sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Esquecimento do passado!

O Espírito encarnado perde a lembrança do passado, porque o homem não pode nem deve saber de tudo. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado. Esquecido de seu passado, ele é mais senhor de si.
Quando o Espírito volta à vida anterior (à vida espiritual) então diante de seus olhos se estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Busca, então, uma nova existência capaz de reparar a que vem transcorrer. Contudo, muitos Espíritos encarnados sabem o que foram e o que faziam em existências anteriores. Para conhecermos o que fomos em nossas vidas anteriores, é bastante que examinemos quais são as nossas tendências instintivas, visto que as provas por que passa o Espírito, na Terra, tem relação íntima com o que respeita ao seu passado.
A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem e o mal. Onde estaria o seu mérito, se ele se recordasse de todo o passado?
Quando o Espírito entra na sua vida de origem (a vida espírita), toda a sua vida passada se desenrola diante dele; vê as faltas cometidas e que são causa do seu sofrimento, bem como aquilo que poderia tê-lo impedido de cometê-las; compreende a justiça da posição que lhe é dada e procura então a existência necessária a reparar a que acaba de escoar-se. Procura provas semelhantes aquelas porque passou, ou as lutas que acredita apropriadas ao seu adiantamento, e pede a Espíritos que lhes são superiores para o ajudarem na nova tarefa a empreender porque sabe que o Espírito que lhe será dado por guia nessa nova existência procurará fazê-lo reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das que ele cometeu. Essa mesma intuição é o pensamento, o desejo criminoso que frequentemente, vos assalta e ao qual resistis instintivamente, atribuindo a vossa resistência, na maioria das vezes, aos princípios que recebestes de vossos pais, enquanto é a voz da consciência que vos fala, e essa voz é a recordação do passado, voz que vos adverte para não cairdes nas faltas anteriormente cometidas.
Nessa nova existência, se o Espírito sofrer as suas provas com coragem e souber resistir, eleva-se a si próprio e ascenderá na hierarquia dos Espíritos, quando voltar para o meio deles.
Existem mundos, cujos habitantes têm uma lembrança muito clara e muito precisa de suas existências passadas. Esses, podem e sabem apreciar a felicidade que Deus lhes permite saborear. Mas existem outros mundos onde os habitantes, colocados em melhores condições, não tem menos aborrecimentos, infelicidade mesmo; esses não apreciam sua felicidade pelo fato mesmo de que não tem lembrança de um estado ainda mais infeliz. Se eles não a apreciam como homens, apreciam-na como Espíritos.
Nem sempre podemos ter algumas revelações sobre as nossas existências anteriores. Muitos sabem, entretanto, o que foram e o que fizeram; se lhes fosse permitido dizê-lo abertamente, fariam singulares revelações sobre o passado.
Algumas pessoas creem ter a vaga lembrança de um passado desconhecido, vislumbrando como a imagem fugitiva de um sonho que em vão se procura deter. Essa ideia algumas vezes é real; mas quase sempre é também uma ilusão, contra a qual se deve precaver, pois pode ser o efeito de uma imaginação superexcitada.
Nas existências corpóreas de natureza mais elevada que a nossa, a lembrança das existências anteriores é mais precisa, à medida que o corpo é menos material, recorda-se melhor. A lembrança do passado é mais clara para aqueles que habitam os mundos de uma ordem superior.
As tendências instintivas do homem, sendo uma reminiscência do seu passado, pelo estudo dessas tendências ele poderá reconhecer até certo ponto, as faltas que cometeu, mas é necessário ter em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele tomou no seu estado errante. A existência atual pode ser muito melhor que a precedente.

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