quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Definição Incompleta



3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
 “Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana,
insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 3)
DEFINIÇÃO INCOMPLETA
A Suprema Majestade do Universo é, por dignidade própria, o Inconcebível e o Incomparável. Não é digno de um raciocínio apurado dizer que Deus é infinito.
Se não sabemos o que é o infinito, por faltar, ainda que seja uma abstração, sentido para tal, na mente dos povos, e mesmo dos Espíritos, ele passa a ter a sua existência; e, se ele existe, foi criado. Não pode ser, nem ter os mesmos valores do seu Criador.
A dedução formulada surge, certamente, da pobreza de linguagem, nunca para diminuir a personalidade central de todas as coisas. Nada se pode comparar ao Arquiteto Universal; da sua vida estuante e vigorosa saem vidas com a marca do seu amor incomparável. Somos todos filhos do Amor.
Nós, os Espíritos encarnados e desencarnados, devemos nos contentar em sentir Deus em todas as coisas, sem pretender o conhecimento completo da sua magnânima natureza. Somente Ele conhece a Si mesmo A nossa evolução, ou despertar, é gradativa em todas as circunstâncias.
O saber sobre o Senhor nos vem pela força do progresso, que no-lo entrega pelas mãos do tempo. Se a natureza não dá saltos em campo algum de vida, comecemos a estudar a nós mesmos com grandes vantagens em relação ao conhecimento de Deus e, se quisermos avançar mais, entremos na escola do Amor, que ele poderá nos transmitir as primeiras lições sobre os atributos da Divindade.
Somos Espíritos imortais. Estamos inseridos, se assim podemos dizer, no bojo do infinito, cujo movimento lembra a inspiração e expiração que nos sustenta todos. Usamos de todos os meios disponíveis que já conhecemos para conhecer o desconhecido, pois é a razão, a ciência, a filosofia e a própria religião, que nos induzem a isso; no entanto, somente o amor mais puro é que nos faz sentir o nosso Pai mais próximo de nós, a pulsar dentro dos nossos corações e a nos dizer: A paz seja convosco, que traduz toda a felicidade na brandura e suavidade do seu calor espiritual.
Se o infinito passar a existir e for conhecido pelas almas com seus variados mistérios, não poderemos toma-lo como a causa primária de todas as coisas e, sim, como atributo da Inteligência Maior. Todas as comparações que fazemos de Deus, todos os relevantes postos que a Ele atribuímos O diminuem em vista da nossa pobreza de linguagem, porque Ele é, em essência, Incomparável.
Deus é infinito nas suas perfeições, nas qualidades inerentes a sua personalidade que se irradia em todas as direções, que sustenta e dá existência a todas as dimensões do existir.
Ele é o Todo que se vê e, muito mais, tudo o que os nossos sentidos não alcançam.
Ele é Espírito e importa, sim, que O adoremos em Espírito e verdade.
Ele está presente nas claridades do máximo e na luz do mínimo.
Ele vibra nas formas das estrelas e canta nos movimentos dos átomos.
Ele faz mover todas as constelações e harmoniza todo o ninho cósmico.
Ele sorri para nós através das flores, e nos dá as mãos pelas mãos dos nossos benfeitores.
Deus é ternura, na ternura do seu coração.
Sabemos que toda definição, se referindo a Deus, é incompleta; todavia, vamos transcrever a do Apóstolo João, por não encontrarmos outra melhor:
Deus é Amor. Ainda assim, entendemos que o Amor é atributo da Divindade.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez

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