Nem sempre estamos bem acompanhados, e
uma dessas companhias perturbadoras é a que nos faz infelizes ao perceber a
felicidade do outro.
A inveja não está na simples constatação
do triunfo alheio. Ela se apresenta quando essa constatação nos faz mal, produz
em nós sentimentos negativos de revolta, de indignação.
Essa filha do orgulho instala-se em
nossa alma e nos leva aos precipícios morais do ódio sem razão.
Muito mais fácil do que buscar nossa
felicidade, nossas próprias conquistas é criticar, questionar, destruir a dos
outros.
A inveja é preguiça moral, é acomodação
do Espírito que ainda não está desperto e disposto a empreender a necessária
luta pelo crescimento.
Ao invés de se empenhar na autovalorização,
o paciente da inveja lamenta o triunfo alheio e não luta pelo seu. Apela,
muitas vezes, para a intriga e a maledicência, fica no aguardo do insucesso do
suposto adversário, perseguindo-o, buscando satisfazer seu prazer mórbido.
Egocêntrico, não saiu da infância
psicológica e pretende ser o único centro da atenção, credor de todos os cultos
e referências.
Insidiosa, a inveja é resultado da
indisciplina mental e moral, que não considera a vida como patrimônio divino
para todos.
Trabalha, por inveja, para competir,
sobressair, destacar-se. Não tem ideal, nem respeito pelas pessoas e pelas suas
árduas conquistas.
Esse sentir doentio descarrega correntes
mentais prejudiciais dirigidas às suas vítimas, que somente as alcançam se
estiverem em sintonia. Porém, os danos ocorrem em quem gera esse sentir,
perturbando-lhe a atividade, o comportamento.
Assim, o invejoso sempre sairá perdendo.
Não apenas não resolverá seu problema – se é que ele existe – como sempre
aumentará sua frustração, sua infelicidade.
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A terapia para a inveja consiste,
inicialmente, na cuidadosa reflexão do eu profundo em torno da sua destinação
grandiosa, no futuro.
Consiste em avaliar os recursos de que
dispõe e considerar que a sua realidade é única, individual, não podendo ser
medida nem comparada com outras em razão do processo da evolução de cada um.
O cultivo da alegria, pelo que é e dos
recursos para alcançar novos patamares, enseja o despertar do amor a si mesmo,
ao próximo e a Deus.
Esse despertar facultará à criatura a
perfeita compreensão dos mecanismos da vida e as diferenças entre as pessoas,
formando um todo holístico na grande unidade.
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Fazei vossa felicidade e vosso
verdadeiro tesouro sobre a Terra em obras de caridade e de submissão, as únicas
que devem contribuir para serdes admitidos no seio de Deus.
Essas obras do bem farão vossa alegria e
vossa felicidade eternas.
A inveja é uma das mais feias e das mais
tristes misérias do vosso globo.
A caridade e a constante emissão da fé
farão desaparecer todos esses males, à medida que os homens de boa vontade se
multiplicarem.
Redação do
Momento Espírita com base em texto da Revista Espírita, de Allan Kardec, de
julho de 1858 e no cap. 5 da obra O ser consciente, pelo Espírito Joanna
de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 02.03.2011
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