"Porque,
se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?" -
Paulo. (I CORÍNTIOS, 14:8.)
Ninguém
julgue sejam necessários grandes cataclismos para que se efetue a modificação
de planos da criatura.
O
homem pode mudar-se de esfera, sem alarido cósmico, e as zonas superiores e
inferiores representam graus de vida, na escala do Infinito.
Elevação
e queda, diante da própria consciência, constituem impulso para cima ou para
baixo, no campo ilimitado de manifestações do espírito imperecível.
Toda
modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exige
esforço.
É
imprescindível a preparação de cada um para a subida espiritual.
É
natural, portanto, que os vanguardeiros sejam porta-vozes a todos aqueles que
acompanham o trabalho de melhoria, aglomerados em multidão.
Eis
por que, personificando no discípulo do Evangelho a trombeta viva do Cristo,
dele devemos esperar avisos seguros.
Em
quase todos os lugares, observamos os instrumentos de sons incertos que dão
notícia do serviço a fazer, mas não revelam caminhos justos.
Na
maioria dos núcleos do Cristianismo renascente, deparam-se-nos trabalhadores
altamente dotados de luz espiritual, que duvidam de si mesmos, companheiros
valiosos cuja fé somente vibra em descontínuas fulgurações.
É
necessário compreender, porém, que o som incerto não atende ao roteiro exato.
Serve para despertar, mas não fornece orientação.
Os
aprendizes da Boa Nova constituem a instrumentalidade do Senhor. Sabemos que,
coletivamente, permanecem todos empenhados em servi-lo, entretanto, ninguém
olvide a necessidade de afinar a trombeta dos sentimentos e pensamentos pelo diapasão
do Divino Mestre, para que a interferência individual não se faça nota
dissonante no sublime concerto do serviço redentor.
XAVIER, Francisco
Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB,
1996. Capítulo 124.
* * * Estude Kardec * * *
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