Quando
se fala em Apocalipse, muitas pessoas sentem um calafrio. É como se essa
palavra significasse algo muito terrível.
No
entanto, a palavra apocalipse é de origem grega, e significa revelação.
O
último livro da Bíblia intitula-se Apocalipse, e traz algumas previsões
recebidas pelo apóstolo João, enquanto estava isolado na ilha de Patmos.
Ele
teve, através da visão psíquica, ou mediunidade, a revelação de algumas
situações futuras, que descreveu numa linguagem simbólica.
No
capítulo 21, versículo 4, lemos: Naquele tempo não haverá mais gritos, nem
luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado.
Embora
a predição tenha sido há mais de vinte séculos, essa época predita no
Apocalipse é chegada.
Uma
breve análise torna clara e racional essa visão que João teve do futuro.
Os
Espíritos que fizeram essas revelações a João, sabiam qual seria o destino dos
homens, pois eles próprios já fizeram essa trajetória.
Sabiam
que, com o passar dos séculos, os Espíritos matriculados na escola chamada
Terra, evoluiriam.
Desenvolveriam
suas inteligências e compreenderiam melhor as leis divinas.
Ao
afirmarem: Naquele tempo não haverá mais gritos, é que anteviam os progressos
que se realizariam no seio da Humanidade, trazendo as luzes das ciências que
evidenciam uma inteligência superior na administração da vida.
Sabiam
que as luzes da razão se acenderiam e os homens entenderiam que acima do
Universo, onde se move o pequeno planeta Terra, reina a Sabedoria Divina.
Entendidos
o tempo e o espaço, a eternidade surgiria como única alternativa lógica. E Deus
seria a resposta sensata para as leis que regem com perfeição o Universo
inteiro.
Sem
dúvida não pode mais haver gritos para aquele que entende Deus e Seus atributos
de infinita sabedoria, justiça e amor.
Quando
o homem abandona o campo da crença e abre-se para o conhecimento, sua razão
consente em submeter-se às sábias leis, que reconhece justas.
O
Apocalipse afirma: Não haverá mais luto.
Isso
faz sentido desde que admitimos que nossos afetos que partiram para o mundo
espiritual, não estão perdidos, mas apenas ausentes.
Ora,
ninguém veste luto por amigo ou parente ausente.
Mas o
Apocalipse também diz que não haverá mais trabalho.
É que,
quando se compreende o seu objetivo para a harmonia do Universo, o trabalho
torna-se um prazer, e as tarefas passam a ser executadas com a solicitude do
estatuário que se põe a polir a sua estátua.
Não
haverá mais o trabalho da forma que o entendemos hoje, e sim como uma excelente
oportunidade de crescer que nos é concedida pelo Criador.
Com
essa análise, as palavras do Apocalipse ganham novo sentido, e entendemos
melhor o que significam essas previsões:
Naquele
tempo não haverá mais gritos, nem luto, nem trabalho, porque o que era antes
terá passado.
Realmente
o que era antes já passou.
Foi um
tempo em que a Humanidade ainda era relativamente infantil, e não conseguia
vislumbrar os dias melhores que estavam por vir.
Todavia,
como o progresso é Lei Divina, fomos conhecendo a Verdade e ela nos libertou da
ignorância sobre esses temas.
Agora
fica mais fácil entender a assertiva de Jesus, quando disse: Antes que esta
geração passe, acontecerão grandes coisas.
Ora, a
geração a que Jesus se referiu, é a Humanidade terrestre, homens e Espíritos.
Uns no
corpo físico e outros fora dele, mas todos, sem exceção, confiados aos cuidados
desse Irmão Maior, que conhecemos como Jesus Cristo.
Redação do Momento Espírita, com base em matéria publicada na
Revista Espírita de março de 1868, intitulada A regeneração (Instrução dos
Espíritos).
MOMENTO DE REFLEXÃO
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