olha,
peguei sem pagar.
O que ela
recebeu de retorno foi um olhar severo. E, logo, a mãe a tomou pela mão,
retornou ao mercado, fê-la devolver o que pegara e pedir desculpas.
A garota
chorou demais. Sentiu-se morrer de vergonha. Entretanto, arrematou, concluindo:
Isso me ensinou o valor da honestidade.
É possível que
vários de nós tenhamos tido experiência semelhante. Por isso, indagamos: Quando
foi que deletamos a mensagem materna? O que nos fez esquecer o ensino da
infância?
A infância é o
período em que o Espírito, reencarnado em nova roupagem corpórea, se apresenta
maleável à reconstrução do seu eu.
É o período em
que as falas dos pais têm peso porque, afinal, eles sabem tudo.
Mirar-se no
exemplo dos pais é comum, considerando que, no processo de educação, os
exemplos falam muito mais alto do que as palavras.
Por que,
então, deixamos para trás as lições nobres? Quantos de nós, ainda, tivemos
professores que iam muito além do dever e que insistiam para que fôssemos
responsáveis, corretos?
Criaturas que
se devotavam, ensinando com o próprio exemplo, as lições da gentileza no trato,
a hombridade, o valor da palavra empenhada.
Se todos nós
viemos de um lar, o que nos fez desprezar a honra, a honestidade e tantos de
nós nos transformarmos em políticos corruptos, em maus profissionais, em seres
que somente pensam em si mesmos?
Hora de evocar
lembranças, de retornar aos anos do lar paterno e permitir-nos a reprise das
lições.
Não pegue nada
que não lhe pertença.
Se achar um
objeto, procure o dono porque ele deve estar sentindo falta dele.
Respeite o seu
semelhante, o seu espaço, a sua propriedade.
Os bens
públicos são do povo e todos devem ser com eles beneficiados. A ninguém cabe
tomar para si o que deve ser bem geral.
Digno é o
trabalhador do seu salário.
Respeite a
servidora doméstica, o carteiro, o lixeiro. São valorosos contribuintes das
nossas vidas.
Lembre de
agradecer com palavras e delicados mimos extemporâneos o trabalho diligente
dessas mãos.
Cumprimente as
pessoas. Sorria. Ceda seu lugar, no coletivo, ao idoso, ao portador de
necessidades especiais, à grávida, a quem carrega pequenos nos braços.
Ceda a vez no
trânsito, aguarde um segundo a mais o pedestre concluir a travessia, antes de
arrancar com velocidade, somente porque o sinal abriu.
As leis são
criadas para que, obedecendo-as, vivamos melhor em sociedade.
Mas gentileza
não está normatizada.
Honestidade é
virtude de quem respeita a si mesmo, ao outro, ao mundo.
Pensemos
nisso. Façamos um retorno à infância, pelos dias dos bancos escolares,
lembremos dos nossos pais, dos mestres, das suas exortações.
E refaçamos o
passo. O mundo do amanhã aguarda nossa correta ação, agora, ainda hoje.
por Redação do Momento Espírita, com citação de narrativa do
artigo Como nossos pais, de Jaqueline Li, Jéssica Martineli, Rafaela Carvalho e
Rita Loiola, da revista Sorria, de outubro/novembro/2012, ed. MOL. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4539&stat=0
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