“Senhor, ensina-nos a orar... –
(Lucas, 11:1.)
A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por
gradação infinita em suas manifestações, porque existem crentes de todos os
matizes nos vários cursos da fé.
Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos
inconstantes.
Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
Os desesperados suplicam a morte.
Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com
alusão à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma,
buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da luta
digna.
Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu
serviço, de sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as
queixas descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo
acontece no íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos
tumultuários. Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada
reclama. E o Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos
os dias, alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Disse-lhe o Mestre: Levanta-te e segue-me. E ele ergueu-se e
seguiu.
Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier
/ Emmanuel
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