sábado, 6 de julho de 2013

Momento delicado no Brasil

Nos últimos dias temos acompanhado grandes protestos em praticamente todas as capitais brasileiras. A população saiu da zona de conforto e foi às ruas reivindicar e, principalmente, levar a debate pontos importantes para o nosso país. Sem dúvida, os acontecimentos trazem um momento de reflexão para todos nós, que pode trazer grandes mudanças ao Brasil, se tratado com diálogo e paz. Na última semana, a espiritualidade se manifestou em mensagem psicofônica sobre os últimos acontecimentos e, dada a sua importância, a compartilhamos:
“Caros irmãos,

O Brasil vive hoje um momento delicado de sua história.

Brasileiros, na sua maioria irmãos nossos ainda jovens na vestimenta física, exprimem nas ruas suas angústias, incertezas e mesmo revoltas subjacentes, acumuladas ao longo de decênios de insatisfação, ante a falta de respostas concretas com relação ao futuro e ao destino real que almejam para suas existências.

É preciso que as forças vivas da nação aglutinem-se em torno de todas as figuras históricas e heroicas, que serviram com idealismo ao País, a fim de encontrarem soluções justas aos anseios legítimos das pessoas, que se veem, cada vez mais, entregues a si mesmas, sem contar com o respaldo de interlocutores compassivos, que façam do diálogo um instrumento real de crescimento e aprimoramento da sociedade como um todo.

As reivindicações diversas expressam o grau de insatisfação popular com o aumento crescente da coleta de impostos, com os desvios de dinheiro público e com o mau emprego de bens e patrimônios da Nação, responsáveis por frustrações repetidas, principalmente, dos mais jovens, ante a precariedade de investimentos nas áreas essenciais como saúde e educação, entre outras.

As insatisfações são dirigidas principalmente aos que têm a responsabilidade de cuidar das questões político-administrativas do País, pedindo especial atenção aos projetos que verdadeiramente interessam ao bem-estar e ao progresso da coletividade.

Há algum tempo esses interesses vêm sendo administrados, em determinados setores do País, por espíritos que se locupletam indebitamente da rica produção nacional, espoliando o País justamente no momento em que avança para o seu mais amplo desenvolvimento. Continuam encarcerados no egocentrismo, na visão estreita do personalismo inferior, incapazes de enxergar as necessidades do conjunto, formado pela grande família brasileira, que deveria na verdade ser a usufrutuária dos bens produzidos.

Por isso, meus amigos, enfrentamos, na hora presente, momentos difíceis que exigem oração, vigilância, cautela.

Permita Jesus a união das criaturas nobres, que já despertaram para as verdadeiras responsabilidades sociais e democráticas, dentro de uma visão holística e abrangente, que contemple todos os setores da sociedade em suas necessidades espirituais mais profundas.

Que essas forças vivas, verdadeiras estacas de sustentação do Brasil livre, possam defendê-lo dos movimentos radicais, que buscam nessas horas difíceis lançá-lo nos caminhos da violência, na tentativa de usurpar-lhe o clima pacífico, seu apanágio maior, desde a fundação.

Meus irmãos, o tempo é de vigilância, de cuidado, de oração.

Que todos se unam em torno dessas forças vivas, que estão voltadas para a espiritualidade superior, a fim de que possam neutralizar os arremessos das trevas, promovendo as mudanças necessárias, mas sem violência.

Há pouco mais de 20 anos, seguindo a voz das ruas, os poderes constituídos destituíram um presidente da república; a partir de então, era de se esperar que os responsáveis pelos destinos da nação priorizassem em suas ações a probidade administrativa em todas as áreas, mantendo como objetivo maior a distribuição mais justa e igualitária da riqueza.

Era de se esperar que amadurecessem, procurando servir às camadas mais pobres da população, e, sobretudo, à valorosa Nação, que lhes deu o berço, e que foi dotada pelo Criador de grandes jazidas naturais, do maior reservatório de água do mundo e que permanece emoldurada pela beleza ímpar de sua natureza exuberante.

O mundo cibernético, todavia, abriu imensas possibilidades para que as gargantas se exprimissem em conjunto, em uníssono, e os jovens saíram às ruas. Mas se isso representou um avanço nas formas de expressão das almas, trouxe também imensas preocupações quanto aos rumos do País, porque não se sabe se as forças negativas tomarão a frente, tentando impedir o cumprimento da importante missão que o Brasil tem a desempenhar perante si mesmo e perante as demais nações do mundo.

Por isso, meus amigos, diante do mostruário desta noite, solicitamos silêncio, meditação, prece e, sobretudo, entranhado amor pelo País que vos recebeu de braços abertos depois de inúmeras encarnações de falência para vos reabilitardes perante o Pai.

Que Ele nos abençoe.”


(Mensagem recebida psicofonicamente por Marlene Nobre em 19/6/2013 no Grupo Espírita Cairbar Schutel. A médium esclarece que José Maria da Silva Paranhos Jr. (Barão do Rio Branco) assumiu a autoria da mensagem, mas que o mentor deixou claro que falava em nome de uma falange. Fazem parte dela e estavam ali presentes Pedro de Alcântara, Bezerra de Menezes, Rui Barbosa, Tiradentes, Freitas Nobre, Frei Caneca, Cairbar Schutel e inúmeros outros brasileiros ilustres.) 

Solidariedade

Benditos aguilhões da vida que nos impulsionam para a frente.

A forja da provação funciona para todos.

Hoje um de nós, amanhã outro de nós.

Doemos nossas mãos em solidariedade fraternal.

Amparemo-nos.

Uma planta, por mais preciosa, está exposta no campo à influência dos parasitas que, por vezes, lhe ameaçam as melhores possibilidades.

Somos uns pelos outros.

Pertencemo-nos.

Estendamos nossos braços aos companheiros em necessidade.

E, quanto ao mais, avancemos.
 Espírito Batuira / Médium: Francisco Cândido Xavier - Mais Luz

Construtores do amanhã

Filhos da alma, que Jesus nos abençoe!

O Espiritismo é uma nascente de bênçãos que flui incessantemente, oferecendo a água cristalina da Verdade para todos os sedentos da Humanidade.

Podemos considerá-lo, também, como o Sol da Nova Era aquecendo os corações enregelados, e libertando as mentes angustiadas.

É verdade que a dor parece zombar das gloriosas conquistas contemporâneas. Do seu crivo, ninguém na indumentária carnal consegue escapar.

Aqui é a violência, sob todos os aspectos considerada, ceifando a floração de vida que não chegou à maturidade...

Ali é o sofrimento mal contido no íntimo dos corações, arrancando da face a máscara da falsa alegria.

Mais distante, são os desejos irrealizados, convertidos em conflitos tormentosos, gerando desinteligência e padecimentos profundos.

Em todo lugar, a presença do sofrimento abençoado!

Oh! dor bendita, que vergas a cerviz dos poderosos e demonstras a fatuidade das conquistas terrenas!

Bendigamos a oportunidade de experimentar, nas carnes da alma, a presença do sofrimento, transformando-se, pela resignação e coragem do enfrentamento, em condecorações luminosas, que nos destacarão na grande jornada em direção da luz imarcescível.

Vivemos o momento da grande transição que deixa a impressão de que os Ouvidos Divinos nos penetrais do Infinito não escutam o clamor da Terra...

Nunca, entretanto, como hoje, a Misericórdia do Pai Amantíssimo tem respondido às multidões desarvoradas as súplicas que Lhe são dirigidas.

Jamais, como agora, o Amor de Jesus enviou à Terra Embaixadores tão numerosos para que possam apresentar-Lhe a mensagem dúlcida do amor, que ficou esquecida na memória dos tempos...

Heróis anônimos da caridade, missionários da renúncia, cientistas e pensadores, artistas e estetas mergulham, sem cessar, nas sombras terrestres para evocar e viver a proposta do Amor como dantes nunca havia ocorrido.

É verdade, filhas e filhos da alma, que as aflições permanecem, também através do sítio estabelecido por mentes desencarnadas, que buscam cercear-vos o passo, vitimadas pela revolta, tentando obstaculizar a marcha do progresso moral.

Afirmais, muitas vezes, que sentis os aguilhões, as flechas disparadas pelos arqueiros das Trevas, dilacerando-vos a intimidade dos sentimentos.

Reportai-vos continuamente a esse cerco feroz que parece triunfar em alguns arraiais da sociedade.

Não vos esqueçais, porém, do Amor do Pai Celestial, generoso, e da Misericórdia de Jesus que vos não esquecem e, a cada momento, o silêncio da sepultura arrebenta-se, trazendo-vos de volta os Mensageiros da Verdade, os novos construtores do amanhã para sustentar-vos na luta.

É natural, meus filhos e minhas filhas, que tal ocorra.

Não se pode edificar, num planeta de provas e expiações, transitando para o grau de regeneração, senão com a presença do sofrimento, que foi cristalizado pela nossa intemperança, resultante do nosso processo evolutivo no passado, quando ainda nas vascas da ignorância do ontem.

...Mas, o Deotropismo arrasta-nos e a Voz do Cristo, convocando as Suas ovelhas ao rebanho, fascina-nos.

Não temamos nossos irmãos enlouquecidos. São Filhos de Deus, credores da nossa compaixão e da nossa misericórdia. Hostilizando-nos, necessitam de nós e, por nossa vez, deles necessitamos. Estendamos-lhes os braços afetuosos, ofertemos-lhes a oração de fraternidade e juntos busquemos Jesus.

Alcançais, a pouco e pouco, novos patamares da evolução, embora o Movimento Espírita apresente as dificuldades compreensíveis defluentes da vulgarização da mensagem, diminuindo em qualidade o que ganha em quantidade.

As diretrizes aqui exaradas, as decisões aqui estabelecidas nestes dias e a vossa dedicação constituem o selo de garantia no trabalho enquanto estiverdes submetidos à inspiração do Mestre Galileu.

Permanecei devotados, esquecei as diferenças e recordai-vos da identidade dos conceitos, deixando à margem os espículos, os desvios de opinião, para, unidos, pensarmos juntos, na construção do amor por definitivo em nosso amado planeta.

Vossos guias espirituais assistem-vos e Ismael, em nome de Jesus, guia-vos.

Sigamos, pois, Espíritos-espíritas e espíritas-Espíritos, dos dois planos da Vida, de mãos dadas, entoando o nosso hino de alegria por gratidão a Jesus pela honra de havermos sido chamados, à última hora, para trabalhar na Sua Vinha...

Alegrai-vos, filhas e filhos da alma, bendizendo a honra de servir!

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe hoje e sempre!

São os votos carinhosos do amigo paternal e humílimo de sempre.
Espírito Bezerra de Menezes / Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no dia 9 de novembro de 2008, em Brasília, DF..

No deserto

Há dias em que tudo se afigura desolador, caracterizado pela perda de sentido, sem qualquer estímulo para o trabalho de divulgação e de preservação do bem na Terra.
Há períodos na existência humana em que todas as florações da alegria e do entusiasmo emurchecem, demonstrando a aparente inutilidade da sua benéfica ação.
Há fases no percurso carnal, em que proliferam o mal e a agressividade em crescimento, asfixiando as débeis manifestações da bondade e da abnegação.

Há ocasiões em que a predominância da vulgaridade e do ressentimento golpeia as expressões da gentileza e da dignidade, parecendo conduzir tudo e todos ao caos.
Há ocorrências perturbadoras que se multiplicam na condição de escalracho maldito, dominando o trigal das experiências de amor e de caridade direcionadas às criaturas humanas.
Olhando-se superficialmente a cultura social vigente e os indivíduos, repontam alarmantes índices de perversidade, de gozo exaustivo e de loucura pelo poder e pelo prazer sem freio nem dimensão.
Todos os que se envolvem nos ideais de engrandecimento da sociedade interrogam, com frustração, se têm valido as propostas da honradez e as lições sublimes do Evangelho de Jesus com os seus mártires e apóstolos, pois que apraz aos viandantes carnais tudo quanto leva à consumação, ao desar, ao invés da alegria pura e da harmonia indispensável ao equilíbrio e à plenitude.
Há, é certo, predominância do vício escancarado e, sob disfarces variados, o aspecto pandêmico do cinismo e do desrespeito aos códigos de ética e de moral, prevalecendo a face zombeteira dos triunfadores da desonestidade, famosos e difamados, nos postos que conquistaram mediante o suborno, a traição e a astúcia.
Mas, não são realmente felizes, tranquilos...
Estão hipnotizados, esses triunfadores de um momento, marchando inexoravelmente na direção do deserto que os aguarda, ardente e desolador.
Sorridentes, mas receosos, inseguros embora prepotentes, empanturram-se de poder e intoxicam-se no álcool e nas drogas ilícitas, porque não suportam a lucidez da consciência ultrajada, a fim de fugirem da presença da culpa e do desamor.
Reconhecem que ninguém os ama, embora se exibam ao seu lado, como cachorrinhos que aguardam as migalhas que venham a cair das suas mesas ricas.
Na primeira oportunidade, abominam-nos, abandonam-nos, execram-nos, porque tampouco se sentem amados e respeitados. Sabem que são utilizados na ruidosa corte da exibição, na qual um usa o outro, que é sempre descartável.
...Este é o deserto social!
Nunca duvides do êxito da verdade.
Nuvem alguma pode deter indefinidamente a luminosidade solar, por mais se demore em aparente impedimento.
Foi num desses desertos que, às portas de Damasco, Jesus apareceu a Saulo, triunfante e enganado, que seguia encarregado de infausta missão contra um dos Seus discípulos.
Ao impacto da Sua presença, derreou da animália ricamente adornada e percebeu a gloriosa figura luminescente, passando a sofrer o horror da cegueira que o tomou, acompanhada do tormentoso arrependimento em torno da hórrida conduta que se permitia.
Nesse deserto, a viagem foi para dentro, para a necessidade do autoencontro, do redescobrimento, da reidentificação com a vida e do retorno aos sagrados objetivos existenciais que desprezara até aquele momento.
Ali nasceu o apóstolo das gentes, o desbravador dos desertos humanos, expandindo o reino de Deus em todas as possíveis direções.
A linguagem do tempo é um presente agora, um contínuo suceder que altera todas as paisagens: as agrestes reverdecem-se, as montanhosas são corroídas, as pantanosas abrem-se em valas de liberação dos fluidos pútridos.
A água suave, nesse largo, infinito tempo, vence a rocha, o vento cantante desgasta o granito vigoroso, o fogo altera a floresta...
Também o ser humano, mesmo quando soberbo e ingrato, arbitrário e dominador, corroído pelas viroses da culpa, necessitando de afeto que não soube despertar pelo caminho transforma-se, amolda-se, cede ao impositivo das inevitáveis alterações evolutivas.
Ninguém consegue fugir de si mesmo ou viver saudável sem um propósito, um sentido psicológico na sua existência.
O indivíduo mais inflexível nos seus ideais e convicções assim permanece até o momento em que a dor se lhe penetra, insinuante e contínua, passando a habitar-lhe as paisagens dos sentimentos.
Nesse deserto, porém, numa caminhada silenciosa e demorada, surgem os tesouros da reflexão, do entendimento dos valores espirituais, da necessidade de ser pleno.
Não importa quando esse sublime fenômeno venha a acontecer, porquanto o importante é que sucederá.
A bênção do tempo agora é responsável pela edificação do anjo e do holocausto de amor, porque o sofrimento é uma dádiva que Deus confere aos Seus eleitos.
Após a visita de Jesus a Saulo, no deserto em Damasco, o prepotente rabino, déspota e criminoso, teve necessidade de três anos em outro deserto, para diluir a construção de ferro do orgulho em que se encarcerava e argamassar a realidade do amor no coração ralado de sofrimentos.
Foi, portanto, reflorescendo as emoções que ele se deixou impregnar por Jesus e contribuiu vigorosamente para torná-lo conhecido e amado.
Trabalha o teu deserto interior com os instrumentos do amor e da compaixão e o transformarás em jardim de dádivas, tornando o mundo melhor,de onde o mal fugirá envergonhado.
Espírito Joanna de Ângelis / Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 4 de março de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=326

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Lágrimas

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.” (Capítulo 5 item 1.)
Lágrimas são emoções materializadas que romperam as barreiras do corpo físico. Em realidade, representam os excessos de energia que necessitamos extravasar.
Nem sempre são as mesmas fontes que determinam as lágrimas, pois variadas são as nascentes geradoras que as expelem através dos olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase que corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos enamorados, pelas emoções com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas geradas pela dor de quem vê o ente querido partir nos braços da morte física, entre as esperanças de reencontrá-lo logo mais, na vida eterna.
Lágrimas de amigos que apertam mãos nas realizações e uniões prósperas são sempre nascentes puras de emotividade sadia oriundas do coração.
Há, porém, lágrimas criadas pelos centros de desequilíbrio, que mais se assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, congestionam os olhos, tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias danosas que embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos olhares dos orgulhosos e despeitados, quando identificam criaturas que vencem obstáculos, alcançando metas e exaltando as realizações ditosas que se propuseram edificar.
Lágrimas de angústia e desconforto que umedecem as pálpebras dos inconformados e rebeldes, os quais, por não respeitarem a si mesmos e aos outros, sofrem como conseqüência todos os tipos de desencontros nos caminhos onde transitam desesperados.
Lágrimas de pavor e devassidão, em uma análise mais profunda, são tóxicos destilados pela fisionomia dos corruptos, que lesam velhos, crianças e famílias inteiras na busca desenfreada de ouro e poder.
Lágrimas dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores, os quais, por fraudarem emoções, acreditam sair ilesos perante as leis naturais da vida.
Conta-se que lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões crucificados entre o Senhor Jesus, no Gólgota.
As gotas de lágrima do mau ladrão fecundaram, no terreno dos sentimentos, as raízes da reflexão e do discernimento, que permitiram entender o porque dos corações rígidos e inflexíveis. A humanidade aprendeu que há hora de plantar e tempo de ceifar e que nem todos estão ainda aptos a compreender a essência espiritual, nascendo, portanto, dessa percepção o “perdão incondicional”.
Mas dos olhos do bom ladrão deslizaram as lágrimas dos que já admitiram seus próprios erros, vitalizando o solo abundantemente e fazendo germinar as sementes poderosas que permitem às consciências em culpa usar sempre “amor incondicional” para si mesmas e para os outros, como forma de restaurar sua vida para melhor.
Isso fez com que os seres humanos se aproximassem cada vez mais do patamar da reparação e do enorme poder de transformação que existem neles mesmos, reformulando e reorganizando gradativamente suas vidas. Estabeleceu-se assim, na Terra, o “arrependimento” - sentimento verdadeiro de remorso pelas faltas cometidas e que serve para renovação de conceitos e atitudes.
No teu mergulho interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te dos sentimentos que lhes deram origem.
Que sejam sadias tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido cristalino que escorre sobre tuas faces te levem ao encontro da paz interior, entre alicerces de uma vida plena.
Livro: Renovando Atitudes - Francisco do Espirito Santo Neto/Hammed

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A queixosa

Benvinda Fragoso tornara-se amplamente conhecida pelas suas queixas constantes. Quem a ouvisse na relação dos fatos comuns afirmaria, sem hesitar, que a infeliz arrematara todos os desgostos do mundo.
Órfã de pai e mãe, vivia à custa de salário modesto, numa fábrica de toalhas, onde fora admitida por obséquio de amigos devotados. Todavia, se a existência era laboriosa, não faltavam recursos para torná-la melhor. Não se casara, mas dois sobrinhos inteligentes e generosos faziam-lhe companhia no ambiente doméstico. Os genitores não lhe deixaram haveres em espécie, mas sempre legaram à filha o patrimônio do lar, edificado ao preço de sublimes sacrifícios.
Benvinda rodeava-se de oportunidades benditas, mas não sabia aproveitá-las. Cristalizara-se nas queixas dolorosas, aniquilando as próprias energias. A mente enfermiça desfigurava as sugestões mais belas da vida diária.
– Sou profundamente infeliz – dizia a uma colega de trabalho –, vivo insulada, à maneira de animal sem dono, ao léu da sorte. Morrer seria para mim uma felicidade. Diz-se que o fim é sempre doloroso. Não será, porém, mais agradável alcançar o termo do caminho no seio de tantas sombras e surpresas angustiosas?
– Não digas isso, Benvinda – observava a companheira, com intimidade –, temos saúde, não nos falta trabalho, teus sobrinhos gostam de ti. Não nos sintamos desditosas, quando a oportunidade de serviço continua em nossas mãos.
Mal-humorada – explodia a queixosa, exasperada:
– Que dizes? a existência esmaga-me e desde a infância há sido para mim pesada carga de sofrimentos. Referes-te aos sobrinhos, e que significam eles em meu caminho senão agravo de preocupações? O mundo é cárcere tenebroso, inferno terrível, onde somos convocados a ranger dentes.
Calava-se a colega, ante o transbordamento de revolta insensata.
Na estação do frio, aferrava-se Benvinda em lamentações amargosas; no verão, acusava a Natureza, declarava-se incapaz de tolerar o calor ; e, se chovia, amaldiçoava as nuvens generosas.
Dispondo de muitas horas no ambiente doméstico, a infeliz nunca soube valorizar o santo aconchego das paredes acolhedoras, onde os pais carinhosos lhe haviam dado o beijo da vida.
Enquanto os sobrinhos, quase crianças, permaneciam no trabalho, Benvinda recorria às vizinhas e, mãos cruzadas em sinal de preguiça, continuava incorrigível:
– Ah! Dona Guilhermina, a vida vai-se tornando insuportável. Este mundo resume-se em miséria e desengano. Até quando serei humilhada e perseguida pela má sorte?
– Oh! minha filha! – respondia a interpelada, fixando gestos de mãe compadecida, por ocultar a verdadeira expressão da personalidade habituada à maledicência – Deus é bom Pai. Não desanime. Tenhamos confiança na Providência. Tudo passa neste mundo. A fé pode transformar nossas dificuldades em motivos de vitória e alegria.
– Fé? – replicava Benvinda, exaltada – estou descrente das orações. Deus nunca me atende. Quando sonhava, há dez anos, a organização de um lar que fosse somente meu, rezei pedindo a proteção do Céu e meu noivo desapareceu para desposar outra jovem, mais tarde, longe de mim. Quando meu pai se decidiu à operação, supliquei à Providência lhe poupasse a vida, atendendo a que eu era órfã de mãe, desde os mais tenros anos, e sobreveio a infecção que o levou à sepultura. Quando minha única irmã adoeceu, recorri de novo à confiança no Poder Celestial e Priscila morreu, deixando-me os filhos por criar, através de obstáculos numerosos. Como vê a senhora, minha crença não poderia resistir a choques tamanhos. Estou sozinha, abandonada ; sou o cão anônimo, desprezado em desvãos do caminho.
Mas, como a assistência espiritual da Esfera Superior se vale de todos os meios para socorrer ignorantes e infelizes, a vizinha, não obstante a má-fé, constituía-se em instrumento de consolação ao bafejo de amigos desvelados do Plano Superior e replicava:
– Entretanto, quem sabe todas as desilusões não resultaram em beneficio? O noivo, que a enchia de esperança, talvez a envenenasse de desesperação, mais tarde; o genitor teria evitado a operação cirúrgica, mas possivelmente se tornaria dementado, percorrendo hospícios ou convertendo-se em palhaço da via pública; a irmã ter-se-ia curado da pneumonia, mas, viúva muito jovem, talvez lhe amargurasse o coração fraterno, cedendo a sugestões inferiores no caminho da vida.
Em vez de ponderar as observações amigas, Benvinda retrucava:
– Não me conformo: para mim a vida se resume no drama pungente que aniquila o espírito, ou na comédia que revolta o coração.
A palestra continuava, pontilhada de lamentos e acusações gratuitas ao mundo, até que os rapazelhos chamavam à porta. A tia, que perdera tempo em lamúria improdutiva, aproximava-se do fogão, apressada.
– Esta vida não me serve! – dizia em voz alta, amedrontando os jovens – até quando serei escrava dos outros, capacho do Destino? Maldita a hora em que nasci para ser tão desgraçada.
Os sobrinhos miravam-na entristecidos.
– Quando conseguirmos melhor remuneração, titia – exclamava um deles, bondosamente –, havemos de auxiliá-la, retirando-a da fábrica. Não é a senhora nossa verdadeira mãe pelo espírito?
Benvinda, no entanto, longe de comover-se com a observação carinhosa, multiplicava as impertinências.
– Não creio em ninguém – bradava de cenho carregado –, quando vocês puderem, deixar-me-ão na primeira esquina. Não pensam senão em diversões e más companhias. Crêem que resolverão meus problemas com promessas?
Observando-lhe a feição neurastênica, os rapazes esperavam a refeição, sisudamente calados. Terminada esta, regressavam naturalmente à rua. O ambiente doméstico pesava. A lamentação viciosa é força destrutiva.
Benvinda não reparava que as amizades mais íntimas a deixavam sozinha no circulo das queixas injustificadas. Ninguém estava disposto a ouvir-lhe as blasfêmias e críticas impiedosas. As colegas de serviço evitavam-lhe a palestra desanimadora. As vizinhas refugiavam-se em casa ao vê-la em disponibilidade no quintal invadido de ervas rústicas. Os sobrinhos toleravam-na, desenvolvendo imenso esforço. Nesse insulamento, a infeliz piorava sempre. Começou a queixar-se amargamente do serviço e a acusar a administração da fábrica. Enquanto sua atitude se limitava a circulo reduzido, nada aconteceu de extraordinário; todavia, quando resolveu dirigir-se ao gerente para reclamações descabidas, recebeu a ordem inflexível de demissão.
Enclausurada no desespero, não tinha percepção das oportunidades que se desdobram no caminho de todas as criaturas, nem compreendia que não era a única pessoa a lutar no mundo. Crendo-se mártir, agravou a ociosidade mental e foi relegada a plano de absoluto isolamento.
Nem amigos, nem trabalho, nem colegas, nem sobrinhos.
Tudo fugiu, evitando-lhe a atmosfera de padecimento voluntário.
Depois de perder a casa, em venda desvantajosa, a fim de obter recurso à manutenção própria, passou ao terreno da mendicância sórdida.
Foi nessa situação escabrosa que a morte do corpo a compeliu a novos testemunhos.
Desencantada e abatida, acordou na vida real em solidão mais dolorosa. Ninguém a esperava no pórtico de revelações do Além-túmulo. Estava só, sem mão amiga.
E os sofrimentos de que se julgara vítima na Terra?
Não esperava convertê-los em títulos de ventura celestial? Descrera da Providência no mundo, entretanto, no íntimo, sempre acreditara que haveria glorioso lugar para os desventurados e famintos da experiência humana. Depois de longo tempo, em que se multiplicavam provas ásperas, rogou ao Espírito de sua mãe que a esclarecesse na paisagem nova. Tinha sede de explicações, ânsias de paz e fome de entendimento.
Depois da súplica formulada com lágrimas angustiosas, sentiu a aproximação da desvelada genitora.
– Benvinda – murmurou a terna mensageira, carinhosamente –, não te dirijas a Nosso Pai lamentando o aprendizado em que te encontras. Toda queixa viciosa, minha filha, converte-se em crítica injusta à Providência. Estás convicta de que sofreste na Terra; entretanto, a verdade é que envenenaste os poços da Divina Misericórdia. Fugiste às ocasiões de trabalho, desfiguraste o quadro sublime de realizações que te aguardavam a boa-vontade nas estradas da luta humana. Hoje aprendes que a lamentação é energia que dissolve o caráter e opera o insulamento da criatura. Não conseguiste afeições em ninguém, não soubeste conquistar a gratidão das criaturas, nem mesmo das coisas mais ínfimas do caminho. Sofre, minha filha! A dor de agora é tua criação exclusiva. Não imputes a Deus falhas que se verificaram por ti mesma.
– Oh! minha mãe! – suplicou a infeliz – não poderei, porém, voltar e aprender novamente no mundo?
– Mais tarde. Por agora, para que alcances alguma tranqüilidade, incorporar-te-ás à extensa falange espiritual que auxilia os rebeldes e inconformados da luta humana. Reduziste a existência a montão de queixas angustiosas, sem razão de ser. Trabalharás agora, em espírito, ao lado daqueles que se fecham na teimosia quase impenetrável, a fim de compreenderes o trabalho perdido...
E a queixosa trabalha até agora, para abrir consciências endurecidas à compreensão das bênçãos divinas.
É por isso que muitos homens, em momentos de repouso, são por vezes assaltados de idéias súbitas de trabalhos inesperados. Criaturas e coisas enchem-lhes a visão interna, requisitando atividade mais intensa. É que por aí, ao redor da mente em descanso, começam a operar os irmãos de Benvinda, a fim de que a preguiça não lhes aniquile a oportunidade, qual aconteceu a eles mesmos.
Espírito Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier-Reportagens e Além Túmulo

Seja Fonte

Fonte de água pura e cristalina.
Seja água abundante para quem tem sede de amor, de carinho.
De força, de apoio de diretriz.
Se você não tem nenhum motivo para ser feliz, seja feliz por ser fonte.
Por ser procurado por aqueles que precisam de você.
Seja Porto.
Porto de chegada de almas cansadas,
Seja porto para aqueles que andam perdidos pelo mundo,
E que precisam de um lugar tranquilo para descansar o fardo que carregam.
Para ser porto de chegada, abrace, afague, receba, dê boas vindas.
Seja porto de saída,
saída para quem precisar partir, despedindo-se das ilusões, das dores, dos fracassos e decepções.
Partindo para uma vida melhor, para isso, ajude, apóie, converse, estenda as mãos, ouça, oriente.
Seja também porto seguro, para quem lhe ama e precisa de você.
Porto seguro para os amigos, para a família, para quem precisar.
Para ser porto seguro, esqueça o ego e pense no próximo, esqueça suas dores e amenize as dores do próximo.
Se você não tem motivos para ser feliz, seja feliz por ser porto, para receber aqueles que procuram por você.
Seja Ponte.
Ponte que liga a vida terrena à eternidade do céu.
Para ser ponte, compreenda, perdoe e deixe as pessoas passarem por você.
Para ser ponte, esteja no fim da estrada daqueles que não encontram o caminho de volta.
Seja a passagem e não o atalho,
Seja o caminho livre e não o pedágio.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser ponte.
Ponte significa união, ligação, laços de afeição.
Seja Estrada.
Estrada longa, gostosa de passear,
Estrada iluminada de dia pelo sol e de noite pelo luar.
Seja estrada que guia,
Estrada que conduz a outros caminhos.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrada,
estrada dos peregrinos da vida, estes plantarão flores aos seus pés.
Seja estrada para os caminhantes do tempo, estes regarão suas flores.
Seja estrada para os andarilhos do mundo, estes poderão colhê-las, e sentir seu perfume.
Seja Estrela.
Seja a estrela que mais brilha no firmamento.
Seja a estrela inspiradora dos poetas, dos românticos e apaixonados.
Para ser estrela, ilumine os que lhe cercam, distribua luz gratuitamente.
Seja estrela guia, estrela da sorte.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser estrela,
Por que as estrelas estão sempre no alto,
São soberanas porque guiam os navegantes.
Seja Chuva.
Chuva que molha os corações secos, vazios de amor, de esperança, de paz.
Seja chuva que inunda os campos áridos, que molham os jardins, que dá vida a toda vegetação, e que faz transbordar os rios.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser chuva, a chuva é sempre esperada
Por que dela depende a continuidade de toda a humanidade.
Seja Árvore.
Árvore que dá frutos para quem tem fome.
Que dá sombra e refresca o árduo calor dos caminhantes que seguem pela vida.
Seja árvore que aninha, que acolhe os passarinhos, que enfeitam os quintais.
Se você não tem outro motivo para ser feliz, seja feliz por ser árvore.
Por que ser árvore é ter raízes sólidas e profundas.
É ter braços que se alongam, que se estendem...
É produzir flores para enfeitar a alma de alguém,
É ser forte e enfrentar temporais.
É ter suas folhas embaladas pelo vento,
É ser molhada pela chuva
E acalentada pelo sol, é fazer parte da criação.
Como um ser único.
Ser Fonte,
Ser Porto,
Ser Ponte,
Ser Estrada,
Ser Estrela,
Ser Chuva,
Ou ser Árvore,
É servir a Deus!
Autor Desconhecido

terça-feira, 2 de julho de 2013

Oração Refazente

Almas da Terra,

Quando o fragor das inquietações estiver a ponto de estraçalhar-vos, se nas encruzilhadas não souberdes o caminho a seguir e todas as rotas vos parecerem acesso a abismos; quando insuportável desesperação vos houver arrastado a conclusões infelizes que vos pareçam ser a única solução; quando os infortúnios em vos excruciando tendei a tornar-vos indiferentes ao próprio sofrimento: tendes o veículo da oração e dispondes do acesso à meditação remediadora.

Talvez, não vos sejam supressos os problemas, nem afastadas as dificuldades; no entanto, dilatareis a visão para melhor e mais apurado discernimento, lobrigareis mais ampla compreensão da Vida e das suas legítimas realidades, experimentareis a presença de forças ignotas que vos penetrarão. Vitalizando-vos, elevar-vos eis a zonas psíquicas relevantes donde volvereis saturados de paz com possibilidades de prosseguirdes não obstante quaisquer difíceis conjunturas existentes ou por existirem.

Porque a prece apazigua e a meditação refaz. A oração eleva enquanto a reflexão sustenta. O pensamento nobre comungando com Deus, em Deus está a Vida, e dialogando em conúbio de amor extravaza as impurezas e se impregna com as sublimes vibrações da afetividade, que se converte em força dinâmica para sustentar as combalidas potencialidades que, então, se soerguem e não mais desfalecem.

Não vos arrojeis desastradamente nas valas da ira irrefreável ou nas vagas da insensatez. Antes que vou assaltem os demônios do crime, erguei-vos do caos, pensando e orando. Há ouvidos atentos que captarão vossos apelos e cérebros poderosos que emitirão mensagens respostas que não deveis desconsiderar. Amores que vos precederam no além-túmulo vigiam e esperam por vós. Amam e aguardam receptividade. Não vos enganeis nem vos desespereis. Tende tento. Falai ao Pai na prece calma e silenciai para o ouvirdes através da inspiração clarificadora. Nada exijais. Quem ora não impõe.

Orar é abrir a alma, externar estados íntimos, refugiar-se na Divina Sabedoria, a fim de abastecer-se de entendimento penetrando-se de saúde interior. E quando retornardes da incursão pela prece exultar, apagando as sombrias expressões anteriores, superando as marcas das crises sofridas e espargindo alegrias em nome da esperança que habitarás em vós.

Trabalhando pelo Bem o Homem ora. Orando na aflição ou na alegria, o Homem trabalha. E orando conseguirá vencer toda a tentação, integrar-se com plenitude no Espírito da Vida que flui da Vida abundante com forças superiores para trabalhar e vencer.
Espírito Victor Hugo/Médium: Divaldo Franco - Sublime Expiação

Consciência e plenitude

A busca da plenitude constitui a meta essencial da consciência lúcida que descobriu os valores reais da vida e superou os equívocos do ego, no processo da evolução do ser espiritual.

Conscientizado quanto à realidade da vida, na sua qualidade de hálito divino e eterno, sabe que a rapidez do trânsito carnal em nada afeta o conteúdo de que se constitui, porquanto identifica o mecanismo da evolução graças ao qual se adentra na existência física, através da concepção fetal e abandona-a por meio da anoxia cerebral, quando lhe advém a morte.

Felicitado pela perfeita identificação dos objetivos humanos, empenha-se por entesourar os recursos inalienáveis do bem, preservando a paz íntima e comportando-se dentro dos cânones da ordem e do dever, fomentadores do próprio, como do progresso geral.

A consciência seleciona as necessidades reais das que são utópicas, abrindo espaços à realização interior que induz ao amor como meio especial de alcançar a plenitude.

Sonhada por todos os povos, nas mais variadas épocas da História, foi assinalada por santos, místicos e heróis, como Nirvana, Samadi, Paraíso, glória, encontrando em Jesus a denominação amena de Reino dos Céus, onde não vicejam as dores nem as angústias , as saudades nem as aflições.

Delimitando-lhe as balizas no próprio coração da criatura, o Mestre Divino propôs o mergulho no oceano dos sentimentos, onde pode sobrenadar, fruindo de harmonia, sem ansiedade, nem arrependimento, sem perturbação ou tormento...

Conquistada a consciência que propicia amadurecimento, o ser alcança o estado de plenitude espiritual, não obstante se encontre no invólucro carnal.

Enquanto estejas na vida corporal, exercita-te na fraternidade, não te deixando perturbar por querelas e paixões dissolventes.

Cuida de viver com intensidade e sem cansaço as horas da existência, deixando-as passar com real aproveitamento, de modo que a recordação delas não te cause remorso ou lamentação.

Os momentos de consciência profunda , objetiva, proporcionam a memória da plenitude, passo inicial para a integração no espírito total da vida.

Jesus assinalou esta conquista ao afirmar: "Eu e meu Pai somos um."

Havia uma perfeita identificação entre Ele e o Gerador Universal, acenando aos Seus discípulos a possibilidade de consciência integral com plenitude pessoal.

Interessado na elucidação da plenitude , ALLAN KARDEC indagou aos Gênios Espirituais, conforme anotou em O Livro dos Espíritos, na questão 967:

- Em que consiste a felicidade dos bons espíritos ?

- Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da Vida material. São felizes pelo bem que fazem....

Espírito Joanna de Ângelis/Médium Divaldo Franco - Momentos de Consciência

A rigor

 Espírito Santo - falange dos Emissários da Providência que superintende os grandes movimentos da Humanidade na Terra e no Plano Espiritual.
Reino de Deus - estado de sublimação da alma, criado por ela própria, através de reencarnações incessantes.
Céu - esferas espirituais santificadas onde habitam Espíritos Superiores que exteriorizam, do próprio íntimo, a atmosfera de paz e felicidade.
Milagre - designação de fatos naturais cujo mecanismo familiar à Lei Divina ainda se encontra defeso ao entendimento fragmentário da criatura.
Mistério - parte ignorada das Normas Universais que, paulatinamente, é identificada e compreendida pelo espírito humano.
Sobrenatural - definição de fenômenos que ainda não se incorporam aos domínios do hábito.
Santo - atributo dirigido a determinadas pessoas que aparentemente atenderam, na Terra, a execução do próprio dever.
Tentação - posição pessoal de cativeiro interior a vícios instintivos que ainda não conseguimos superar por nós mesmos.
Dia de juízo - oportunidade situada entre dois períodos de existência da alma, que se referem à sementeira de ações e à renovação da própria conduta.
Salvação - libertação e preservação do espírito contra o perigo de maiores males, no próprio caminho, a fim de que se confie à construção da própria felicidade, nos domínios do bem, elevando-se a passos mais altos de evolução.
O Espiritismo tem por missão fundamental, entre os homens, a reforma interior de cada um, fornecendo explicações ao porquê dos destinos, razão pela qual muitos conceitos usuais são por ele restaurados ou corrigidos, para que se faça luz nas consciência e consolo nos corações. Assim como o Cristo não veio destruir a Lei, porém cumpri-la, a Doutrina Espírita não veio desdizer os ensinos do Senhor, mas desenvolvê-los, completá-los e explicá-los “em termos claros e para toda a gente, quando foram ditos sob forma alegóricas”.
A rigor, a verdade pode caminhar distante da palavra com que aspiramos a traduzi-la.
Renove, pois, as expressões do seu pensamento e a vida renovar-se-lhe-á inteiramente, nas fainas de cada hora.
Espírito André Luiz - Médium: Francisco Cândido Xavier - O Espírito da Verdade