Você já pensou, em
algum momento, gravar as conversas familiares? Tem idéia a respeito do que se
fala, no lar, às refeições, por exemplo? E do efeito desses diálogos sobre as
mentes infantis?
Pois um professor de Sociologia da
Universidade da Pensilvânia realizou a experiência.
O Dr. Bossard conseguiu fartos exemplos da
conversa de famílias, à hora do jantar. E, embora não tivesse imaginado,
descobriu alguns estilos, definidos pelos hábitos de conversação constante.
Um dos mais evidentes foi o estilo crítico.
Isto é, durante a refeição, não se falava nada de bom a respeito de alguém.
O assunto constante eram os amigos, parentes,
vizinhos, os aspectos de suas vidas, naturalmente sempre apresentados de forma
negativa.
Reclamava-se das filas no supermercado, do mau
atendimento em lojas, da grosseria do chefe, enfim, das coisas ruins que
existem no mundo.
Essa
atmosfera familiar negativa redundava, conforme as observações realizadas, em
crianças insociáveis e malquistas. Portanto, com problemas acontecendo na
escola, na vizinhança.
Em
outro grupo, as hostilidades da família se voltavam para dentro, contra si
mesma.
Dr.
Bossard classificou o grupo como os brigões, porque, sem exceção, as refeições
se constituíam em torneios de insultos e brigas.
Tudo
era motivo para acusações mútuas.
Nesse
caso, as crianças absorviam o estilo que lhes criava problemas. Mesmo que isso,
por vezes, viesse a se revelar depois de já crescidas e casadas, nos novos
lares constituídos.
Um
grupo de famílias revelou um estilo exibicionista. Num primeiro momento, o
observador poderia se deixar encantar pelo brilho de espírito e o bom humor
demonstrado por todos.
Contudo, aprofundando-se na pesquisa, essas
famílias revelaram que todos se portavam como se fossem atores.
E cada
qual desejava sobrepujar o outro, aparecer mais. Isso redundava em crianças
que, onde estivessem, desejavam ser o foco das atenções.
Quando
assim não acontecia, elas se sentiam desprezadas e repelidas, limitando a sua
simpatia e respeito pelos outros.
Mas,
afinal, será que nenhuma das famílias tinha bons hábitos de conversação?
Claro
que sim. Essas foram adjetivadas como portadoras de atitude correta de processo
interpretativo.
Nesse
caso, as pessoas, os acontecimentos, os fatos são comentados pela família de
forma tranqüila, com dignidade e, até, com senso de humor.
As
crianças são animadas a participar da conversa e são ouvidas com respeito. A
nota dominante, nesse grupo familiar, é a compreensão.
*
* *
Se,
ouvindo ou lendo esta mensagem, você se deu conta de que sua família pertence a
um dos grupos de conversação incorreta, não se perturbe.
O
estilo das conversas pode ser modificado. E pode começar hoje.
O
primeiro passo é descobrir o estilo dominante e, num esforço conjunto da
família, modificar a conversação.
Afinal,
um grande Mestre disse um dia que o que contamina o homem não é o que entra na
boca, mas o que sai dela.
Pensemos nisso. Melhorar o estilo da conversa
em família não é garantia absoluta de crianças ajustadas.
Mas é
um meio seguro de lhes proporcionar melhores oportunidades de uma vida
equilibrada, pois o exemplo é forte ingrediente na formação do caráter.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
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