“E
qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” – (1ª Epístola de
Pedro, 3:13.)
Temer os que praticam o mal é demonstrar
que o bem ainda não se nos radicou na alma convenientemente.
A interrogação de Pedro reveste-se de
enorme sentido.
Se existe sólido propósito do bem nos
teus caminhos, se és cuidadoso em sua prática, quem mobilizará tamanho poder para
anular as edificações de Deus?
O problema reside, entretanto, na
necessidade de entendimento. Somos ainda incapazes de examinar todos os
aspectos de uma questão, todos os contornos de uma paisagem. O que hoje nos
parece a felicidade real pode ser amanhã cruel desengano. Nossos desejos
humanos modificam-se aos jorros purificadores da fonte evolutiva. Urge, pois,
afeiçoarmo-nos à Lei Divina, refletir-lhe os princípios sagrados e submeter-nos
aos Superiores Desígnios, trabalhando incessantemente para o bem, onde
estivermos.
Os melindres pessoais, as falsas
necessidades, os preconceitos cristalizados, operam muita vez a cegueira do
espírito. Procedem daí imensos desastres para todos os que guardam a intenção
de bem fazer, dando ouvidos, porém, ao personalismo inferior.
Quem cultiva a obediência ao Pai, no
coração, sabe encontrar as oportunidades de construir com o seu amor.
Os que alcançam, portanto, a compreensão
legítima não podem temer o mal. Nunca se perdem na secura da exigência nem nos
desvios do sentimentalismo. Para essas almas, que encontraram no íntimo de si
próprias o prazer de servir sem indagar, os insucessos, as provas, as
enfermidades e os obstáculos são simplesmente novas decisões das Forças
Divinas, relativamente à tarefa que lhes dizem respeito, destinadas a
conduzi-las para a vida maior.
Caminho,
Verdade e Vida – Chico Xavier / Emmanuel
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