Naquela
tarde quente, quando os Apóstolos chegaram à casa de Simão Pedro, o pescador,
estavam suados.
Olhando-os,
Jesus perguntou com serenidade: O que é que vocês discutiam pelo caminho?
A pergunta
permaneceu no ar, sem resposta. Eles se deram conta da pouca importância da
questão do debate. Ao mesmo tempo, constatavam mais uma vez o poder de
penetração do Mestre em seus pensamentos e atos.
Finalmente,
um deles falou:
Nós
estávamos discutindo em torno de quem de nós era o maior, o mais amado, o mais
importante.
Todos
sabemos que João é distinguido pelo vosso amor. Pedro é merecedor de vossa
confiança. E os demais? Que papel desempenhamos no grupo? Afinal, qual de nós é
o maior?
Jesus
tinha por eles uma grande ternura. Sabia das suas dificuldades interiores.
Chamara-os para o ministério, reconhecendo todos os seus problemas emocionais e
suas fraquezas morais. Envolveu-os com Seu olhar de compaixão e respondeu:
O grão de
mostarda, menor que qualquer outra semente, reverdece com o mesmo tom a terra
abençoada pelo trigo vigoroso.
A bolota
de carvalho desenvolve a árvore grandiosa que nela se encerra. O pólen, quase
invisível, de todas as flores se encarrega de transmitir beleza e perpetuar a
espécie em outras plantas.
Todos são
importantes na paisagem terrestre.
O grão de
areia se anula perante outro grão de areia para construírem a praia imensa que
recebe o movimento carinhoso das ondas do mar.
Uma gota
d’água se une a outras tantas para formar a imensa massa líquida dos rios,
lagos e mares.
Tudo é
importante diante de Deus, não pela grandeza, mas pelo significado que cada
coisa tem para a utilidade da vida.
Entre os
homens, o maior é sempre aquele que se esquece de si mesmo. É aquele que se
torna servidor. Aquele que não se cansa de ajudar, que se encontra sempre
disposto a cooperar e servir.
Quem se
apaga para que o outro brilhe, torna-se combustível daquele e sem ele, a
luminosidade do outro desaparece.
Há uma
grande importância em ser pequeno.
E
concluiu, estendendo o olhar para todos eles:
Aquele
que, dentre vós, desejar ser o maior, o mais importante, o mais amado, torne-se
o melhor servidor. Seja o mais atento amigo, sempre vigilante para ajudar e
desculpar, porque esse, sim, fará falta, será notado quando ausente, se tornará
alicerce para a construção do edifício do bem.
*
* *
Se você
almeja se tornar alicerce do mundo novo, comece hoje mesmo.
Seja o
ombro terno no qual alguém possa chorar suavemente.
Torne-se
um poço de águas cristalinas para matar a sede de quem necessita.
Seja a mão
que retira da escuridão quem nela se encontra.
Seja
amigo, irmão, companheiro, um aliado do bem.
Redação do
Momento Espírita
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