O
ressentimento não é somente um peso morto, à feição de chumbo na flama alígera
de nossa prece, compelindo-a a descer, anulada, nas sombras da frustração, e,
em verdade, nem é apenas o tóxico que envenena a membrana gástrica, provocando
moléstias de abordagem difícil...
É também o fermento da treva que, a
exteriorizar-se de melindres inconsequentes, avança qual projétil invisível
sobre companheiros invigilantes, debuxando as linhas de lama em que a
maledicência e a calúnia proliferam sem peias, ferindo almas e consciências,
tanto quanto depredando ou destruindo instituições generosas e veneráveis que
nos rogam compreensão e devotamento a fim de que produzam redenção e progresso
no campo da Humanidade.
Cada vez que o desgosto te bata à porta,
aprende a esquecê-lo com toda a alma.
Lembra-te de que todos somos devedores
insolventes da Tolerância Divina e que, por isso mesmo, em nossas imperfeições
e fraquezas, não prescindimos da caridade recíproca, a fim de que nos
mantenhamos de pé.
Jamais olvidemos quão profunda é a nossa
dificuldade para retificar em nós mesmos as qualidades que nos desagradam nos
outros e banhemos o pensamento no grande amor, para que a fraternidade real nos
abençoe o caminho.
Seja qual for o grau da ofensa recebida,
não te esqueças de que somente a fonte do perdão irrestrito possui bastante
poder para extinguir o lodo da miséria e da ignorância, porquanto, pretendendo
fazer-nos justiça, com a força das próprias mãos, invariavelmente caímos na
delinquência e no desespero que nos agravam a detenção nas cadeias do crime ou
nas algemas da crueldade.
pelo Espírito
Emmanuel - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.
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