KARDEC E
A ESPIRITUALIDADE
Todas as
missões dignificadoras dos grandes vultos humanos são tarefas do Espírito.
Precisamos compreender a santidade do esforço de um Edson, desenvolvendo as
comodidades da civilização, o elevado alcance das experiências de um Marconi,
estreitando os laços da fraternidade, através da radiotelefonia. Apreciando,
porém, o labor da inteligência humana, somos obrigados a reconhecer que nem
todas essas missões têm naturalmente uma repercussão imediata e grandiosa no
Mundo dos Espíritos.
Daí a
razão de examinarmos o traço essencial do trabalho confiado a Allan Kardec.
Suas atividades requisitaram a atenção do planeta e, simultaneamente,
repercutiram nas esferas espirituais, onde se formaram legiões de
colaboradores, em seu favor.
Sua
tarefa revelava ao homem um mundo diferente. A morte, o problema milenário das
criaturas, perdia sua feição de esfinge. Outras vozes falavam da vida, além dos
sepulcros. Seu esforço espalhava-se pelo orbe como a mais consoladora das filosofias;
por isso mesmo, difundia-se, no plano invisível, como vasto movimento de
interesses divinos.
Ninguém
poderá afirmar que Kardec fosse o autor do Espiritismo. Este é de todos os
tempos e situações da humanidade. Entretanto, é ele o missionário da renovação
cristã. Com esse título, conquistado a peso de profundos sacrifícios, cooperou
com Jesus para que o mundo não morresse desesperado. E, contribuindo com a sua
coragem, desde o primeiro dia de labor, organizaram-se nos Círculos da
Espiritualidade os mais largos movimentos de cooperação e de auxílio ao seu
esforço superior.
Legiões
de amigos generosos da humanidade alistaram-se sob a sua bandeira cooperando na
causa imortal. Atrás de seus passos, movimentou-se um mundo mais elevado,
abriram-se portas desconhecidas dos homens, para que a ciência e a fé
iniciassem a marcha da suprema união, em Jesus Cristo.
Não
somente o orbe terrestre foi beneficiado. Não apenas os homens ganharam
esperanças. O mundo invisível alcançou, igualmente, consolo e compreensão.
Os
vícios da educação religiosa prejudicaram as noções da criatura, relativamente
ao problema da alma desencarnada. As ideias de um Céu injustificável e de um
inferno terrível formaram a concepção do Espírito liberto, como sendo um ser
esquecido da Terra, onde amou, lutou e sofreu.
Semelhante
convicção contrariava o espírito de sequência da Natureza. Quem atendeu as
determinações da morte, naturalmente, continua, além, suas lutas e tarefas, no
caminho evolutivo, infinito. Quem sonhou, esperou, combateu e torturou-se não
foi a carne, reduzida à condição de vestido, mas a alma, senhora da Vida
Imortal.
Essa
realidade fornece uma expressão do grandioso alcance “da missão de Allan
Kardec”, considerada no Plano Espiritual.
É justo
o reconhecimento dos homens e não menos justo o nosso agradecimento aos seus
sacrifícios “de missionário”, ainda porque apreciamos a atividade de um
apóstolo sempre vivo.
Que Deus
o abençoe.
O
Evangelho nos fala que os anjos se regozijam quando se arrepende um pecador.
(Lc) E a tarefa santificada de Allan Kardec tem consolado e convertido milhares
de pecadores, neste mundo e no outro.
Emmanuel (espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Doutrina de Luz
Livro: Doutrina de Luz
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