Não se
consumiram, com a dissolução dos tecidos, aqueles que consideras mortos.
Transitaram da
circunstância carnal para o estado básico de Espíritos que são, donde
oportunamente vieram a Terra, a fim de se revestirem com a tecedura material.
Ora despojados
dos implementos físicos, retornam à condição primeira, carregando nos sutis e complexos
mecanismos da vida que os mantêm íntegros, as realizações e os gravames, as
ações positivas ou infelizes que se permitiram, enquanto se utilizaram do vaso
fisiológico, na Terra.
Mergulharam no
acervo somático conduzindo propósitos superiores, quais alunos ingressando em
abençoada Escola, com vistas ao futuro promissor.
Despediram-se
do currículo, guindados à posição que preferiram fruindo a escolaridade
conforme o aproveitamento que se permitiram.
Desapareceram
da vida objetiva, sem dúvida, mas vivem em outra dimensão vibratória e examinam
através de outras percepções a oportunidade que tiveram e os valores de que se
fazem detentores inalienáveis.
Os desatentos
que se deixaram colher na distração lamentam dolorosamente o tesouro do ensejo
perdido.
Os insidiosos e
céticos, chamados ao retorno que esperavam demorasse, sofrem amargas decepções,
face à realidade da vida que prossegue...
Os maus expiam
enquanto despertam com a mente tornada fornalha de remorsos, graças à nova
situação que desconsideravam...
Os resignados e
bons, chamados ao convívio imortalista, exultam e se preocupam com os que se
enleiam na ilusão ou se anestesiam na busca do nada em que se infelicitam.
Não desesperes,
se a saudade te martiriza, ante a ausência deles. Estão ausentes só em corpo
físico.
Pensando neles,
envolve-os na prece lucilante e benéfica. Estejam como estejam receberão os
teus pensamentos e deles retirarão o precioso conteúdo que os reconfortará
valiosamente.
Assim,
recorda-os com ternura e amor, desejando ser-lhes útil. Conjeturando em torno
das suas vidas, traze à tela mental o que fizeram de bom, as suas horas
ditosas, as evocações dos momentos felizes, que captarão de forma salutar.
Desse modo,
ligar-se-ão a ti pelos preciosos liames do pensamento, mantendo intercâmbio
sutil contigo, dialogando, ajudando-te caso não possam, por enquanto, faze-lo
diretamente pelos processos mediúnicos mais positivos...
Isto posto,
pensa em ti próprio. Cada instante da experiência física mais te aproxima da
realidade espiritual.
Reflexiona como
te encontras, o que já fizeste, o que possuis para conduzir, porquanto, também
desencarnarás, apesar da saúde que ora desfrutas ou da situação em que laboras
otimista.
Diante dos que
partiram na direção da Morte, assume o compromisso de preparar-te para o
reencontro com eles na Vida abundante, e não adies realizações superiores, que
te serão valiosas.
Sabendo-os
vivos, enxuga o pranto que a dor pungente da grande transição propicia,
considerando que, além da sepultura aparentemente misteriosa, a vida estua, e,
depois do umbral de cinza e pó em que o corpo se converte, brilha a madrugada
da Imortalidade que nos domina e felicita.
FRANCO, Divaldo Pereira. Celeiro de
Bênçãos. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. IDEAL. Capítulo 57.
* * * Estude Kardec * * *
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