6. PRODUTO DA EDUCAÇÃO
O sentimento íntimo que temos da
existência de Deus não
poderia ser fruto da educação,
resultado de ideias adquiridas?
“Se assim fosse, por que
existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão
6)
Produto da Educação
A educação nos estimula para as coisas mais nobres da vida,
sabemos disso; no
entanto, ela é gradativa, de acordo com a nossa evolução espiritual.
O modo de assimilação da educação nos meios em que se estagia é diferente
de uns para os outros, de acordo com os dons despertados em cada criatura.
A consciência de cada alma seleciona o que recebe, como produto
do meio em que vive e dá condições à inteligência, para que esta amplie os seus
valores na pauta da sua existência, e recusa o que não lhe serve, por condições
que já atingiu no avanço espiritual.
Toda herança é relativa, respeitando a posição do herdeiro na
vida.
Consultando as grandes vidas na Terra, a razão certificar-nos-á dessa
verdade.
Os Espíritos, mesmo os chamados primitivos, quando reencarnam em
um meio mais evoluído, não assimilam o produto da educação oferecida, por não
terem capacidade de entendimento na altura dos seus progenitores, das escolas e
livros. A assertiva de que somos o produto do meio não encontra segurança nas
leis da evolução. Podemos ser ou não esse produto, dependendo da faixa em que
nos situemos, com aqueles com quem convivemos. E perguntamos: onde aprenderam
os primeiros mestres? Qual a escola?
O aprendizado mais atuante surge das trocas de experiências
entre pessoas e nações; entretanto,
o surgimento do verdadeiro aprendizado das almas vem pelos processos de
despertar das qualidades que, por vezes, dormem em todos os seres.
Daí é que dizemos, como já falaram todos os profetas, que Toda
sabedoria vem de Deus. Todo amor parte da sua magnânima personalidade.
A ideia de Deus, na grande população indígena que viveu na Terra
e da qual ainda restam uns poucos elementos, é uma prova irrefutável de que Ele
existe e que não foi produto do meio. Foi revelação dos próprios Espíritos que
circundavam e protegiam esses elementos, nas sequências evolutivas em que a
vida os colocou.
Muitos dos senhores de engenho que dominaram o Brasil por muito
tempo, alimentavam e divulgavam a ideia de que a vida terminava no túmulo e que
escravos eram animais de carga. Todavia, mesmo de posse do poder da situação e
da força, não tiravam dos cativos a crença da existência de Deus e das almas,
que utilizavam nos batuques, os corpos dos sensitivos, para os animarem nas
suas provações. Onde fica o produto do meio e da agressão?
Quanto mais sofre o Espírito, mais despertam suas qualidades
espirituais, mais a verdade o conduz para os caminhos da luz!
Certamente que não vamos parar no exercício sublime da educação
e da instrução em todas as faixas de vida e da vida, porque é nessa
persistência humana e divina que fazemos a nossa parte, junto à já feita por
Deus.
Os sentimentos íntimos que todos temos, quanto à imortalidade da
alma e à existência de nosso Pai Celestial, foi a primeira coisa divina
colocada em nossos corações espirituais pelas mãos do Criador, em forma de luz
que nos ilumina a vida.
Essa certeza não se vende, não se dá, ninguém tira: é nosso
patrimônio, que brilha em nós com alegria e esperança, a nos falar da
felicidade eterna. A meta mais inteligente é educar e instruir. Por esses meios
todos os talentos desabrocham e a vida para nós passa a ser uma vida em Cristo,
na presença de Deus.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito
Miramez
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