"Vós, também, como
pedras vivas, sois edificados casa espiritual." - Pedro. (I PEDRO, 2:5.)
Cada homem é uma casa
espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua
modificação para melhor.
Valendo-nos do símbolo,
recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que
se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres
traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações
relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e
observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com
indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram
penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras
as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.
O aprendiz do Evangelho
precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus
não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de
construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.
Muita vez, é
imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e
renovados.
Cristo não é somente
uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal. É
também o restaurador da casa espiritual dos homens.
O cristão sem reforma
interna dispõe apenas das plantas do serviço. O discípulo sincero, porém, é o
trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus,
mas, sobretudo, em favor de si mesmo.
XAVIER,
Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de
Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 133.
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