domingo, 17 de setembro de 2017

A Filha do Amor

A FILHA DO AMOR
A caridade, como filha do amor, carrega consigo a luz da vida. Quando praticada com ternura, conforta o coração, de onde sai clareando todos os sentimentos que o bem impulsiona.
O Espiritismo é o mediador da luz de Nosso Senhor Jesus Cristo; por isso, ele se constitui em bênçãos de Deus e permanece no mundo consolando e instruindo as criaturas, para a formação de um novo mundo, onde há abundância do mel da verdade e do leite da fé.
Muita gente encontra-se maldizendo a Terra, pelos acontecimentos nela surgidos, mas na verdade ela está se elevando por força da lei. Quantas coisas boas existem na Terra, quantas descobertas apareceram nesses últimos cem anos em favor da humanidade! Se alguns usam as descobertas para o mal, logo se cansarão, e passarão a aplicá-las no bem comum, donde surgirá a alegria interna. Todos somos feitos iguais, e todos somos filhos do mesmo Deus.
A lei natural que afirma que todos os homens permeiam uns com os outros é irrefutável, expressando a vontade de Deus para o bem de todos. Ninguém engana o Senhor nas suas qualidades eternas.
A caridade conduz à mansuetude, no equilíbrio que a luz nos oferta, porque ela nasce no centro onde gera a vida. Verifiquemos que em todas as organizações espiritas surge a assistência social de muitas formas, capaz de consolar as criaturas que sofrem, na forma de pão, de roupa, de teto e várias outras modalidades de ajudar; é a caridade em função do amor, inspirada pelos benfeitores encarregados por Jesus, no alimento da alma, e para que a Doutrina Espírita circule na Terra, com esta feição de amor.
O Espiritismo está empenhado com Jesus nas mudanças dos sentimentos humanos que, de primitivos irão passando a ser maduros, entendendo o bem como dever, a educação como caminho, e a instrução como luz para compreender a vida, na simplicidade em que ela foi criada. Em todos os momentos de caridade, lembre-se de que ela salva no seu trabalho, no seu lar e na sua vida e que, às vezes, gestos pequenos costumam salvar uma nação de grandes catástrofes. Como é bom um lar viver em paz! Mas ela nasce no perdão e no exemplo do bem. Como é sublime entender os companheiros de trabalho! Aí surge a amizade e o ambiente se clareia com a fraternidade! Como é alegre a pessoa ser vista nas ruas como amiga da paz e da Concórdia! Todos vibram amor em seu benefício. São sementes que se passa a semear, e cujos frutos outro não colhe. É nesse sentido que se fala “O que é meu é meu”; aí não entra o egoísmo, mas a verdade. O egoísmo é a negação da caridade, é a enfermidade que somente se cura com o amor.
Este livro – Conceitos de Paz -, como lembrança do Evangelho, mais faz lembrar da melhora interna, do auto aperfeiçoamento, para a glória de si mesmo, porque para tanto fomos criados. Quem aperfeiçoa a si mesmo está se lembrando do Pai e agradecendo a Jesus, pela Sua grande renúncia de pisar junto aos homens, para dar o exemplo de amor, falando e fazendo, durante a Sua estadia na Terra, a pura caridade.
Quem deseja libertar-se das imperfeiçoes, vence a si mesmo amando.

Conceitos de Paz – Miramez/João Nunes Maia

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Espiritismo e Vida

ESPIRITISMO E VIDA
O Espiritismo, meus irmãos, é a luz que verte do Alto na grande noite da Humanidade, para nos apontar o caminho na escuridão.
O Espiritismo, é Jesus de volta, que nos vem convidar a reflexões muito profundas a respeito do que somos - Espíritos imortais - de como estamos - corpos transitórios - e para onde vamos - na direção da pátria, conscientizando-nos que a lei que deve viger em todas as nossas atitudes é a lei de amor. Este amor, porém, que é lei natural e está em todo o Universo, porque é a lei do equilíbrio.
Quando, realmente, nos deixarmos penetrar pela proposta de Jesus, quando legitimamente nos permitirmos mimetizar pelo Seu dúlcido olhar, feito de misericórdia e de compaixão, uma nova conduta se estabelecerá em nossas vidas, e aprenderemos, por fim, a seguir com equilíbrio pela estrada libertadora. O Espiritismo, anunciado pelo Mestre, chega na hora predita para atender o rebanho aturdido que, tresmalhado, aguarda o cajado do Bom Pastor.
Ele veio meus filhos, e convocou-nos a uma nova ordem de pensamento e de conduta. A Sua voz, de quebrada em quebrada, chegou até estes dias, para que tivéssemos um roteiro de segurança, para não mais incidirmos ou reincidirmos nos delitos a que nos vinculamos.
Da primeira vez, iludidos, fascinados, atormentados, deformamos-Lhe os ensinamentos, adaptando-os aos nossos interesses escusos. Mas Ele não cessou de nos enviar embaixadores encarregados de recordar-nos Seu amor inefável até quando Allan Kardec nos trouxe desvelados, o Evangelho para vestir nossa alma com a luz mirífica das estrelas.
Tenhamos cuidado com a prática espírita!
O Consolador não se deterá, mesmo que os homens coloquem pelos caminhos impedimentos à sua marcha, dificuldades ao processo evolutivo, porque Cristo vela!
O Espiritismo, meus filhos, é doutrina dos Espíritos para os homens.
Espíritos, por sua vez reencarnados, comprometidos com a instalação na Terra do reino do amor, da justiça e da caridade.
Tende tento!
Meditai profundamente na palavra de ordem e de razão que deflui do Evangelho vivo e, se por certo, estais sendo chamados para o rebanho, esforçai-vos para atender ao convite, e lutai até o sacrifício para serdes escolhidos.
Recebeis farta messe de luz; distribuí-a pelo mundo estróina.
Sois aquinhoados com o conhecimento libertador; passai-o adiante através da voz eloquente dos vossos atos e pela palavra austera dos vossos sentimentos.
Jesus espera! Como nós confiamos n’Ele e Lhe pedimos apoio, Ele confia em nós, e nos pede fidelidade.
Os Espíritos amigos, vossos anjos guardiães e companheiros de jornada, aqui estamos para sustentar-vos nos testemunhos, para dar-vos força, para que possais vencer com idealismo, de maneira estóica.
Não adieis o momento de ajudar, não procrastineis a hora de servir e, integrados na falange do bem, cantai, cantai ao Senhor, mesmo que lágrimas escorram pelos vossos olhos e dores macerem vossos corações.
Cantai um hino de júbilo e de liberdade, demonstrando que na cruz os braços estão abertos para afagar, dando testemunho que pode aquilatar o valor de quem ama.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, e que a paz prossiga convosco, suavizando vossas lutas e dores! São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra de Menezes

domingo, 10 de setembro de 2017

Almas Perfumadas

ALMAS PERFUMADAS
Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.
Ana Jácomo

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Mente e Sexo

MENTE E SEXO
A mente e o sexo são as mais divinas características do ser humano. Fontes por excelência de ação criadora, atuam, basicamente, uma nas portentosas dimensões do Espírito, e o outro nos imensuráveis domínios da forma.
A mente elabora o pensamento, norteia a razão, gera a técnica, comanda a vida. O sexo garante e renova a vivencia das formas, em que as essências se revelam e se acrisolam, por meio de longuíssima fieira de planos evolutivos.
A mente evolve para a sabedoria, por meio de incessantes apurações do instinto. O sexo evoluciona para o amor, depurando a libido, no crisol das experiencias sublimadoras.
A mente engendra magnificentes edificações da inteligência, na construção do saber. O sexo improvisa potentes eclosões de simpatia, na estruturação dos pródromos da fraternidade.
A mente desenvolve extraordinários valores do pensamento, no fulgor da Ciência, da Filosofia e das artes. O sexo canaliza a força dos impulsos, erigindo na materialidade e na paternidade sublimes altares ao sentimento enobrecido.
No meio augusto do tempo, a mente na matéria, se expressará, um dia, em plena luz. O sexo, que vibra na carne, radiará, um dia, o puro amor.
No regaço insondável dos milênios, a crisálida de consciência acende, humilde, o primeiro raio da coroa de glórias arcangélicas. Os genes cromossomáticos, que partem dos núcleos celulares e do citoplasma, iniciam, com modesta nota, a sinfonia cósmica da comunhão dos querubins.
Atritada pelos problemas e acicatada pelo trabalho, a mente freme na eclosão do conhecimento, para o esplendor da sapiência. Acrisolado pela dor, nos torniquetes da experiencia, o sexo emerge, transformado, para as excelsas criações da beleza.
Torna-se a mente em poder; torna-se o sexo em amor. O poder constrói os mundos; o amor os apura e diviniza.
A mente se fortalece e expande; o sexo se desdobra e auto completa. Entretanto, só a mente é eterna; o sexo, que a reflete, acaba por ela absorvido.
Dia chega em que só a mente existe, na plenitude da vida, gloriosa de sabedoria e de amor, na comunhão divina. Então, o verme humilde, que se transformara, com o tempo, em homem problema, será, no império do universo, um príncipe de luz.

Do Livro – Universo e Vida – Áureo / Hernani T. Sant’Anna

Poder de Deus

"O poder de Deus é onímodo, onipresente e eternamente atuante no universo, porque está nele imanente, não podendo ser traído ou alterado por nenhuma força e por nenhum ser da Criação."

Radiações Luminosas - Lv Universo e Vida

Convite à Calma

CONVITE À CALMA
"Não resistais ao mal que vos queiram fazer."
(Mateus: capítulo 5º, versículo 39.)
O espinho do ciúme vence-a; o estilete da ira dilacera-a; o ácido da inveja corroe-a, os vapores do ódio enlouquecem-na; a agressão da calúnia despedaça-a; o tóxico da maledicência perturba-a; a rama da suspeita inquieta-a; o petardo da censura fere-a; as carregadas tintas do pessimismo tisnam-na se o cristão decidido não se resolve mantê-la a qualquer preço.
Não importa que exsudes1, agoniado, em quase colapso periférico, ou estejas com a pulsação alterada, ou, ainda, sofras o travo do amargor nos lábios. Imprescindível não precipitares atitudes, nem conclusões aligeiradas, nem desesperações injustificáveis.
Não nos reportamos à posição inerme, à aparência, pois o pântano que parece tranquilo é abismo, reduto de miasmas e morte traiçoeira.
Aludimos a um espírito confiante, fixado nas diretrizes do Cristo, sem receios íntimos, sem ambições externas. Equilibrado pela reflexão, possuidor de probidade pela ponderação.
Calma significa segurança de fé, traduzindo certeza sobre a Justiça Divina.
Ante o dominador tíbio que lavava as mãos, em referência à Sua vida, Jesus se fez o símbolo da calma integral e da absoluta certeza da vitória da verdade.
Cultiva, portanto, os sentimentos e mantém os propósitos edificantes. Perceberás, surpreso, que as atitudes dos maus não te atingirão, facultando-te através da calma não resistir ao mal que te queiram fazer, conforme lecionou o Senhor, porquanto a integridade da fé em exteriorização de calma dar-te-á forças para vencer as próprias limitações e prosseguir resolutamente, em qualquer circunstância.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5
* * * Estude Kardec * * *

1- exsudes - Exsudes vem do verbo exsudar. O mesmo que: destiles, estiles, porejes, ressumbres, ressumes.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Ante a Cruz e a Espada

ANTE A CRUZ E A ESPADA
Desde priscas eras, a espada vem contribuindo para o desar do ser humano, embora a utilidade de que também se reveste, quando aplicada com o objetivo edificante.
No período paleolítico, começou a ser usada na sua forma tosca na condição de instrumento de defesa dos animais, assim como auxiliar para diversos labores que tornariam melhor a existência.
À medida, porém, que o desenvolvimento intelectual se foi aprimorando, ei-la transformando-se mais em arma agressivo-defensiva, ceifando vidas humanas nos ferozes combates entre tribos e clãs.
Deu origem, de alguma forma, a lança, a flecha, que serviam para a caça e a pesca, mas especialmente para a guerra.
Aprimorada, converteu-se em troféu de honra e galardão para os cavalheiros e os chefes de Estado no momento das gloriosas ascensões aos poderes temporais...
A cruz, por sua vez, na função punitiva, surgiu originalmente na Caldeia antiga, sendo utilizada como instrumento de aflição e de morte dolorosa.
Os romanos passaram a utilizá-la pelos sofrimentos que causava às suas vítimas, prolongando-lhes as angústias e matando-os mediante a terrível asfixia além das inenarráveis dilacerações que produzia.
Lentamente passou por mudanças da trave horizontal como da vertical, de acordo com os povos que a tomaram como símbolo hierático, inscrevendo nas suas bandeiras e flâmulas, nos seus documentos e obras. Entre muitas, surgiram as cruzes grega, de Tau, heráldica, em trevo, bifurcada, da igreja ortodoxa, de Jerusalém...
Na gloriosa História do Cristianismo, aturdido no Getsêmani, Pedro tomou de uma espada e decepou a orelha de Malco, que Jesus curou, advertindo-o para que a embainhasse, porque todo aquele que a usa para ferir, torna-se-lhe vítima do afiado gume.
Por sua vez, a cruz, na qual Ele foi supliciado até a morte, deixou de ser vista apenas com a finalidade para matar, tornando-se instrumento liberador para a vida sublime e perene.
Antes, Ele já lhe havia diminuído o caráter punitivo no qual era utilizada, ao propor que cada qual deveria toma-la sobre os ombros, a fim de segui-lO.
Sucede que há também espadas destrutivas não metálicas ou de confecção material, porém, simbólicas e de efeitos danosos.
A língua humana resguardada na boca é uma lâmina embainhada, que tanto pode edificar, favorecer, como ferir, amargurar, destruir.
A calúnia é urdida na mente, mas verbalizada consegue roubar a paz, tisnar a harmonia do ser e até ceifar vidas honoráveis.
A maledicência é responsável por conflitos inomináveis, gerando animosidades que se convertem em tragédias.
A intriga e a censura perversa são verdadeiras espadas afiadas que se encarregam de aniquilar belas florações dos sentimentos, que despertam a inveja e a malquerença dos enfermos morais.
Por sua vez, a cruz invisível dos sofrimentos, quando conduzida com resignação alça o indivíduo às regiões da plenitude, enquanto a espada o degrada.
O crucificado pode converter-se em magnífica vítima do martírio, tornando-se uma ponte espiritual entre os abismos do mundo material e grotesco e o de natureza espiritual transcendente.
Fitando-se Jesus na cruz, pode-se ver além do espetáculo chocante, um Vencedor de braços abertos, caído, porém, de pé, alçando-se ao infinito num voo de incomparável doação, a fim de que toda a humanidade pudesse segui-lO.
Aqueles que utilizaram a espada contra Ele e a vida, sucumbiram na loucura e no desconforto moral, ficando suas vidas assinaladas pela crueldade e infâmia.
Foi Ele quem transformou a cruz em bênção e a espada em veículo para a sublimação.
Na sua infância em Nazaré, Ele conheceu a rebelião judaica armada contra os romanos que o general Varus esmagou, adornando a estrada de Séforis, que ficava próxima do seu modesto lar sete quilômetros, com dois mil galileus crucificados, expostos de um e do outro lado.
Mais tarde, no ano 70 depois de Sua morte, Tito acabou com as florestas de Israel, crucificando mais de uma centena de milhar dos que resistiram na Jerusalém insubmissa e que foi arruinada de tal forma que a fez desaparecer, dando lugar, algo mais tarde, à construção da cidade de Aélia Capitolina.
Hoje, ei-la ainda vítima pelas lutas sangrentas em que predomina a espada.
Toma a tua cruz e embainha a tua espada na atual existência carnal.
Sê simples e puro de coração, triunfando interiormente adornando-te das condecorações sublimes: as cicatrizes morais dos testemunhos.
Não ergas a espada para ferir em revide ao golpe que sofreste, mas antes perdoa.
Seja decorrente da acusação indébita, da infame traição, da perversa injustiça, não reajas, cultivando o perdão, porque o outro, aquele que mal procede, não sabe realmente o que está fazendo.
Não importa que ele seja teu amigo ou teu familiar, que a miopia espiritual cegou ou se é declarado adversário que se compraz afligindo-te.
Tem em mente que ele está doente e que já passaste pelo mesmo caminho, agora em processo de recuperação.
Perdoa sempre, a fim de viveres em paz.
Reflexiona que hoje segues ao som das bem-aventuranças, cuja musicalidade permanece ressoando desde há vinte séculos e somente agora a ouviste, encantando-te.
Supera-te através do perdão e faze da tua espada um instrumento que, cravado no solo, tome a aparência de uma cruz através da qual te redimas e arraste na direção do Mestre aquele que te amaldiçoa e apunhala.
Perdoa, portanto, com alegria e paz.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 28 de agosto de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=295

As decepções e a Bondade Divina

AS DECEPÇÕES E A BONDADE DIVINA
        “A felicidade não é deste Mundo”
constitui uma citação bastante conhecida.
        Ela corresponde a uma realidade, pois raramente no Mundo se conjuga tudo o que se acha necessário para alguém ser perfeitamente feliz.
        Saúde, mocidade, beleza e dinheiro entram nessa equação.
        Contudo, mesmo na presença de tais fatores objetivos, muitas vezes a criatura padece de tormentos íntimos.
        Vêem-se com freqüência seres aparentemente privilegiados a reclamar da vida.
        Consultórios de psicólogos e psiquiatras também são freqüentados por aqueles a quem se imaginaria felizes e saciados.
        Mas a ampla maioria dos seres humanos debate-se com inúmeros problemas.
        Nos mais variados planos da existência, os dramas se sucedem.
        Dificuldades financeiras, de relacionamento ou de saúde clamam por atenção.
        Perante as naturais decepções do Mundo, por vezes as criaturas se rebelam.
        Quando alcançadas por experiências dilacerantes, imaginam-se abandonadas por Deus.
        Esse modo de sentir revela uma compreensão muito restrita da vida.
        Ele até seria razoável, caso tudo se esgotasse em uma única existência material.
        Perante a vida que segue pujante além do túmulo, os problemas materiais diminuem de importância.
        Em face desse amplo contexto, dificuldades não são tragédias, mas simples desafios.
        Em cada homem reside um Anjo em perspectiva.
        Ele é brindado com as experiências necessárias para atingir o seu augusto potencial.
        As dores, por maiores que sejam, sempre passam.
        Mesmo uma enfermidade incurável tem o seu término.
        Após a morte do corpo físico, o Espírito prossegue sua jornada.
        Se conseguiu passar com dignidade pelo teste, ressurge mais forte e virtuoso.
        Caso tenha se permitido reclamações e revoltas, terá de refazer a lição.
        Convém ter isso em mente ao enfrentar as crises da vida.
        Deus é um Pai amoroso e bom.
        Ele não Se rejubila em torturar Suas criaturas.
        As dores do Mundo têm finalidades transcendentes.
        A maioria é providenciada pelos próprios homens, com suas paixões e equívocos.
        Todas elas constituem desafios.
        Ninguém deve acalentar o masoquismo e se rejubilar em sofrer.
        É preciso lutar para sair de todas as dificuldades e recuperar o bem-estar.
        Mas em face de situações inelutáveis, quando nada se pode fazer, é necessário pensar na bondade Divina.
        Ela não se revela apenas quando tudo parece estar sob um céu azul, nas mesas fartas e nos sorrisos radiantes.
        A bondade de Deus também se manifesta no sofrimento que torna o homem mais apto a compreender a dor do semelhante.
        Ela está presente nas situações constrangedoras que minam o orgulho, a vaidade e a indiferença.
        A vida na Terra é passageira e se destina ao burilamento do ser.
        O viver terreno propicia resgate de equívocos do pretérito e preparação para etapas sublimes do existir imortal.
        Em um mundo material e ainda bastante inferior, os entrechoques e as decepções são inevitáveis.
        Apenas uma fé viva na bondade Divina permite que o homem preserve seu coração livre de amargura.
        Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

O melhor para cada um

O MELHOR PARA CADA UM
Você costuma reclamar da vida que leva? Acredita que outros vivem melhor do que você? Gostaria de ter nascido em lugar diferente, em outro país, desfrutar de outras condições?
Quem sabe, ter outros pais? Melhor condição financeira? Pois assim também pensava Mogo, um jovem que vivia na china há muitos anos.
Ele ganhava seu sustento lascando pedras. Embora são e forte, não estava contente com sua vida. Queixava-se dia e noite.
Tanto reclamou, esbravejou que seu anjo de guarda lhe disse em sonhos, certa noite: "você tem saúde e uma vida pela frente. Deveria ser agradecido a Deus. Por que reclama tanto e é tão infeliz?"
"Deus foi injusto comigo", disse o rapaz. "não me deu oportunidade de crescer."
Com medo que o seu protegido acabasse perdendo a sua vida, o anjo rogou ajuda ao pai todo poderoso. Deus disse ao mensageiro que tudo o que Mogo pedisse lhe seria concedido.
No dia seguinte, Mogo quebrava pedras quando viu passar uma carruagem com um nobre coberto de jóias. Desejou ser nobre.
Ele se transformou então em dono de um palácio, com muitas terras, servidores e cavalos. Passeando em uma das tardes, feliz porque todos se curvavam a sua passagem, em sinal de respeito, começou a sentir um calor insuportável.
Mogo transpirava como no tempo em que lascava pedras. Deu-se conta de que o sol era maior do que ele, estava acima de príncipes, reis, imperadores e muito mais alto que todos.
"Por que não posso ser o Sol?"
Escondendo a sua tristeza, seu anjo de guarda atendeu seu desejo. Enquanto brilhava no céu, admirado com seu gigantesco poder de amadurecer as colheitas, um ponto negro avançou em sua direção.
A mancha escura ficou à sua frente e ele não podia mais ver a Terra.
"Anjo, quero ser nuvem."
Logo, poderoso, ele escurecia o sol. "Sou invencível", gritava.
Mas uma imensa rocha de granito se erguia em meio ao oceano. Mogo achou que a rocha o desafiava e se transformou em rocha.
Certa manhã, Mogo sentiu uma lança aguda em suas entranhas de pedra. Depois outra. E outra.
"Anjo, socorro! Alguém tem mais poder do que eu. Quero ser poderoso como este ser que está tentando me matar!" E foi assim que Mogo voltou a lascar pedras...
Estamos colocados no melhor lugar, na situação que necessitamos para progredir.
Ninguém se encontra em lugar errado, nem ao lado de pessoas que não mereça.
Tudo se encontra dentro da lei de progresso. Não existem problemas que não possamos vencer ou dificuldades que não consigamos transpor.
Cada um de nós recebe exatamente a carga que pode suportar. Nem mais, nem menos.
Saibamos ser reconhecidos a Deus pela vida, pela saúde, pelas dificuldades. Porque estrada que não tem pedras, não é segura.

Momento Espírita - Fonte: Revista Harmonia ano VIII número 59 set/99

domingo, 3 de setembro de 2017

Fé Religiosa

FÉ RELIGIOSA
Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais (pontos fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob este aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.
Estas palavras são de Kardec e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Prossegue o Codificador:
Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta muita gente alegar que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la.
Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardarias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.
Continua Kardec:
A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele, do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.
Equivocados, alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher Hitchens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD “Raiz de todo mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Anthony Crayling lhes faz companhia nessa cruzada contra a religião.
A missão do homem inteligente na Terra (Eva, VII-08) é desenvolver sua inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências retardatárias.
A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada.
Reflitamos a respeito.

Revista Internacional de Espiritismo – Janeiro 2008.