5 - QUE
DEDUÇÃO SE PODE TIRAR DO SENTIMENTO INSTINTIVO,
que
todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
“A de
que Deus existe; pois,
donde lhes viria esse sentimento,
se não
tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio
— não há
efeito sem causa.”
(O LIVRO
DOS ESPÍRITOS, questão 5)
INTUIÇÃO
DIVINA
A
telepatia entre os homens é um fato constatado. Constitui-se em experiências de
todos os reinos do saber. Já se conhece as suas causas e seus efeitos, com
largos exemplos, nos quatro cantos do mundo. Já se sabe que cada criatura pode transmitir
as suas ideias aos seus semelhantes, por vezes sem estar consciente desse ato,
comum a todos os seres. Muitos buscam a perfeição ou melhoramento nas transmissões
dos seus pensamentos, através de escolas, ou exercícios específicos no silêncio
das coisas que se operam na vida.
E é
nessa verdade que encontramos outra mais sutil: se os encarnados podem se
comunicar entre si, pelos fios dos pensamentos, os desencarnados igualmente o
podem, e com mais propriedade, por se encontrarem livres das cadeias da carne.
E, se os homens trocam suas ideias, na serenidade das vibrações, asseguradas
por leis que sustentam a harmonia, e se esses mesmos homens desencarnados
continuam esse processo de comunicação recíproca, como não pensar nas
possibilidades de os desencarnados transmitirem seus pensamentos aos encarnados
pelo mesmo mecanismo?
Eis aí a
Mediunidade, que se estende em todas as direções, pelos caminhos da
sensibilidade, na regência da lei do Amor, onde a fraternidade abriu caminhos
por meios da Caridade. Os homens sensíveis, querendo, podem negar, pois têm
livre escolha nas suas atitudes, porém, eles conhecem quando os pensamentos
nascem da sua própria mente e quando procedem de fontes espirituais, dado o
peso magnético das suas vibrações. A consciência registra todos os valores e dá
a conhecer à mente instintiva e atuante a procedência da conversa mental.
Usamos
as comparações acima citadas, para te dizer de algo excelente, para te dizer do
avanço da razão, aprimorada na sequência do tempo e pelas bênçãos de Deus:
queremos falar da intuição, que será a faculdade comum do futuro, por enquanto
latente em todos os seres. E ela o veículo divino capaz de orientar todas as criaturas
e fazê-las felizes, filha do progresso espiritual, nascida no amanhecer das almas,
ao despertarem para a luz, para o entendimento das leis espirituais. Essa intuição,
no seu princípio se chamava instinto, dominando animais e homens nos seus
primeiros passos. E se os homens primitivos já possuíam em suas consciências a
ideia de Deus e viviam em tribos espalhadas pela Terra, sem condições de comunicação
entre si, qual a origem dessa consciência de um Poder Supremo? E se não existe
causa sem efeito, nem efeito sem causa, essa causa será, certamente, esse Deus
que tanto amamos, que fala a tudo e a todos da sua existência, pelos processos compatíveis
com os que devem e precisam escutar a sua voz dentro da alma.
A
certeza da existência de Deus é a de que Ele existe. Não há outra lógica no
mundo das deduções humanas e espirituais, e tudo que vive canta louvores ao Criador,
na dimensão que lhe é própria; e nós, já na condição de Espírito humano, como sendo as flores da
grande árvore plantada por Deus no jardim cósmico, cantemos juntos, encarnados
e desencarnados, o hino de gratidão ao Supremo Senhor do Universo, pelo que
somos e atingimos na escala da vida!
Esse cântico
deve ser manifestado pela vida reta, mesmo nas estradas tortuosas onde nos situamos.
Busquemos a intuição divina, para que a Divina Intuição nos ampare e nos desperte
para a verdade que nos fará livres!
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez
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