10. A NATUREZA DE DEUS
Pode o homem compreender a natureza íntima de
Deus?
“Não;
falta-lhe para isso o sentido.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 10)
A NATUREZA DE DEUS
A natureza íntima de Deus escapa aos sentidos humanos, em toda a
sua trajetória evolutiva. Somente Deus se conhece. E o que não acontece conosco;
nós não nos conhecemos. Os mistérios a desvendar são infinitos, em relação à Divindade.
Na profundidade, ainda desconhecemos a própria matéria que nos serve de veículo
e, portanto, estamos longe de conhecer o seu criador.
Parar de estudar a sua personalidade majestosa é desconhecer o
valor do progresso, que sempre nos convida para avançar;
porém, dar saltos incompatíveis com as nossas forças é quebrar a tônica da
nossa capacidade.
A ansiedade de conhecimento pode nos levar aos extremos, no
entanto, o bom senso nos chama a atenção para a harmonia que deverá nos guiar
em todas as sequências evolutivas.
Basta, por enquanto, saber que Ele existe e aprender algo mais
sobre seus atributos, que o tempo, impulsionado pela nossa vontade, dar-nos-á ambiente
favorável de sentirmos a Divindade em nós, o que já representa um grande avanço
na esteira dos evos.
Se os homens ainda não se libertaram de muitos hábitos
extravagantes e vícios perniciosos, como querer conhecer a natureza íntima de
Deus? Cada vício é uma porta fechada em direção às belezas imortais da alma.
Cada hábito inconveniente é uma tranca ajustada à porta, impedindo a inspiração
superior de chegar ao coração humano.
Estamos muito apegados às coisas de criança, pela força do nosso
tamanho evolutivo. A mente cresce no ritmo que as leis determinarem, sem com
isso perturbar o andamento da ponderação. Não devemos entregar os nossos
deveres a Deus. Ele está sempre presente pelos meios que acha conveniente;
entretanto, a nossa parte temos de fazê-la, e, ainda mais, aprender a fazê-la bem.
Enquanto permanecermos na ignorância, sofreremos as suas consequências. A
justiça vibra em toda a criação como agente de Deus, acompanhada pela
misericórdia do seu amoroso coração, que bate dentro do infinito, no ritmo da
Luz.
Quando nos faltam sentidos para conhecer alguma coisa a mais dos
nossos conhecimentos, o que fazer? Torna-se necessário estudar na área em que
nos compete agir, procurar aprimorar os conhecimentos já adquiridos, fortificar
em nossas vidas todas as qualidades nobres que começaram a se despertar em
nossos corações. O trabalho é imenso, a lavoura é grande, sem que saiamos do
nosso próprio convívio íntimo. Esquecer esse labor, é perder os princípios da
verdadeira sabedoria. Vamos ainda gastar milhões de anos para conhecermos o
começo das lições eternas. Como avançar agora para áreas cujos registros os
nossos sentidos não suportam?
Se a luz do Sol físico, para chegar à Terra, passa por muitas
filtragens e se divide em raios incontáveis para nos beneficiar todos, o que dizer
da luz do Sol espiritual? A Razão nos diz que ela tem infinitas modificações
para ajudar, servindo de estímulo a todas as vidas.
Toda verdade é relativa ao ambiente a que deve chegar. Quem
desconhece as leis naturais que vigoram no mínimo movimento dos átomos nos
mundos que bailam nos espaços, não poderá conhecer essas mesmas leis que
regulam a harmonia do seu próprio corpo, ou dos corpos que servem ao Espírito,
para se expressar onde se encontra. Procuremos, pela meditação, entender quem
nos governa e sejamos obedientes a essa força universal, que tudo se tornará
sereno em nosso íntimo e ao nosso derredor.
Se queremos principiar o estudo da natureza íntima de Deus, é
necessário termos a pureza de coração, que indica as primeiras letras dessa
sabedoria do conhecimento de si mesmo. Os caminhos são infinitos, como
infinitos são os nossos destinos ante o Todo Poderoso, que nos fez por Amor.
Filosofia Espírita – Volume
I
João Nunes Maia / Espírito
Miramez
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