A reencarnação é a volta da alma ou
Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e
que nada tem de comum com o antigo. Assim, não é invenção do Espiritismo, mas
sim algo natural, de modo que foi um tema muito discutido e difundido ao longo
da História da Humanidade por muitos pensadores, tais como Sócrates, Pitágoras,
Platão, Apolônio e Empédocles.
JESUS – o Incomparável, o Mestre, o
único Guia e Modelo -, em várias oportunidades afirmou a existência da
reencarnação
Em João (capítulo III, versículos de 1 a
12), encontramos a elucidativa palestra de Jesus com Nicodemos (doutor da lei
judeu):
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade
vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.
PERGUNTOU-LHE, ENTÃO, NICODEMOS:
"Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua
mãe, para nascer segunda vez?"
JESUS RESPONDEU: “Em verdade, em verdade
vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito
é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do Espírito”.
“COMO PODE SER ISSO?”, disse-lhe
Nicodemos.
JESUS, ENTÃO, AFIRMOU: “Tu és mestre de
Israel e não sabes?” Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o
que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto,
não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das
coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas celestiais?"
Também, veremos a referência de Jesus
com relação a João Batista ser reencarnação de Elias, referência está que está
contida em Mateus (capítulo XVII, versículos 10 a 13).
OS DISCÍPULOS INDAGARAM AO MESTRE: “Por
que, pois, dizem os escribas que é preciso que Elias venha primeiro?”
E JESUS RESPONDEU-LHES: “É verdade que
Elias deve vir e restabelecer as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e
não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. É assim que eles farão
sofrer o Filho do Homem. Então os discípulos compreenderam que ele lhes falara
de João Batista".
“Ora, desde o tempo de João Batista até
o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o
arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também
a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de
vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (MATEUS, cap. XI, versículos
de 12 a 15.)
“Se o princípio da reencarnação, conforme
se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido
puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que
não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem
alegoria: é uma afirmação positiva. -
"Desde o tempo de João Batista até
o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas
palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as
explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o
Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época
em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é
tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava
o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida,
Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela
caridade e pela brandura.
E ACRESCENTOU: Ouça aquele que tiver
ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que
nem todos estavam em condições de compreender certas verdades”. (Allan Kardec,
O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV).
JESUS, tendo vindo às cercanias de
Cezaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: "Que dizem os
homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?" - Eles lhe
responderam: "Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros,
que Jeremias, ou algum dos profetas." - Perguntou-lhes Jesus: "E vós,
quem dizeis que eu sou?" - Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." - Replicou-lhe Jesus:
"Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o
sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus." (Mateus,
cap. XI, versículos 13 a 17; Marcos, cap. VIII, versículos 27 a 30)
Ora, se os homens da época refletiam
sobre que era Jesus, obviamente acreditavam na reencarnação.
“Aqueles do vosso povo a quem a morte
foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim
ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que
habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque
arruinareis a Terra e o reino dos gigantes.
(ISAÍAS, cap. XXVI, versículo 19)
“É também muito explícita esta passagem
de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de
novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera
pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em
Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido
espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma
interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação
das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão
mortos reviverão”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo
IV)
14. Mas, quando o homem há morrido uma
vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito
dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em
que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha
transformação. (João, cap. XIV, versículos 10 a 14. Tradução de Le Maistre de
Sacy.)
Quando o homem está morto, vive sempre;
acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela
voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.)
15. Nessas três versões, o princípio da
pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor
que João haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de
certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de
novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e
reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que
isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei,
porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão
claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei”.
"Nesta guerra em que me encontro
todos os dias de minha vida, espero que chegue a minha transformação".
João, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as
misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega,
esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência:
"Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela
voltarei". João como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa
uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar.
Nestas passagens, assim como em outras,
fica muito clara a existência das reencarnações. Como diria o Mestre, “Ouça
aquele que tem ouvidos para ouvir”.
Finalizando, em O Livro dos Espíritos,
Kardec indaga na questão 132:
Qual o objetivo da encarnação dos
Espíritos?
RESPOSTA DOS ESPÍRITOS SUPERIORES:
"Deus lhes impõe a encarnação com o
fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão.
Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da
existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de
pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da
criação. Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento,
de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele
ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral,
ele próprio se adianta".
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