"Aprendam
primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus
pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus." - Paulo. [I Timóteo,
5:4.]
A família consangüínea é lavoura de luz da
alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência,
renúncia e boa vontade.
De quando a quando, o amor nos congrega, em
pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.
Geralmente, não se reúnem a nós os
companheiros que já demandaram à esfera superior, dignamente aureolados por
vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para
restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma,
na jornada para os cimos da vida.
Muitas vezes, na condição de pais e filhos,
cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de amigos
compromissos.
Se és pai, não abandones teu filho aos
processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção
que a hortaliça de tua casa.
A criança é um "trato de terra
espiritual" que devolverá o que aprende, invariavelmente, de acordo com a
sementeira recebida.
Se és filho, não desprezes teus pais,
relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações, como se
estivessem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque
também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na
individualidade a região presentemente menos burilada e menos atendida.
A criatura no acaso da existência é o espelho
do teu próprio futuro na Terra.
Aprende a usar a bondade, em doses
intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância para que a tua
experiência em família não desapareça no tempo, sem proveito para o caminho a
trilhar.
Quem não auxilia a alguns, não se acha
habilitado ao socorro de muitos.
Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico,
sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a beneficio do companheiro
de tarefa ou de lar, debalde se erguerá por salvador de criaturas e situações
que ele mesmo desconhece.
Cultiva o trabalho constante, o silêncio
oportuno, a generosidade sadia e conquistarás o respeito dos outros, sem o qual
ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
Se não praticas no grupo familiar ou no
esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança,
a inspiração e a diretriz.
Não percas o tesouro das horas em reclamações
improfícuas ou destrutivas.
Procura entender e auxiliar a todos em casa,
para que todos em casa te entendam e auxiliem na luta cotidiana, tanto quanto
lhes seja possível.
O lar é o porto de onde a alma se retira para
o mar alto do mundo, e quem não transporta no coração o lastro da experiência
dificilmente escapará ao naufrágio parcial ou total.
Procura a paz com os outros ou a sós.
Recorda que todo dia é dia de começar.
A
Família - Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
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