O problema do nosso
destino não se reduz a evitar pseudo castigos e obter imaginárias recompensas,
neste ou noutros mundos. Semelhante conceituação é de cunho genuinamente
egoísta.
Ora, aquele problema, que
tão de perto nos afeta, só pode ser solucionado mediante o cultivo do
sentimento oposto, que é o amor.
Para vivermos bem,
precisamos ter uma certa compreensão da finalidade da vida. Essa finalidade é o
amor. Os tropeços e percalços, as refregas e as lutas, a dor sob seus
multiformes aspectos, como também os prazeres e triunfos mais ou menos efêmeros
que logramos alcançar, são ensinamentos e experiências, são processos
educativos, geralmente mal interpretados, os quais têm por escopo conduzir-nos
ao Amor, portanto, à finalidade da vida.
O “porquê” da vida é o
amor; e o “porquê” do amor é Deus. A vida leva ao amor e o amor conduz a Deus.
Essa trajetória chama-se evolução. Evolução é renovação. A parte individual que
nela tomamos denomina-se educação, ou melhor, auto-educação.
Uma vez descoberto esse
objeto, o destino vai-se cumprindo, desde então conscientemente; e nós, longe
de embaraçarmos o seu curso natural, como ora sói acontecer, dar-lhe-emos todo
o nosso apoio a fim de que o mesmo se consuma, na eternidade do tempo e na
infinidade universal.
Esclarecido assim o senso
da vida, teremos desvendado o mistério do destino, encontrando, a seu turno, a
desejada felicidade.
Autor (a): Pedro de Camargo – Pseudônimo de Vinícius
Livro: Na Seara do Mestre – Editora: FEB (Federação Espírita
Brasileira) – Páginas: 175 até 176 – 5ª Edição de 1985 – Rio de Janeiro/1951.
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