Das palavras de Jesus
colhemos o ensino de que não deve a mão esquerda tomar conhecimento do que
realiza a direita. Ou seja, o bem deve ser feito na surdina, sem alardes.
Entretanto, vez
ou outra, faz muito bem à mente, ocupada amiúde com notas de violência e
egoísmo, tomar ciência de algumas inusitadas iniciativas.
Ao mesmo tempo,
reportagens que enfocam essa ou aquela personalidade a espalhar benefícios,
servem de estímulo a outras, por vezes, tímidas em sua vontade.
Ou, então,
sugerem ideias felizes, motivando a sua multiplicação e consequentes
benefícios.
Por isso, foi
com alegria que lemos a respeito do trabalho de Scott Neeson, um australiano
que, até os seus quarenta e quatro anos de idade, era um alto executivo do
cinema.
Apelidado de Mr.
Hollywood, ganhando mais de um milhão de dólares por ano, como vice-presidente
de marketing da Sony Pictures, morava numa mansão em Beverly Hills, tinha um
iate, dois carros de luxo e uma moto caríssima.
Movimentando-se
entre festas elegantes com artistas de sucesso e namoradas estonteantes,
sentia-se insatisfeito.
Acreditava que
devia fazer algo mais do que cinema.
Seus colegas
acreditaram que ele estava com estafa e lhe recomendaram férias, para esfriar a
cabeça.
Era o ano de
2003. Ele pegou um avião e partiu para cinco semanas de férias na Ásia, de
mochila e motocicleta.
O Camboja lhe
mostrou uma face da miséria que ele desconhecia. As cenas que viu, no famoso
lixão de Phnom Penh, o deixaram em lágrimas.
Centenas de
catadores, entre eles muitas crianças, reviravam as pilhas tóxicas, na
esperança de encontrarem material reciclável que lhes pudesse render o mínimo
para comer.
Foi o suficiente
para alterar todo seu plano de vida. Ele se deu conta de que tinha tanto e as
crianças tinham tão pouco. Mudou-se para a capital do Camboja e criou uma
instituição.
Hoje, são mais
de quatrocentas crianças que recebem moradia, alimentação, roupas, assistência
médica, educação e treinamento vocacional.
Quando ele
chega, as crianças correm alegremente ao seu encontro, pulam em suas costas e
gritam: Quero colo, Scott.
E o homem de um
metro e oitenta de altura, olhos azuis, chinelos, sorri e comenta: Já viu tanta
alegria num lugar só?
Várias vezes ao
ano, ele retorna a Los Angeles para levantar fundos de que precisa para manter
sua instituição.
Após anos
trabalhando no Camboja, Neeson admite que mal começou e afirma: Essa é a obra
da minha vida. Estou comprometido com essas crianças.
Scott Neeson, de
executivo a um homem que salva e muda vidas, um exemplo de coragem.
Coragem de
abandonar o conforto, os prazeres mundanos para servir aos seus irmãos, com
alegria e desprendimento.
Mais um homem de
bem sobre a Terra. Um homem que fez e faz a diferença para centenas de vidas.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Grande
Scott, de Robert Kiener, de Seleções Reader´s Digest, de junho de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário