"Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos
insultam." (Lucas: capítulo 6º, versículo 28.)
Por temperamento te
retrais em muitas circunstâncias, quando deverias e poderias exteriorizar os
sentimentos que portas.
Supões que todos marcham
guindados à alegria, tão jubilosos se manifestam, que evitas traduzir os
tesouros da boa palavra e da gentileza que se vão enferrujando por desuso nos
cofres do teu coração.
Recebes dádivas, fruis
oportunidades, recolhes bênçãos, acumulas favores, arrolas benefícios e somente
uma formal expressão já desgastada de reconhecimento te escapa dos lábios.
Justificas-te no
pressuposto de que retribuiste com a necessária remuneração, nada mais podendo
ou devendo fazer.
Não há, porém, moeda que
recompense uma noite de assistência carinhosa à cabeceira do leito de um
enfermo.
É sempre pálido o
pagamento material, passado o sacrifício de quem se nos dedicou em forças e
carinho.
Mas o gesto de ternura, a
palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afeto espontâneo são
valores-gratidão que não nos cabe desconsiderar ou esquecer.
Em muitos profissionais
deste ou daquele mister esfria-se a dedicação, substituida por uma cortesia
estudada e sem vida, em conseqüência da ingratidão constante dos beneficiários
das suas mãos e das suas atenções.
Acostumaram-se a ver no
cliente de tal ou qual procedência apenas um outro a mais e se desvincularam
afetivamente, por não receberem o calor humano do sentimento da gratidão.
Gratidão, como amor, é também
dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.
A pétala de rosa
espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.
Doa a tua expressão de
reconhecimento junto aos que se tornaram frios e o teu amor aquece-los-á.
Batendo-se-lhes às portas
da afetividade, por gratidão, elas se abrirão para que a paz que ofereças reine
em derredor deles e de ti mesmo, porqüanto a regra excelsa é bendizer até
aqueles que nos maldizem, orando por quantos nos insultam.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 26.
* * * Estude Kardec
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