Dia desses passamos por uma rua e nos
chamou a atenção um grande muro, à frente de uma casa.
Com todo capricho, o muro estava pintado com
uma cor clara e, pequenos canteiros, com flores miúdas, haviam sido colocados à
beira da calçada.
Um primor! Infelizmente, bem no meio do muro,
havia sido escrito em letras pretas, tortas, grotescas, destoando totalmente da
beleza e bom gosto do dono da casa: Jesus te ama!
A mensagem é positiva, no entanto, pichar
propriedade alheia mostra, em primeira mão, que Jesus ama a todos, com certeza,
mas nós ainda não aprendemos a amar nosso irmão.
Não respeitar a propriedade alheia, não
preservar o que outro gastou em economias, em trabalho, em esforço, para
conseguir é falta total de amor.
E se proclamamos que Jesus nos ama, devemos
recordar que Ele nos recomendou que nos devíamos amar uns aos outros como Ele
nos amou.
Ele, portanto, prescreveu a forma de amar que
deveríamos seguir. Precisamos aprender a seguir-Lhe o exemplo.
E oportunidades para isso não faltam.
Dizemo-nos um país religioso, no entanto, como escreveu João Ubaldo Ribeiro, em
uma de suas crônicas, nossas empresas são verdadeiras papelarias.
Os empregados, que ganhamos nosso salário
mensal, levamos para casa todos os dias papel, clipes, lápis, canetas, tudo de
que precisa nosso filho para fazer o trabalho da escola.
Ou para nós mesmos utilizarmos. Quanta desonestidade
em nosso proceder. Nem nos lembramos que, com tais ações, não estamos
obedecendo ao sétimo mandamento do Decálogo.
E nosso desamor ao próximo continua. Basta
olharmos para nosso planeta. Aplaudimos os discursos dos que nos conclamam ao
mundo sustentável, à reciclagem do lixo, à coleta seletiva e tudo o mais.
Comparecemos a caminhadas que objetivam
conscientizar a todos a respeito da correta postura ecológica. Contudo, muitos
de nós vamos deixando pelo caminho as marcas da nossa passagem: copos e
garrafas descartáveis, papéis de bala, etc.
E não estaremos amando nosso próximo enquanto
nos ônibus as pessoas idosas, gestantes, com crianças ao colo estiverem em pé e
nós fingirmos dormir para não lhes dar o lugar.
Nem mesmo quando alardeamos que temos TV a
cabo em casa, mas nada pagamos por ela, porque puxamos o cabo da casa do
vizinho.
Enquanto não houver o mínimo respeito pela
propriedade do outro, pelos bens públicos, ainda estaremos estacionados no
desamor.
Enquanto acreditarmos que o bom mesmo é ser
esperto e passar o outro para trás e ainda nos vangloriarmos do feito, não
estaremos no caminho do amor.
Enquanto ensinarmos, por nossos atos, às
gerações futuras que o bom é ficar rico, da noite para o dia, não importando os
métodos; que o bom é sempre levar vantagem em tudo, ainda estacionamos no
desamor.
Pensemos nisso: quem ama serve ao semelhante,
ajuda a planta e socorre o animal.
Quem ama, preserva o mundo em que vive e que
o seu irmão também vive.
Todos desejamos um mundo melhor, mais justo,
sadio e agradável.
Lembremos que tudo depende de nós, de cada um
de nós.
Redação
do Momento Espírita
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