domingo, 12 de novembro de 2017

Na extensão do serviço

NA EXTENSÃO DO SERVIÇO
Que seria do Espiritismo se não guardasse finalidades de aperfeiçoamento da própria Terra, onde se expressa por movimento libertador doas consciências?
Seria louvável subtrair o homem do campo à função laboriosa da sementeira, distraindo-o com narrativas brilhantes e induzindo-o à inércia?
Seria aconselhável a imposição do êxtase ao esforço ativo, congelando-se preciosas oportunidades de realização para o bem?
Mas, se nos abeirarmos do trabalhador, com o intuito de estimulá-lo ao serviço, auxiliando-lhe o entendimento, para que a tarefa se lhe faça menos sacrificial, e favorecendo-o a fim de que descubra, por si mesmo, os degraus da própria elevação, estaremos edificando o bem legítimo, no aprimoramento da vida e da coletividade.
De que valeria a intimidade do homem com os Espíritos domiciliados em outras esferas, sem proveito para a existência que lhe é peculiar? Não será deplorável perda de tempo informarmo-nos, sem propósito honesto, quanto aos regulamentos que regem a casa alheia? Se a criatura humana ainda não pode dispensar o suprimento de proteínas e carboidratados, de oxigênio e vitaminas, se não pode prescindir do banho e da leitura, por que induzi-la ao ocioso prazer das indagações sem elevação de vistas?
Atendamos, acima de tudo, ao essencial.
É curioso notar que o próprio Cristo, em sua imersão nos fluidos terrestres, não cogitou de qualquer problema inoportuno ou inadequado.
Não se sentou na praça pública para explicar a natureza de Deus e, sim, chamou-lhe simplesmente “Nosso Pai”, indicando os deveres de amor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e no aperfeiçoamento da Obra Divina. Embora asseverasse que “na casa do Senhor há muitas moradas”, não se deteve a destacar pormenores quanto aos habitantes que as povoam.
Não obstante exaltar o Reino Celeste, nele situando a glória do futuro, não olvidou o Reino da Terra, que procurou ajudar com todas as possibilidades de que dispunha. Curando cegos e leprosos, loucos e paralíticos, deu a entender que vinha não somente regenerar as almas e sem também socorrer os corpos enfermos, na recuperação do homem integral.
Não se contentou, porém, com isso.
Em todas as ocasiões, exaltou nossos deveres de amor para com a vida comum.
Recorre à semente de mostarda e à dracma perdida para alinhar preciosos ensinamentos.
Compara o mundo a vinha imensa, onde cada servidor recebe determinada quota de obrigações.
Consagra especial atenção as criancinhas, salientando o amparo que devemos às gerações renascentes.
Nessa mesma esfera de realizações, os princípios do Espiritismo Evangélico se estenderão em favor da Humanidade.
Os desencarnados testemunham a sobrevivência individual, depois da morte, provam que a alma se transfere de habitação sem alterar-se, de imediato, mas, preconizando o estudo e a fraternidade, a cultura e a santificação, o trabalho e a análise, em obediência e ditames superiores, objetivam, acima de tudo, a melhoria da vida na Terra, a fim de que os homens se façam, efetivamente, irmãos uns dos outros no mundo porvindouro que será, indiscutivelmente, iluminada seção do Reino Infinito de Deus.

Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Roteiro, Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Participação Espiritual

PARTICIPAÇÃO ESPIRITUAL
            Estamos constantemente em plena comunicação espiritual com os nossos semelhantes. Queiram saber os encarnados que a nossa influencia é permanente com aqueles que sintonizamos. Por lei de afinidade, atraímos o que somos. Os nossos pensamentos convidam pensamentos idênticos para se ajuntarem a nós, na mesma sequência que idealizamos. Eis porque devemos exercitar todos os dias novas mudanças, na melhoria das nossas condições espirituais. A cada dia em que nos modificamos para melhor, mudam=se as nossas companhias espirituais. Vivemos na faixa que os nossos sentimentos indicarem. A Doutrina Espírita nos chama para a reforma moral em todas as suas páginas de alto atendimento evangélico e é nessas modificações que ganhamos a tranquilidade consciencial e passamos a sentir a necessidade de fazer o melhor para o nosso próximo.
            Esforcemo-nos para entrar em comunhão com a vida superior na sua dinâmica de alegrai pura, na sua feição da caridade sem violência e na sua fraternidade que nos conduz ao amor. Devemos sempre participar das conversações elevadas e não dar ouvidos aos assuntos menos dignos, que nos podem levar à decadência moral. Já analisaste o que te encontras pensando? Já observaste as tuas ideias mais intimas? já colocaste os teus ouvidos de atalaia para ouvires bem o que falas? Se não, começa hoje esse trabalho contigo mesmo, e se houver algo errado, passa a consertar. Modifica teus modos, esquece os erros alheios e lembra-te das virtudes dos teus companheiros. Não menciones fatos destrutivos, mas procura lembrar dos acontecimentos elevados que possam trazer, para quem te ouve, a esperança, a fé e a paz espiritual. Acompanha os movimentos de fraternidade coletiva e de tua ajuda como força do exemplo, para que o mundo não se demore muito mais nas condições inferiores. O paraíso muito falado depende, de certa forma, da tua participação, do teu comportamento.
            Comunga com as boas ideias, que elas crescerão avançando no tempo e dominando o espaço. Se não tiveres condições de alegrar os outros, faze isso contigo mesmo. Há tantas coisas boas para solidificar o bem e nossos caminhos. Se desejas morar em uma casa saudável, torna-a saudável; se desejas um ambiente de luz em torno de ti mesmo, deves iluminá-lo e a caridade é o melhor caminho, porém quando ela é feita com amor.
            O espírito a tudo comanda e Deus, a todos nós. Somos os coconstrutores dos nossos destinos, e se nada fizermos em nosso favor, por intermédio dos outros, o que devemos esperar no futuro? Se desejamos nos tornar livres, necessário se faz que conheçamos a verdade. Ela é força de Deus a nos dar as mãos para a verdadeira emancipação espiritual.

Livro – Força Soberana – Miramez/João Nunes Maia

Declarando Amor

DECLARANDO AMOR
Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestiona-la, lhe disse: pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido.
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo:
- O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto.
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada. Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa:
- Ela tem de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta. O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela.
Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.
O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa:
- Querida, eu vou fazer você ficar boa.
- Por que? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.
- Porque você representa muito para mim.
Houve uma pausa. O pulso dela bateu mais depressa. Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele e falou: - Você nunca me disse isso.
- Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.
- Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse. As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida.
* * *
É importante saber dizer: amo você! O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor.
É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.

Desconheço a Autoria

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Jornada da Vida...

JORNADA DA VIDA...
Cada um é um Universo, cada ser uma vida, cada um segue o seu caminho.
O humano tem a capacidade de pensar, isto   nos diferencia dos outros seres do planeta que seguem somente o seu instinto.
Sendo assim, torna-se fundamental a utilização desta faculdade de pensar, para solucionar as adversidades que chegam...
É importante perceber que a vida não é igual para todos justamente pela liberdade de pensamento, pois cada um enxerga a vida de uma maneira particular.
As verdades são variadas, pois cada um tem a sua vida... Vamos nos unindo com pessoas que têm os pensamentos semelhantes aos nossos...
É necessário ponderar e não agir ou reagir automaticamente, ou seja, simplesmente seguir a multidão, lembrando que:
- O que é certo, é certo... Mesmo que ninguém esteja fazendo...
- O que é errado, é errado... Mesmo que todos estejam fazendo...
Procure meditar, refletir sobre suas escolhas, perceba que são nossas escolhas que vão nos direcionar na jornada da vida.
Podemos sim mudar o que não nos agrada, começando por nossa maneira de sentir, pensar, agir e falar... Somos o que sentimos, pensamos, fazemos e falamos...
Mudar é sempre possível.  Não existe uma situação imutável, pois tudo passa...
Hoje é um novo dia, portanto, faça as correções e siga em frente, mesmo que todos estejam indo na direção completamente diferente.
Assim como temos a necessidade de alimentos saudáveis para o nosso corpo físico, é necessário também alimentar a nossa mente com energias elevadas.
Afaste-se do que não te faz bem.  Inclusive dos pensamentos negativos...
Sentir e Pensar antes de falar e agir...
Corrigir o que é necessário...
Alimentar-se em todos os sentidos de forma correta...
Agradecer a oportunidade de ainda estar aqui.
Apesar de estarmos todos juntos, cada um é responsável por si em primeiro lugar. E as nossas atitudes podem sim influenciar a todos...
Medite!
A PAZ COMEÇA COMIGO!
Paulo Sérgio Lopes

Um Irmão na Jornada

A carta do mundo

A CARTA DO MUNDO
Em todos os departamentos da Terra, reconhecemos a cooperação dos grandes missionários com a Sabedoria Divina.
De época a época, de civilização a civilização, vemo-los, à maneira de abelhas laboriosas e felizes, retirando o mel da ciência nas flores maravilhosas da vida, esparsas no campo infinito da Natureza.
O mundo sofria as calamidades mefíticas, mas a Medicina respeitável saneou o pântano e continua vencendo a enfermidade e a morte.
Vagueava a fome entre populações exaustas; todavia, o comércio esclarecido solucionou o problema doloroso.
Os perigos do mar afligiam os continentes, dificultando as comunicações; entretanto, o navio rápido venceu o dorso do abismo.
As sombras noturnas invadiam as cidades e os campos, desafiando as lanternas bruxuleantes; contudo, a lâmpada de Edison resplandeceu, expulsando as trevas.
Moviam-se as máquinas primitivas, pesadamente, extorquindo copioso suor dos servos cativos; no entanto, a energia elétrica diminuiu os sacrifícios do braço escravizado.
Questões difíceis dos povos atormentavam as administrações nas metrópoles distantes entre si; mas o avião, qual poderosa ave metálica, cortou os céus, eliminando a separação.
A cultura exigia canais para beneficiar as mais diversas regiões do Planeta e o rádio respondeu às reclamações, unindo os países uns aos outros.
Corações apartados no plano material padeciam angústias, sequiosos de intercâmbio, e o telefone, de algum modo, curou semelhante ansiedade.
Nos hospitais e nos lares, a dor física torturava milhões de sofredores; a anestesia, porém, aliviou-lhes o padecimento.
Em todos os ângulos da evolução terrestre, observamos o concurso dos apóstolos humanos nas edificações divinas. Transitam nas artes e nas ciências, no comércio e na indústria, no solo e nas águas, construindo, colaborando e melhorando, sob os desígnios superiores que nos assinalam os destinos.
Para quase todos os flagelos que atormentam a Humanidade, encontraram lenitivo e socorro.
Todavia, para um deles, todo o esforço tem sido vão. Monstro de mil tentáculos, envolve as criaturas desde o sílex, rastejando entre as nações cultas de hoje, como se arrastava entre as tribos selvagens de ontem. Envenena as fontes da mais adiantada cultura, turva a mente dos pensadores mais nobres, obscurece o sentimento dos mais fiéis mordomos da economia terrestre, investe as posições mais simples, tanto quanto as situações mais altas. Não reconhece a inteligência, nem a sensibilidade; alimenta-se de ódio e ruínas, mastiga violência e morte em todas as latitudes do Globo. Derruba templos e oficinas, lares e escolas, pratica ignominiosos crimes com assombrosa indiferença. Ri-se das lágrimas, espezinha ideais, tritura esperanças...
Esse é o monstro da guerra que asfixia a Europa e a América com a mesma força com que constringia a garganta do Egito e da Babilônia.
Por cercear-lhe a ação esmagadora, organizam-se ligas e cruzadas, tratados e alianças em todos os tempos; improvisam-se conferências em Londres e Paris. Em Washington e Moscou, renova-se a geografia e modificam-se os sistemas políticos.
O flagelo, contudo, prossegue dominando, destruindo, esfrangalhando, matando...
Para extinguir lhe a existência nefasta, só existe um recurso infalível – a aplicação dos princípios curativos e regeneradores do Médico Divino. Esses princípios começam na humildade da manjedoura, com escalas pelo serviço ativo do Reino de Deus, com o auxílio fraterno aos semelhantes, com a adaptação à simplicidade e à verdade, com o perdão aos outros, com a cruz dos testemunhos pessoais, com a ressurreição do espírito, com o prosseguimento da obra redentora através da abnegação e da renúncia, da longanimidade e da perseverança no bem até ao fim da luta, terminando na Jerusalém libertada, símbolo da Humanidade redimida.
Será, todavia, remédio das nações, quando as almas houverem experimentado a sua essência divina.
Não é receituário atuando, problematicamente, de fora para dentro. É medicação viva, renovando de dentro para fora.
Não é demagogia religiosa. É vida permanente.
Não se trata de plataforma verbalista e, sim, de transformação substancial.
Jesus encontrou os discípulos, um por um.
O indivíduo é coluna sagrada no templo do Cristianismo.
Negue cada qual a si mesmo – disse-nos o Mestre –, tome a sua cruz e siga-me.
Eis por que o Evangelho é a Carta do Mundo que glorificará a paz na Terra, depois de impressa no Coração do Homem.
pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos,

Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Ama sempre

AMA SEMPRE
Descerra teu coração à luz do grande amor, a fim de que as dores humanas encontrem contigo o bálsamo do entendimento e a fonte do perdão.
Situados uns à frente dos outros, no campo imenso da vida, é imprescindível reconhecer que todos possuímos dificuldades e inibições.
Se pretendes acompanhar o Mestre da Cruz, compadece-te dos outros tanto quanto Ele se compadece de nós.
Através de todos os ângulos do caminho, Jesus não catalogou delinqüentes incorrigíveis naqueles que se lhe apresentavam à visão, carregando arrependimentos e culpas, mas sim vítimas infortunadas do mal na rede do sofrimento exigindo socorro para se levantarem na dignificação de si mesma.
Onde estiveres, passa ajudando!...
Aos teus olhos esse irmão entregou-se ao vício, aquele se rendeu à sombra do crime, aquele outro desceu ao menosprezo de si próprio com que se faz credor de sarcasmo e desconsideração!... Entretanto, não sabes até que ponto terão resistido às sugestões das trevas e talvez jamais tiveram as oportunidades que te enriquecem os dias.
Lembra-te da Divina Misericórdia que te situou a existência nos braços maternais, olvidando-te o pretérito obscuro para que te restaures, e perdoa sempre aos companheiros necessitados de carinho e renascimento.
O pântano auxiliado converte-se em celeiro de pão.
Não acuses, nem critiques.
Ama sempre, para que o amor, o Cristo da Verdade, em se doando ao sacrifício supremo, se fez o divino renovador da Terra, transformando-se para nós todos em padrão de vida eterna e em modelo de luz.

Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Taça de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 5 de novembro de 2017

O Bico de Gás

O BICO DE GÁS
I
Naquela noite Vitalino Caixeta discutira muito. Acaloradamente.
Opondo-se aos argumentos de dois amigos, combatia a fé. Acreditava somente no que visse. Estudara profundamente a anatomia e precisava apalpar para crer. Necessitava sentir, ouvir, cheirar, analisar...
Por isso mesmo, estava contrariado ao recolher-se.
A esposa demorou-se ainda um tanto em luta pela ordem no apartamento estreito.
Acomodava os filhinhos, atendia aos misteres da casa.
Mas, mesmo depois que Da. Constância passou a ressonar, Vitalino prosseguia em solilóquio mental.
Não mudaria. Era homem prático. Só renderia à evidência dos fatos. Queria fatos. Mais fatos. Mais fatos para compreender os fatos.
Algo cansado, acabou dormindo.
Dormiu e sonhou que se achava diante de Rosalino, seu velho irmão desencarnado havia muitos anos...
II
Rosalino dizia convincente:
- “Meu caro, ouvimos-lhe as considerações silenciosas.”
Realmente, as provas de sobrevivência, muitas vezes, são difíceis. Mas, essa circunstância, só por só, não lhe autoriza negá-la.
Veja bem.
Existe a fé automática, inconsciente, sem comprovação. É a aceitação dos acontecimentos naturais, sem a ajuda dos sentidos.
Em quanta coisa você confia inteiramente sem proceder a qualquer exame!
Você não examina a competência do motorista, mas viaja no veículo despreocupadamente...
Você não testa a resistência do leito, cada noite, mas deita e dorme tranqüilo...
Você não vê os ingredientes que lhe compõem a refeição, mas como sem medo...
Você não experimente a segurança da casa bancária, mas confia-lhe os bens sem titubear...
Por outro lado, inúmeras ocorrências perpassam-lhe na vida sem merecer-lhe estudo mais acurado.
Você não apalpa o ar, mas respira o oxigênio sem susto...
Você não vê o vírus, mas sofre a gripe...
Você não escuta muitas das ondas sonoras que se entrecruzam à sua volta, mas ouve satisfeito os programas radiofônicos...
Você não mediu o Universo, metro a metro, mas reconhece o infinito da Criação...
Você não morreu ainda, mas aceita a fatalidade do fenômeno da morte...
Igualmente, meu amigo, você diz que não vê e não pega o Mundo Espiritual, mas..... ele.... existe...
Acorde para a verdade!
Acorde e viva!
Acorde e viva!
III
Como se impulsionado por estranha força, Vitalino despertou no corpo físico.
O ambiente pesava. Fazia-se o ar irrespirável. Algo sucedera de estranho...
Levantou-se estremunhado. Procurou o berço das duas crianças. Ambas desacordadas.
Aflito, abre maquinalmente a janela próxima e faz luz.
Somente aí descobre que a esposa, distraída, deixara aberta a torneira do gás.
A família salvara-se a tempo.
E, passado o perigo, tomou papel e lápis, escreveu todas as considerações que ouvira em sonho, e começou a meditar...
Pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: A Vida Escreve,

Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

Mensagem do Coração

MENSAGEM DO CORAÇÃO
Chamas por Cristo em rogativa ardente
E, não longe, a servir, brando e discreto,
Acenando-te ao ninho predileto,
Eis o Mestre a chamar-te docemente...

Enquanto choras em repouso, à frente
Ele sangra de dor, no imenso afeto
Aos que vivem sem luz, sem pão, sem teto,
Na longa retaguarda padecente.

Se procuras ouvir o Grande Apelo,
Para exaltar-lhe as bênçãos e estendê-lo,
Vem e ajuda a aflição gritante e nua...

E encontrarás em Cristo, que te espera,
A alegria da Eterna Primavera,
Reconfortando a dor, maior que a tua...
pelo Espírito Auta de Souza - Do livro: Auta de Souza,
Médium: Francisco Cândido Xavier.

Regras de Paz

REGRA DE PAZ
 Se queres felicidade,
Apoio, harmonia e luz,
Atende às indicações
De Nosso Senhor Jesus.

Começa o dia pensando
No que o dever determina
E roga, em prece, o roteiro
Da Providência Divina.

Ergue-te cedo e, se falas,
Fala a palavra do bem,
Auxilia a quem te ouça,
Não penses mal de ninguém.
Se existe algum desarranjo
Em teu distrito de anão,
Conserta sem reclamar,
Não te lamentes em vão.
Trabalha quanto puderes
Que o trabalho é vida, em suma...
O tempo, igual para todos,
Não para de forma alguma.
Se alguém te ofende, perdoa.
Quem de nós não pode errar?
Não há quem colha perdão
Se não sabe perdoar.
Trilhando a estrada sombria
De prova, rixa, pesar,
Acende a luz da concórdia
E ajuda sem perguntar.
Problemas? Dificuldades?
Aprendamos dia-a-dia
Que a bondade tudo entende,
Quem serve não se transvia.
Onde a tristeza se espalha
E a vida se ilude ou cansa,
Sê caridade, consolo,
Serenidade, esperança...
E, chegando cada noite
Por sobre os caminhos teus,
Dormirás tranquilamente
Na bênção do amor de Deus.
Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Poetas Redivivos,
Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Palavras Mortas

PALAVRAS MORTAS
            A concordância da dicção haverá de ser perfeita, em conjunto com a harmonia do olhar, sob a imensa proteção divina, que lhes favorece a simplicidade no canto da conversação. Existem as palavras boas que favorecem bons frutos, as negativas, que produzem frutos deteriorados e as mortas, sem sentindo, sem vida, sem nada. Falemos destas últimas, para que possamos isolar das nossas comunicações o inútil, para que o imprestável não nos perturbe no grande labor diário. Se queres conhecer a pessoa com quem estás te comunicando, observa bem o que ela fala, analisa suas frases. Sentirás com quem andas e poderás, sem julgá-la, auxiliá-la na medida das tuas possibilidades. Vejamos o que o apóstolo Mateus nos noticia, no capitulo vinte e seis, versículo setenta e três: “Logo depois aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: - verdadeiramente és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia”.
            Já notaste certamente as nossas intenções em inumeráveis escritos, muitos deles publicados em forma de livros pela graça do Senhor, e a nossa alegria será que as tuas palavras, leitor amigo, denunciem o teu estado interior reformado, a fonte que existe dentro de ti como água divina que jamais estancará.
            Trabalha e esforça-te continuamente para arrancar do teu íntimo as raízes que possam gerar palavras mortas e por vezes as que ofendem e caluniam, deixando somente aquelas que multiplicam a felicidade, estabelecem a paz e avançam com o progresso. No reino da palavra de luz, não haverá infecundidade; ela nasce e renasce eternamente, explodindo vida em todas as direções, criando e sustentando amor por todos os ambientes, multiplicando e ensejando a caridade como mãos de Deus na força do verbo. A tua boca é a tua ferramenta; inicia, ao começar o dia, o teu trabalho, e que tal início seja como uma prece ao Criador, pela vida que levas. E será melhor que nada peças, mas sim, agradeças o que já recebeste das mãos dadivosas e santas de Deus.
            Vigia o teu falar, como fazes com teu filho recém-nascido; vigia a tua fala, como costumas fazer com o teu soldo de difícil aquisição; vigia a tua pronúncia, como observas o que comes todos os dias. Porque elas, as palavras, são mais que o teu filho, maiores que o teu dinheiro e bem mais valiosas que os teus alimentos. A voz pertence à dinastia dos dons de ouro – que o Evangelho denomina talentos – e o empuxo dos sons que direcionamos aos outros, como sopro de vida, é aureolado pelos nossos sentimentos: quando vibra neles a força do amor, o ambiente nos faz esquecer a Terra e respirar, mesmo nela, a fragrância dos céus.
            Para o iniciado, desaparecem as distancias; quando quer falar a outro, não precisa servir-se do ar como veículo; serve-se da energia cósmica, que desconhece as barreiras do tempo e do espaço, tomando forma quase física aos ouvidos do receptor. Essa energia cósmica obedece à vontade emissora da mensagem.
            Os recursos da palavra são imensuráveis e estão ao alcance de todos, dependendo do esforço de cada um na sua necessária educação. Quem deseja aprimorar a sua voz, não deve deixar para outra oportunidade; deve começar logo, pois ela, bem orientada, ajudará a libertá-lo da atmosfera pesada da poluição mental, formada em torno de si e em torno da Terra, como acúmulos residuais de magnetismo inferior, influenciando sempre aos que o geraram.
            Não canses os outros com o teu muito falar; procura ouvir também com interesse os problemas alheios, sem que eles possam te afetar. No modo de ouvir e responder podes ajudar, se já dominas a tua força de sentir e já entendes a magia do falar. Vamos, que Deus está contigo!
Vigia o teu falar, como fazes com teu filho recém-nascido; vigia a tua fala, como costumas fazer com o teu soldo de difícil aquisição; vigia a tua pronúncia, como observas o que comes todos os dias.

Livro – Horizontes da Fala – Miramez / João Nunes Maia