quinta-feira, 31 de julho de 2014

Evolução

Se devassássemos os labirintos
 Dos eternos princípios embrionários,
 A cadeia de impulsos e de instintos,
 Rudimentos dos seres planetários;

Tudo o que a poeira cósmica elabora
 Em sua atividade interminável,
 O anseio da vida, a onda sonora,
 Que percorrem o espaço imensurável;

Veríamos o evolver dos elementos,
 Das origens às súbitas asceses,
 Transformando-se em luz, em sentimentos,
 No assombroso prodígio das esteses;

No profundo silêncio dos inermes,
 Inferiores e rudimentares,
 Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,
 A mesma luz dos corpos estelares!

É que, dos invisíveis microcosmos,
 Ao monólito enorme das idades,
 Tudo é clarão da evolução do cosmos,
 Imensidade nas imensidades!

Nós já fomos os germes doutras eras,
 Enjaulados no cárcere das lutas;
 Viemos do princípio das moneras,
 Buscando as perfeições absolutas.

Pelo Espírito Augusto dos Anjos

XAVIER, Francisco Cândido. Parnaso de Além-Túmulo. Espíritos Diversos. FEB.

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